Capítulo 19

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A serpente designada enrolou-se ao redor dos olhos de Medusa e ela adentrou o templo, sabia que estavam a esperando

Seguiu por um caminho que já percorreu o suficiente, outrora e chegou até a maior sala dali, ficando parada, aguardando.

Alguns minutos se passaram e Medusa ficou imovel no cômodo. Sabia que já não estava sozinha, mas se pôs em alerta, quando ouviu passos. Mais pessoas se aproximavam.

— Perseu — os passos cessaram, há poucos metros de si —, sei que está aqui. Eu vim, como combinado. Agora você vai deixar Cecília ir.

O homem apenas soltou uma risada de escárnio, e enconstou-se num canto da sala.

— Achei muito nobre da sua parte, vir com esta coisa nos olhos. Muita consideração sua, pelo menos ninguém morreu, até você chegar aqui.

— Perseu, por favor. — Atena entrou na sala e o homem se calou — Medusa, como vai?

— Atena. — Medusa havia perdido o costume de se curvar para os deuses e deusas, mas ainda assim a cumprimentou com o devido respeito, talvez não devesse — Ficarei bem quando sair daqui com Cecília.

— Garanto que ela também. Logo tudo isto vai acabar.

— E posso saber o que querem comigo? Deve ser algo importante, já que tiveram que fazer uma pessoa de refém.

— Ela é nossa convidada! A tratamos tão bem... — Perseu comentou e Atena o repreendeu com o olhar.

— Eu quero negociar com você.

— Se acha que uma de nós vai ficar aqui, está enganada.

— Oh, não. Com certeza, não. É à respeito de sua condição.

— Quer dizer a praga que rogou contra mim?

— Eu quero que pessoas parem de morrer petrificadas, Medusa. — Atena ignorou o sarcasmo presente na fala da outra mulher.

— Talvez ninguém morresse, se você não tivesse me amaldiçoado, não é? Considere-se com as mãos sujas.

— Não tentarei me retratar como você à respeito de minhas atitudes, eu fiz o que julguei ser o certo.

— É bom que não tente, não conseguiria se retratar, de qualquer forma.

— E nem é a minha vontade. Na verdade, o que eu quero é livrar você, Cecília e à todos nós, deste fardo.

— Do que está falando?

— Cecília. — Atena a chamou e novos passos foram ouvidos, estes se aproximavam e o coração de Medusa acelerou.

Mãos cálidas e um tanto frias encostaram em seu rosto e um pequeno sorriso de alívio se formou em seu rosto.

— Cecília, é você? Você está bem? O que...?

— Sou eu, estou bem. — a voz saiu sussurrada e, pelos deuses! Como era bom ouví-la novamente.

— Vamos embora. — Medusa segurou a mão de Cecília, mas Atena interviu, pirragueando.

— Sei que jamais confiará novamente em mim, Medusa. Sei também que acha que estraguei sua vida, mas espero que reconheça e aceite um presente, de uma velha amiga.

— Presente?

— Cecília, preciso que você... — e não terminou a frase, mas Medusa sentiu as mãos de Cecília retirar sua venda viva e olhou para seus pés, evitando olhar para qualquer pessoa ali.

— Todos estão atrás de você, olhe para mim. — Cecília espalmou as mãos nas bochechas de Medusa e levantou o rosto dela.

Medusa se assustou, de forma que se afastou bruscamente de Cecília.

Petrificar / [versão não revisada]Onde histórias criam vida. Descubra agora