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Kara Danvers P.O.V.

Sair da casa da Lena já foi difícil, ainda mais porque não tinha pra onde ir.. pela primeira vez me vi sem ninguém, além de sozinha, solitária, mas tentava dizer pra mim mesma que tinha sido o melhor, pra mim e pra ela.

- Oi, Victor.. -Bati na porta de um amigo e ele pareceu surpreso ao me ver e não foi de um jeito bom.

- O que você tá fazendo aqui? -Ele olhou atento pra dentro e fechou a porta rápido, segurou meus braços me levando até a calçada. - Você não tava com uma mafiosa?

- Eu saí de lá, eu preciso de um lugar pra ficar.. -Olhei pra ele esperando pela resposta, Victor negou com a cabeça.

- Eu não posso! Você tava com uma Luthor e ainda se vendeu pra ela.. -Victor me olhou dos pés a cabeça com desprezo. - Eu tenho nojo de você, Kara..

- Victor, tá muito frio aqui.. -Implorei com o corpo trêmulo pelo frio, não sentia meus dedos direto. - Só por uma noite..

- Vai embora daqui, vagabunda. -Ele me empurrou de lado e entrou sem olhar pra trás.

Tentei segurar o choro, mas era inútil.. o medo, a pena de mim mesma.. era tão deprimente, era agoniante.. e a saudade, da minha mãe principalmente, ela nunca me deixava sentir sozinha, me guiava pra o caminho certo e sempre despertava uma criança interior em mim.. só que agora, eu estava sem rumo e tinha que ser a adulta, por mim.. e também, sem... a Lena.

Suas palavras ainda rodavam na minha cabeça, conseguia ouvir com clareza ela gritar.. que odiava o que eu estava tentando fazer, sendo que sempre só quis ajudar, nunca quis nada ruim, muito menos falar aquilo, mas.. Andrea e ela era algo que me magoava tanto, de um jeito que nada mais me magoava, me deixava com raiva e.. e, talvez desconfortável.. eu não gostava dessa idéia, porque sentia que aquele devia ser meu lugar, queria que ela fosse minha e eu totalmente dela.

Andando pelas ruas parei em um beco ao ouvir um barulho na lixeira.. me aproximei devagar e vi uma menininha, estava suja e mexendo no lixo, assim que me viu ela se afastou assustada.

- Hey, não.. eu não vou te machucar.. -Sorri de canto andando cuidadosa em direção a ela. - Eu sou amiga..

- Amiga? -Ela segurou a pequena zebra de pelúcia, a menina tinha bochechas gordinhas e avermelhada, cabelos loiros bagunçados, roupas sujas. - Você não e minha amiga.

- Eu sou, sou.. -Mordi os lábios pensativa e lembrei que tinha um sanduíche no meu bolso, o último. - Você quer? -Peguei o mesmo lhe mostrando mas ela permaneceu afastada.

- Eu não posso aceitar nada de extranhos.. -Ela deu um passo atrás de escondendo atrás da lixeira.

- Tá, bom.. então, eu vou deixar.. aqui. -Coloquei o sanduíche que estava embalado no chão e dei passos calmos pra trás. - E você pode pegar quando quiser, tá bom?

Ela apenas olhou pra mim, curiosa, abraçou sua pequena zebra com mais força, então vi que ela estava sozinha.. não tinha ninguém ali por ela, e devia estar tremendo de frio porque não nenhum casaso.

- A sua mãe não tá aqui? -Inclinei a cabeça curiosa e ela negou com um beicinho.

- Não, um homem mal levou a minha mãe.. -Ela baixou o olhar triste.

- Eu também perdi minha mãe.. -Sentei no chão cruzando as pernas de um jeito que formassem um 'W' e olhei pra ela. - Eu tive tempo pra me despedir, só que mesmo assim doeu muito.. ela teve câncer.

- Você tem outra mãe agora? -Ela franziu o cenho confusa, falava com uma voz baixa e assustada. - Eu queria ter outra mãe..

- Eu já sou grandinha, mas você pode ter outra mãe, você precisa... Qual seu nome? -Mordi o canto do lábio curiosa e ela deu um passo a frente olhando o sanduíche.

A máfia LuthorOnde histórias criam vida. Descubra agora