19 - Brasil, aí vou eu!

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Na manhã seguinte do dia da formatura, Bia acorda mais calma e imediatamente se lembra de Julien e que precisa urgente falar com ele.

Pega seu celular, vê que são 6 da manhã, mas resolve ligar para ele mesmo assim. Como já imaginava, o telefone só chama.

Droga, com certeza ele não vai me atender por causa da ressaca terrível que ele deve estar agora. Só queria saber se ele está bem.

Deita sua cabeça sobre o travesseiro novamente para tentar dormir mais um pouco, mas o sono não vem, então passa a refletir sobre seu relacionamento.

Julien só for acordar de fato, meio dia, com o celular cheio de ligações e mensagens de Bianca.

Putain!* Acho que não vou ter coragem de olhar para a cara de Bianca hoje, aprontei alguma.

Mais tarde, depois de muitas olhadas no relógio da parede do Le Mabidel, em seu celular e na porta, Bia está quase se convencendo de que ele não irá aparecer e que será o fim de seu relacionamento. Já são 19 horas e ele não deu nenhum sinal de vida.

Minutos antes de fechar o restaurante, ela o vê pelo vidro da cozinha, entrando pela porta da frente, então fecha os olhos e solta um longo suspiro tenso antes de ir ao seu encontro.

- Oi, ma chérie - diz, angustiado. - Eu vim buscá-la hoje. Topa ir lá para casa?

- Sim, nós precisamos conversar mesmo - responde, apática.

- Sûr*... - Balança a cabeça, concordando com um olhar melancólico, depois apanha a mão dela e faz uma carícia com o polegar. - Vou ficar aqui te esperando.

Julien senta-se em uma das mesas e tenta enxergá-la o tempo todo dentro da cozinha até chegar o final do expediente.

Quando a porta do estabelecimento é fechada, ele já está sentado em sua moto a esperando. Ela se aproxima, tentando ver o rosto dele, mas ele está usando um capacete e segurando outro.

- Como você está? Ficou bem depois da festa? Fiquei preocupada, não deveria ter te largado daquele jeito, mas... - Ela faz uma pausa.

- Suas amigas chamaram um táxi para mim.

- Ah, sim. Depois preciso agradecê-las. - Desvia seu olhar, sem graça.

- Eu queria ter vindo vê-la mais cedo, mas eu estava com uma ressaca horrível!

- Eu imaginei.

- Bom... Vamos? - Julien coloca o capacete nela.

Enquanto isso, uma mulher usando um casaco com capuz preto está espionando o local por vários dias seguidos na rua onde Julien mora.

Ao vê-los chegando, ela pega o celular e faz uma ligação.

- Alô, Aveline? Pode trazê-la, ele acaba de chegar com uma mulher. - ela ri. - será hoje minha vingança.

O casal chega no apartamento e, totalmente em silêncio, sobe as escadas e permanece dessa forma até entrar. Julien encosta a porta.

- Aceita alguma coisa? Uma água?

- Não, obrigada - responde, sentando-se no sofá, ele se senta logo em seguida ao lado dela.

- Eu não me lembro de nada do que aconteceu ontem à noite, mas sei que fiz algo de errado, pois sempre quando bebo demais faço coisas erradas, podendo até magoar quem gosto. Por isso quero desde já te pedir desculpas. Enfim, o que eu fiz?

- Bom... Você não fez nada de errado. Na verdade, você disse algo que me deixou chateada e confusa.

- Bon sang!* O que eu disse?

A jornada de uma estrangeira Onde histórias criam vida. Descubra agora