𝑬 𝑰 𝑮 𝑯 𝑻

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Duas semanas haviam se passado, suas consultas com a psicológa ainda não haviam acontecido. Não estava segura para expor seus sentimentos a quem quer que fosse a pessoa.

Sua perna tinha melhorado porém quando fazia muito esforço ainda doía, respirou bem fundo fazendo o seu cheiro doce e extremamente bom de chocolate quente invadirem suas narinas.

Aquele cheiro a lembrava dos tempos de inverno em que que brincava e se divertia com seu irmão, mas não era lembranças que ela gostava de lembrar.

Ódio. Era tudo que a garota estava sentindo entalado em seu peito, não sabia bem o motivo apenas estava com ódio de tudo e todos.

Soprando a bebida quente em suas mãos encolheu seu corpo pelo vento frio do ar condicionado, o barulho dos sinos do estabelecimento soaram um som agudo. Encarou a porta vendo a pessoa a passar por ela.

Suas expectativas de quem estava a entrar no local caíram igual uma avalanche, franziu a sobrancelha cerrando os olhos. A pessoa caminhou até sua mesa com um sorriso preguiçoso.

ㅡ Como vai, chefinha. ㅡ o garoto de cabelos loiros-dourados e olhos bordô, usando uma blusa preta larga e uma calça folgada cinza.

ㅡ Estava bem, até você chegar. ㅡ soprou a bebida quente e tomou um gole. ㅡ E já disse, não me chame de "chefinha" seu imbecil.

ㅡ Che-fi-nha. ㅡ apoio o cotovelo na mesa segurando seu queixo, dando um risinho.

Terminado de tomar sua bebida, deixou a caneca na mesa e pisou com tudo em seu pé de baixo da mesa, ele gritou de dor colocando seu pé machucado apoiado na cadeira.

ㅡ Da próxima vez não vai ser seu pé machucado.

Suas palavras saíram bem próximo do ouvido do garoto, fazendo ele engolir seco. Pois as mãos no bolso só casaco e saiu, viu que Emma estava do lado de fora a acompanhando com o olhar desde que pisou no pé do garoto.

Estava preocupada, preocupada dela ter a visto conservando com aquele garoto, engoliu seco e sentiu um nó em sua garganta. Não, aquilo não poderia acontecer agora, justo quando ela estava se tornando próxima de Emma.

ㅡ Aquele era seu amigo?

Disse chegando perto, o garoto passou pelas duas, S/n fechou a cara e o encarou por cima dos ombros dela, o garota saiu correndo.

ㅡ Nem sei quem era esse.

Decidiram caminhar juntas pelas ruas se um destino, entraram e algumas lojas e Emma ficava olhando e comprando as coisas, enquanto você ficava segurando as coisas.

ㅡ Vai levar a loja inteira?

Perguntou vendo as cincos sacolas em seus braços, o preso estava marcando seus braços o deixando vermelhos.

ㅡ Não tenho dinheiro suficiente pra isso. ㅡ pagou pelas coisas e foram embora rumo a casa de Emma.

A mesma tinha se voluntariado pata a ajudar a levar as sacolas, mas a garota nego levando tudo sozinha. Depois de chegar na casa dela resolveu nem entrar, apenas deixou as sacolas com ela e foi embora.

As duas não estavam sozinha naquele momento, haviam pessoas acompanhando enquanto elas andavam. Andando atenta na rua, sentiu uma respiração em sua nunca.

Usou seu cotovelo atingindo o nariz de quem quer que fosse ali atrás, se virou e viu o mesmo garoto de antes com o nariz sangrando.

ㅡ Me deixa em paz, porra.

Por puro ódio deu um soco em seu maxilar, outro em sua barriga. Quando finalmente se acalmou, percebeu o que tinha feito após ver ele caído no chão.

ㅡ Porra garoto. Me deixem em paz.

Uma lembrança em borrão veio igual raio em sua mente, da garota que quase matou ensanguentada no chão. Com sentimento de culpa, ajudou ele a se levantar o escotando na parede.

ㅡ Isso não vai embora de você, mesmo que ignore.

O rapaz disse cuspindo sangue no chão, ela sabia, sabia do que ele estava se referindo, esgotada ignorou o que ele tinha falado. Virou-se de costas e foi embora.

ㅡ Não tem pra onde correr, S/n! Você sabe disso, o próprio mundo em que você vive irá cair.

Fechou os punhos e seguiu seu caminho, quando chegou ao seu quarto trancou a porta e se deixou cair diante dela.

Lágrimas começaram a escorrer, chorar não adiantaria de nada mas iria aliviar um pouco sua dor, seu nariz entupiu após tanto choro e soluços nos meio.

Ficou feliz por não ter se passado na sua cabeça o fato dela poder se cortar para aliviar sua dor e estresse, não gostava de ter que fazer isso mas era como um vício.

Apenas pensou em Emma, quando viu que sua vontade de ser sabotar fisicamente estava sumindo aos poucos, um sorriso largo saiu pelos seus lábios.

Aquilo nunca tinha acontecido antes, qual era o motivo de está sorrindo só por estar pensando nela? Isso corria a sua mente.

• • •

Naquela noite ela tinha sonhado: sombras atormentado e a puxando para o fundo do oceano, se debatendo contra a escuridão a puxando para baixo.

Estava caindo cada vez mais fundo na dimensão daquele oceano, sentiu seus pulmões ficarem pesados pela água estarem invadido eles. Estava morrendo, pela sua própria escuridão.

Pelo seu próprio colapso.

Mas no meio de tudo isso, uma mão estava vindo em sua direção, uma salvação de suas sombras. Lutou contra cada coisa que estava a controlando.

Ergueu sua mão e a segurou, mas quando a mão macia se entrelaçou contra a sua na intenção de puxa-la para fora, aconteceu o contrário.

Sua escuridão a puxou com tanta força para mais fundo do oceano que trouxe a pessoa para dentro dele. Era Emma.

As duas agora estavam sendo puxadas paras o fundo, mas ela não pareceu se importar em está caindo em uma confusão.

Ela sorriu, e no mesmo instante suas próprias sombras se envolveram nela a fazendo sumir. Sumir em seu colapso.

Acordou suando e tremendo, se a intenção daquilo era a deixar com paranoias e inseguranças na cabeça, havia dado certo.

Abraçou seu travesseiro e deixou que lágrimas caíssem molhando a fronha branca, não conseguindo pegar no sono outra vez.



Continua...

𝐂𝐎𝐋𝐋𝐀𝐏𝐒𝐄, Emma SanoOnde histórias criam vida. Descubra agora