𝐂𝐎𝐋𝐋𝐀𝐏𝐒𝐄, Emma Sano

𝑵 𝑰 𝑵 𝑬

Sozinha, completamente sozinha durante o intervalo da escola, via grupos de amigos rindo e divertindo enquanto ela estava sozinha em um canto.

Se perguntava se o problema era ela por não ter e não conseguir fazer amigos, mas uma voz que soava mais como um ruído atormentava sua cabeça.

"O problema está em você! Ninguém ficará perto de um monstro como você".

"Eles são gentis com você, mas no fundo eles querem sua morte. Uma vida pela outra né?"

Não deixará que esses pensamentos se espalhem formando uma avalanche de pensamentos cruéis, balançou a cabeça e seus olhos se encontraram com os de Emma.

Acompanhou os passos dela vindo em sua direção, enquanto ela comia uma maçã se sentou ao seu lado e deitou ao seu ombro. Um grupo de amigos de Emma olharam torto para S/n com os olhos semicerrados.

Acostumada com aqueles olhares grudados em você, fechou a cara e os encarou de volta, aproveitando o cheiro de bala de mel que estava vindo dos cabelos de Emma.

Os amigos dela desviaram o olhar se estremecendo pela angústia do medo, ela sabia que a maioria da escola a olhava com aqueles olhares tortos por medo. Sim, parece idiotice mas eles tinha medo dela.

Medo ao lembrar de S/n dando milhares de socos em uma garota pelos seu comportamentos de raiva. Quando ela viu sua mão, seu rosto e seu uniforme que era branco vermelho, foi como se tivesse saído de seu transe.

Naquele dia ela quase matou uma garota que apenas tinha insultado seus velhos amigos, sua família e seu irmão que tinha a fama de um assassino. Ela não queria ter feito aquilo, foi como se um de seus demônios a tivesse possuído.

Desde daquele dia passou a controlar sua raiva deixando sua unha grande, para que pudesse machucar a si mesma e não os outros. Por tentativa de homicídio visto por seus colegas, a mesma teve que fazer serviço comunitário recolhendo lixo da escolha, durante longos e tortuosos 365 dias.

Depois disso todo a passaram a evitar ela, jogar lixo nela, passar com sua bicicleta por cima de poças d'água para a encharcar de lama grudando em sua pele, jogando cascas de bananas no chão para ela escorregasse. Ou até mesmo, batendo nela até que perdesse seus sentidos.

Mas ela não se importava, não revidava nada apenas aceitava, aquilo que seus colegas faziam com ela era errado. Mas sera que era tão errado como quase cometer um homicídio? Essa era o que vinha em sua mente para não mandar todos eles tomarem naquele lugar.

Devidos aos graves ferimentos deixando por S/n na garota ela ainda se encontra no hospital, maxilar e mandíbula e nariz quebrados, um dente arrancado fora e algumas costelas quebradas fazendo a vida daquela garota uma inferno.

Emma já devia saber de tudo isso, as notícias circulavam ali mais rápido que a velocidade da luz, sem brincadeira. O que a deixava mais paranoica ainda, por que Emma fazia questão de estar ao seu lado?

Toda essa aproximação era um jogo, uma aposta? Para que no final ela te abandone deixando seus sentimentos como pedaços de vidros?

Não. Não era a reposta mais óbvia, podia conhecer Emma só por três meses mas já sabia que ela não seria capaz disso.

O sinal indicando que o intervalo havia chegado ao fim, tocou, os amigos de Emma a esperavam na saída do corredor. Vocês não haviam trocado uma única se quer palavras, apenas alguns olhares bobos que acabavam em risinhos e sorrisos.

Como uma forma se despedida, a garota depositou um pequeno beijo beijo em seu queixo perto de sua boca, e saiu, se olhar matasse ja estaria debaixo da terra a muito tempo, devido aqueles olhares carregados de ódio dos amigos de Emma.

Seu estômago revirou devido ao pequeno toque dos lábios quentes de Emma em sua pele, podia ouvir seu coração disparado. Controlou sua respiração e seu coração e se levantou logo depois dela, a acompanhou até sua sala em uma distância considerável, esperou que ela entrasse e os demais fosse embora, depois entrou.

Lia um livro enquanto o professor explicava o conteúdo, já tinha pontos o suficiente para passa naquela matéria então só estava ignorando tudo o que o professor comentava. Teve sua atenção retirada quando recebeu um papel em forma de avião dentro do livro.

Abriu o papel e leu: "Tem planos para amanhã a noite?". Se virou ora trás e viu Emma encolhida deitada na mesa, só agora tinha percebido que ela sentava atrás de você, respondeu um não no papel e entregou casualmente pra ela.

Emma sorriu ainda deitada e perguntou se gostaria de sair para tomar um sorvete, aceno um leve gesto com a cabeça e se virou pra frente. Mas logo pensou que acabou de aceitar em sair de casa, ao invés de ficar fazendo nada enquanto encara a parede.

A noite do dia seguinte já tinha chegado,  garota se arrumou e vistiu algo confortável para poder sair com Emma, saiu de casa e foi encontra-la na sorveteria.

Se sentou em uma mesa esperando ela, puxou o cardapio para ver as opções de sorvete e ficou esperando. Vendo o atraso da garota ficou preocupada.

Sentiu seu peito doer, saiu as pressas e seguiu caminho de volta pensando po onde ela viria. Entrou em uma rua e viu ela cercada por garotos que conhecia muito bem.

Quando eles viram S/n os encarando com as mãos no bolso, seu olhos se arregalam e engoliram seco, cambaleando eles saíram de perto de Emma. Se aproximou e perguntou e ela estava bem e a mesma murmurou um sim.

ㅡ Por que eles saíram quando te viram? ㅡ perguntou de cabeça baixa, olhando pra seus pés respondeu:

ㅡ Eu não sei.

Mentira, ela sabia muito bem porque aquelas idiotas estavam atormentando ela, só não queria meter ela em mais problema ainda. Quando chegaram de volta na sorveteria fizeram seus pedidos.

Quando Emma tomava seu sorvete de manga, pegou um pouco o chantilly de cima e passou na ponta de seu nariz, não ficou brava pois viu que estava se divertido em meio aquele sorriso.

Sorriu se lado e fez o mesmo com ela, no final, foram obrigadas a se retirar do estabelecimento por fazer uma guerra pequena de chantilly. Estavam sujas voltando para casa.

ㅡ Acho que os dias em que passo com você... São os melhores... ㅡ confessou de cabeça baixa.

Não sabendo como reagir sorriu de lado e disse o mesmo baixinho, mas nem deu para Emma ouvir. Mas era verdade, você adorava os pequenos segundos que passava ao lado da loira, daria qualquer coisa para que durasse para sempre.

Mas sabia que no fundo, nunca daria certo, nunca iria durar pra sempre.

Contínua...