03. Ajuda

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Os joelhos de Hermione cederam e ela caiu no chão da floresta, tremendo. Draco soltou a mão dela e começou a andar em um grande círculo ao seu redor, lançando encantamentos de proteção. A mente de Hermione estava confusa com todas as informações que acabara de receber. O Ministério à beira de uma revolta, Hogwarts sob o controle do assassino de Dumbledore e Harry, Ron e a Ordem em fuga, assim como ela. Sem mencionar o recente encontro com os ladrões. Ela se levantou lentamente, enfiando a mão no bolso e tirando a pequena bolsa de miçangas que acabara de comprar e aumentar magicamente. Ela colocou a mão dentro dela e puxou a barraca que eles haviam comprado e começou a montar o acampamento.

Depois de montarem acampamento, Draco estava descansando dentro da tenda e Hermione sentou-se na entrada da tenda folheando os livros que acabara de comprar. Ela desejou ter todos os seus antigos da escola. Sem falar nos que ela tinha na casa dos pais.

Os pais dela.

Hermione se levantou com um pulo, espalhando livros de feitiços e embalagens por toda parte.

— Malfoy — disse ela abruptamente.

Draco saiu de dentro da tenda com a varinha em punho. Ele olhou descontroladamente ao redor da floresta, como se esperasse ver o próprio Voldemort caminhando por entre as árvores em direção a eles.

— O que? — ele disse irritado quando percebeu que eles estavam seguros.

— Meus pais — Hermione disse brevemente.

— E eles? — Draco perguntou, abaixando sua varinha.

— Bem, o que você acha que os Comensais da Morte farão quando perceberem que estou com você? Eu tenho que ir até eles, levá-los para um lugar seguro. — Hermione disse juntando seus pertences e jogando-os de volta na bolsa de contas. Ela correu para a tenda e começou a arrumar tudo que estava à vista.

— Ei, ei, ei — Draco começou. — Você não pode simplesmente aparatar na casa dos seus pais e dizer-lhes para deixarem o país.

— Por que não? — Hermione perguntou com raiva.

Draco parou por um momento.

— Porque os Comensais da Morte estarão esperando que você vá para lá. Acredite em mim, será o primeiro lugar onde eles vão procurar por você. E... e se eles os matarem, vão ficar de olho em nós na casa.

— Então eu deveria ficar sentada em uma barraca na floresta enquanto meus pais são torturados e assassinados? — exclamou Hermione.

— Eu não disse isso! Mas você não pode simplesmente invadir a Londres trouxa como uma nascida trouxa e amiga de Potter com um Comensal da Morte desonesto e esperar viver para contar a história. Precisamos de um plano.

— Então me ajude. — Hermione rosnou.

.

Eles pareciam felizes, envoltos em sua feliz ignorância. Bebericavam o chá e conversavam sobre seus empregos e eventos políticos recentes, sem saber que sua única filha estava à espreita do lado de fora da janela da sala de estar, magistralmente desiludida com o céu da tarde.

Hermione olhou com saudade para as pessoas que a criaram durante toda a sua vida. Ela não queria nada mais do que correr para dentro de casa e se jogar na segurança dos braços de sua mãe e nunca mais sair. Draco deve ter percebido isso, pois ela sentiu a mão dele firmemente em seu ombro. Ela assentiu, lutando contra as lágrimas enquanto lentamente levantava a varinha para a janela. Ela hesitou, observando seus pais pelo que ela sabia que poderia ser a última vez, e então sussurrou lentamente.

— Obliviate.

O Sr. e a Sra. Granger não se encolheram quando o feitiço os atingiu, nem suas expressões mudaram muito quando as memórias de sua única filha desapareceram de suas mentes. Eles continuaram a saborear o chá agradavelmente. Hermione terminou suas modificações e baixou a varinha. Ela observou seu pai olhar lentamente para sua mãe e dizer:

— Acho que deveríamos ir para a Austrália. Sempre quisemos. O que está nos impedindo?

Hermione sorriu fracamente, sabendo que seus pais estariam seguros agora. Ela olhou pela janela uma última vez, tentando memorizar os rostos dos pais enquanto conversavam entusiasmados sobre a próxima aventura. Seu coração deu um salto doloroso quando ela desviou os olhos da casa e olhou para Draco, enxugando uma lágrima de seus olhos. Ela assentiu rapidamente. Ele assentiu também, pegou a mão dela e virou-se imediatamente, puxando Hermione para longe de sua casa e família.

.

— Onde você acha que Potter está? — Draco perguntou, sua voz cortando o silêncio da tenda. Nenhum deles falou desde que Hermione modificou as memórias de seus pais. Eles montaram acampamento em silêncio e Hermione chorou durante toda a tarde. A voz dele pegou Hermione desprevenida e ela ergueu os olhos dos livros com surpresa.

— Não sei. Provavelmente em fuga como nós. Ron provavelmente está com ele. Eles provavelmente começaram a procurar pelas Ho... — Ela se conteve.

— Procurando o que? — Draco perguntou.

— Uma maneira de derrotar Vol – quero dizer, Você-Sabe-Quem.

Draco olhou para ela com desconfiança, mas não insistiu no assunto.

— Eles não estariam mais seguros apenas ficando com o pessoal da sua Ordem?

— Provavelmente. — Hermione admitiu. — Mas Harry sempre soube que isso é algo que ele tem que fazer sozinho. Ele não se esconderá atrás da Ordem. A única razão pela qual Ron está com ele é porque Ron é teimoso demais para deixar Harry ficar sozinho. Eu também estaria com ele se... bem, se pudesse. — Hermione disse culpada.

Os olhos de Draco caíram para o chão.

— Desculpe. Eu nunca quis que você fosse arrastada para isso comigo. Eu esperava que seu pessoal retomasse a escola e você pudesse voltar hoje.

Hermione se levantou e limpou as mãos nas calças, pegou sua varinha e caminhou em direção à área da cozinha da tenda.

— Não importa. De qualquer forma, eu estaria na floresta fugindo dos Comensais da Morte. — Ela começou a preparar o jantar com a pouca comida que haviam conseguido mais cedo.

— Pelo menos se você estivesse com Potter, você estaria com amigos.

— Já foi. — Ela disse: — Não podemos mudar o que aconteceu. E pare de chamar a Ordem de 'meu pessoal'. Tenho novidades para você, Malfoy. No minuto em que você abandonou os Comensais da Morte, a Ordem se tornou seu pessoal também.

Draco assentiu, a realidade de sua lealdade sendo absorvida. Hermione sabia que era difícil para ele aceitar que abandonar os Comensais da Morte significava apoiar Harry e a Ordem.

— Há algo que possamos fazer para ajudá-los? — Ele perguntou depois de um momento.

Hermione pensou por um momento. Havia? Eles poderiam ajudar Harry sem estar com ele? Talvez pudessem procurar por Horcruxes? Não, ela não sabia onde elas estavam, o que eram ou como destruí-las. Também não sabia se Harry havia conseguido obter a que ele e Dumbledore se propuseram a pegar na noite passada. Ela tinha medo de tentar entrar em contato com qualquer membro da Ordem, caso a mensagem fosse interceptada. Parecia que, por enquanto, eles estavam realmente sozinhos. Por mais desamparada que se sentisse, ela sabia que tentar agir agora seria mais imprudente do que útil.

— Não sei.

Resistance | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora