26. Paz

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Draco olhou para o casal loiro por vários segundos antes de seus pés o carregarem pela multidão de bruxas e bruxos celebrando até ficar diante de seus pais. Havia lágrimas nos olhos de sua mãe quando ele parou diante dela. Seu pai parecia um tanto dividido, e Draco sentiu seu estômago apertar dolorosamente com a perspectiva de ser rejeitado por eles.

— Olá, mãe... pai — ele cumprimentou hesitante.

Num piscar de olhos, sua mãe deu um passo à frente e jogou os braços em volta do pescoço do filho. Draco ficou surpreso com a demonstração pública de afeto de sua mãe, mas retribuiu o abraço, com o coração disparado. Ele enterrou o rosto na curva do pescoço dela, sentindo-se desesperadamente infantil, mas sem se importar nem um pouco. Lágrimas brotaram em seus olhos e ele fez o possível para afastá-las.

Ele sentiu uma mão em seu ombro e levantou a cabeça para ver seu pai olhando para ele com um sorriso tenso. Sua mãe quebrou o abraço e pousou as duas mãos em seu rosto.

— Você está machucado? — ela perguntou, seus olhos dançando sobre o rosto dele.

Draco balançou a cabeça.

— Não, eu estou... — sua voz falhou. — Estou bem. — As lágrimas ameaçavam cair novamente e ele olhou para baixo, incapaz de suportar seus olhos examinadores. O que ele poderia dizer a eles? Ele virou as costas para tudo o que o fizeram acreditar. Ele os abandonou à ira do Lorde das Trevas quando fugiu. Ele os negou na mansão e no pátio. Ele queria explicar tudo para eles, mas as palavras não vinham. Ele abriu a boca na esperança de contar o que havia acontecido com ele em junho passado, mas em vez disso tudo o que disse foi: — Sinto muito.

— Oh, querido — sua mãe suspirou, puxando-o para seus braços novamente. — Você está vivo. Todos nós somos. Isso é o que é importante.

Seu pai, embora mantivesse o aperto gentil no ombro de Draco, ainda parecia estar repleto de conflitos.

— Pai — Draco começou, com medo de fazer a pergunta, mas precisando saber a resposta. — Na Mansão você disse... — Ele não suportava perguntar. Sua garganta apertou.

Lucius franziu a testa, algo semelhante a culpa cruzando seu rosto.

— Não espero que você concorde com minhas escolhas, mas sou seu filho. Eu sou o único filho que você tem. Espero... bem, espero que, com o tempo, possamos nos entender novamente. — O coração de Draco estava batendo forte. Ele poderia viver a vida inteira sem nunca mais voltar para a Mansão e ser perfeitamente feliz, mas ainda era um Malfoy, o último da linhagem, e havia muitas expectativas em ser o herdeiro de uma das famílias mais ricas na Grã-Bretanha Bruxa. Expectativas que ele foi preparado para atender, e agora, expectativas que ele esperava usar para ajudar a mudar a sociedade bruxa para melhor.

Lucius deixou cair o braço ao lado do corpo.

— Você é meu filho— disse ele definitivamente. — Como tal, espera-se que você aja de acordo com o padrão de um Malfoy. Deste momento em diante, espero que você se lembre disso.

O coração de Draco afundou. Estava claro que seu pai não aceitaria Hermione como parceira escolhida por Draco. Seus olhos piscaram para ela. Ela estava ao lado de Potter e Weasley, sorrindo amplamente e segurando cada uma das mãos. Seus olhos encontraram os dele e ela sorriu para ele. Ele fez o possível para retribuir o sorriso dela, mas seu coração estava apertado.

— Você está falando sério sobre ela? — sua mãe perguntou gentilmente. Draco desviou os olhos da morena sorridente para olhar para sua mãe. Ela estava olhando para Hermione com curiosidade e medo.

— Muito — Draco disse com firmeza.

— Ela é uma sangue... nascida trouxa? — Narcissa perguntou.

Resistance | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora