02. Consequências

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Eles correram a noite toda. Eles passaram além dos limites outrora protegidos de Hogwarts sem incidentes, lembrando a Hermione com uma pontada de tristeza que aquele que havia lançado todos aqueles feitiços havia partido. Eles caminharam tanto que as árvores ao redor deles começaram a ficar mais ralas. Eles estavam quase fora da floresta.

Quando chegaram a uma clareira grande o suficiente para montar acampamento, começaram a reunir coisas ao seu redor para fazer um abrigo rústico mantido unido por magia. Hermione se abaixou e rastejou para dentro da tenda improvisada. A manga dela prendeu em um galho solto e rasgou, e com isso Hermione finalmente desabou.

O impacto total de tudo o que aconteceu a atingiu com força. Ela soluçou. Por Dumbledore, por Harry, por Ron, por tudo que ela deixou para trás e por tudo que ela provavelmente nunca mais veria. Ela chorou por horas, até que o sol começou a aparecer no horizonte. Malfoy a deixou chorar sem parar, o que, Hermione pensou, foi provavelmente a coisa mais decente que ele já fez por ela.

Ele não a ridicularizou por ser fraca. Ele não disse a ela para dormir um pouco. Ele não disse a ela que eles teriam que ir quando o sol nascesse. Ele simplesmente sentou-se ao lado dela, perdido em seus próprios pensamentos, ela supôs. E ela não teria ficado surpresa se ele também tivesse derramado algumas lágrimas.

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Eles derrubaram sua tenda improvisada e não deixaram vestígios de sua estadia. Eles então continuaram seu caminho para fora da floresta. Eles caminharam pelas encostas onduladas da Grã-Bretanha sentindo-se terrivelmente expostos.

Ambos sabiam que seus companheiros Comensais da Morte já teriam encontrado McNair e contado a eles que Malfoy e Hermione estavam juntos. Eles deveriam tê-lo 'obliviado', Hermione pensou amargamente.

— Você tem certeza de que não podemos voltar para Hogwarts? Mesmo com Dumbledore... tenho certeza que os outros professores e a Ordem retomaram a escola. — Hermione disse enquanto eles caminhavam pela grama alta de um campo.

— Talvez — admitiu Draco, — mas não podemos ter certeza. Se eles não o fizeram, os Comensais da Morte terão montado pontos de vigilância para procurar pessoas que tentem escapar e terão colocado o castelo inteiro em isolamento. Além disso, agora há o Lorde das Trevas a temer. Com a morte de Dumbledore, não há nada que o impeça de assumir o controle da escola.

Algo pesado se instalou no estômago de Hermione. Que chance Harry tinha agora que Dumbledore estava morto? E se Harry caísse, que chance algum deles teria?

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Harry e Ginny sentaram-se ao lado de Ron em uma caverna nas colinas acima de Hogwarts. As feridas de Ron estavam cicatrizando rapidamente graças ao excelente cuidado de Madame Pomfrey. Ainda não havia sinal de Hermione, e neste momento, Harry pensou com o coração pesado, ele não tinha esperança de que algum dia houvesse. Não havia dúvida de que Hermione o teria encontrado o mais rápido que pudesse, se pudesse.

Morta ou capturada? Fazia pouca diferença neste momento. Todos os caminhos levavam a Voldemort agora. Snape assumiu a escola, com os Comensais da Morte ao seu lado. Harry, Ron e Ginny fugiram para as colinas perto de Hogwarts e estabeleceram lá um quartel-general temporário da Ordem. Não duraria muito, mas serviria bem enquanto eles tentavam se recuperar de suas perdas físicas e emocionais.

Ele rapidamente enxugou os olhos enquanto McGonagall se abaixava para entrar na caverna.

— Algum sinal dela? — Ele perguntou, com pouca esperança.

McGonagall olhou para baixo e balançou a cabeça.

— Ela certamente não está no castelo. Rubeus, Filius e eu verificamos uma grande parte do terreno, mas se ela estiver na floresta, poderemos levar dias para encontrar... — Ela não conseguiu dizer 'seu corpo'.

Resistance | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora