08. Perdão

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Havia pássaros cantando do lado de fora da tenda enquanto Hermione se mexia. Lentamente ela se lembrou de que não estava sozinha na cama. Um cheiro estranho, almiscarado e inebriante invadiu seus sentidos e ela se inclinou em direção a ele. Foi então que ela percebeu algo muito quente e sólido embalando-a. Havia braços musculosos em volta dela, sua cabeça repousava sobre um peito duro e havia um leve toque de respiração constante em seu rosto.

Ela abriu os olhos para ver a pele branca perolada de um homem e as memórias dos acontecimentos da noite anterior voltaram para ela. Ela se lembrava vividamente de seus toques febris, de seus beijos apaixonados e do peso de seu corpo sobre o dela enquanto ele...

Ela se sentiu corar com a lembrança e se mexeu para olhar para Draco. Seus olhos estavam suavemente fechados e sua respiração ainda estava estável durante o sono. Ela aproveitou a oportunidade para deixar seus olhos percorrerem o corpo dele, algo que ela não teve tempo de fazer em detalhes na noite passada.

À luz da manhã ela podia ver toda a sua beleza junto com todas as suas falhas. Contra os músculos bem definidos de seu peito e abdômen havia uma cicatriz longa e irregular, que se estendia do osso do quadril direito quase até o coração.

Com uma pontada ela percebeu que devia ser obra de Harry. Ela sentiu uma onda de raiva de Harry por sua tolice.

Passando as mãos pelo peito dele e descendo pelo braço, ela parou em outra cicatriz. Ao contrário da cicatriz irregular e pontiaguda que atravessava o peito dele, essa era arredondada, com bordas suaves. Sua respiração ficou presa no peito quando ela percebeu o que era. A Marca das Trevas era escura em sua pele clara. Ela nunca tinha visto uma de perto antes. Ela a examinou com uma curiosidade quase infantil, deixando que seus dedos se aproximassem o suficiente para roçar as bordas, mas sem nunca tocá-la completamente.

Ela se lembrou da primeira vez que viu sua marca. Era julho e um dia muito quente. Ela duvidava que ele soubesse que ela tinha visto isso então. Ele havia se afastado do acampamento e foi até um pequeno riacho próximo. Ele havia tirado as calças e dado um mergulho. Hermione o seguiu, perguntando-se onde ele estava, e teve um vislumbre da marca. Em pânico, ela correu de volta para o acampamento. Ela suspeitava desde que fugiram que ele tinha a marca, mas ver isso foi uma experiência chocante. Ela nunca mencionou isso, sempre presumindo que ele havia sido forçado a aceitar a marca.

De repente, o braço começou a se soltar de seu aperto gentil e ela olhou para cima e viu os olhos prateados de Draco examinando-a. Ele parecia preocupado; talvez ele temesse que ela fugisse depois de se lembrar de quem ele estava perseguindo na noite passada.

Ela apenas moveu a mão para o peito dele e aninhou-se nele.

— Isso não me incomoda. — Ela disse suavemente. — Isso não é quem você é.

O alívio tomou conta de Draco quando ele a tomou nos braços em um abraço forte. Ele trouxe os lábios dela aos dele em um beijo fervoroso, que ela retribuiu com seriedade. Ela passou os braços em volta do pescoço dele enquanto ele se mexia, ficando ligeiramente sobre ela. Ele se separou e sorriu para ela.

— Bom dia.

Hermione sorriu de volta.

— Bom dia — ela respondeu com uma risadinha. — Como você dormiu?

Ele riu da formalidade da pergunta dela. Eles não tinham dormido juntos duas vezes? Certamente a formalidade tinha voado pela janela na noite passada.

— Muito bem, obrigado. Você?

Hermione gemeu e esticou os braços sobre a cabeça, uma visão bem-vinda para Draco.

— Ótima — ela suspirou. — A noite passada foi... — ela parou com um sorriso e corando, procurando a palavra certa.

— Incrível. — Draco terminou por ela, sorrindo para ela.

Resistance | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora