18. Luto

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Hermione acordou na manhã seguinte com uma horrível sensação de vazio. Seus braços se estenderam para Draco, mas encontraram apenas lençóis frios e vazios. Seu coração afundou, lembrando-se de quão indiferente ela havia sido com ele ontem. Ela rolou para olhar ao redor do quarto, perguntando-se se o encontraria em outro lugar. Em vez disso, seus olhos caíram sobre Harry, cochilando em uma cadeira no canto.

Ela se sentou lentamente, seus músculos doloridos gemendo em protesto. Ela choramingou, os efeitos posteriores de múltiplas Maldições Cruciatus e um aborto espontâneo enviaram choques de dor através de seu núcleo.

Os olhos de Harry se abriram e ele a viu.

— Ei, você não deveria estar acordada — ele insistiu. — Deite-se. — Ele se levantou da cadeira e caminhou até ela, suas mãos indo para seus ombros para impedi-la gentilmente de se levantar. — Como você está se sentindo?

Hermione acenou com as mãos, mas não tentou se levantar.

— Onde está Draco? — Ela ignorou a pergunta dele, com a voz rouca por causa de uma noite de choro.

— Lá embaixo — respondeu Harry, puxando a cadeira para mais perto e sentando-se. — Provavelmente ainda está inconsciente no sofá. Ele estava em um estado muito ruim ontem à noite.

A culpa tomou conta de Hermione. Suas mentiras e a perda de seu filho ficariam entre eles para sempre?

— Ele sabe sobre o bebê? — ela perguntou, já sabendo a resposta.

Harry assentiu.

— Ele não está bravo com você, Mione — Harry comentou, como se estivesse lendo os pensamentos dela. — Ele só está de luto. Infelizmente, pegou o estoque de Firewhiskey do Bill. Ele tinha acabado com uma garrafa inteira quando o encontrei. Ficou muito bravo comigo quando descobriu que eu sabia e ele não, mas não ficou nem um pouco chateado com você.

Hermione assentiu lentamente, com a cabeça girando. Ela fez uma careta e esfregou as têmporas.

— Você deveria se deitar — disse Harry.

Hermione recostou-se nos travesseiros e puxou os cobertores para se cobrir.

— Então você quer que Malfoy suba?

Lágrimas encheram os olhos de Hermione novamente e ela balançou a cabeça.

Harry mordeu brevemente o interior da bochecha.

—Eu sei que você já passou por muita coisa. Não consigo nem imaginar como você deve estar se sentindo agora, e sinto muito por tudo. Só quero lembrar que você não foi a única que perdeu algo ontem.

Ele se levantou, colocando a mão na cabeça dela suavemente enquanto algumas lágrimas escapavam de seus olhos. Ele acariciou seus cabelos e beijou o topo de sua cabeça antes de sair do quarto.

.

Havia um picador de gelo em seu crânio. Draco tinha certeza de que essa poderia ser a única explicação para a dor aguda atrás de seus olhos. Ele estremeceu contra os raios malignos do sol enquanto lutava para abrir os olhos. Uma garota estava muito perto dele, o rosto próximo ao dele. Ele gemeu e cambaleou para trás, seus olhos se esforçando para focar. Ele a reconheceu. Ela era a garota maluca da Corvinal; ele não conseguia lembrar o nome dela naquele momento, não quando o furador de gelo em seu crânio estava perfurando mais fundo.

— Você tem mais narguilés na cabeça do que qualquer outra pessoa que eu já vi — comentou a garota sonhadoramente.

Ele não tinha energia para perguntar o que diabos era um surto de narguilés. Ele estava focado principalmente em não vomitar nos sapatos dela.

Resistance | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora