19. Amor

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A cada dia que passava, Hermione ficava um pouco mais forte. Se ela estava começando a se curar ou apenas melhorando em esconder sua dor, Draco não sabia. Mas ele suspeitava que fosse um pouco dos dois. Depois de uma semana, ela estava comendo refeições completas novamente. Elas eram pequenas, mas era alguma coisa. Ela passava os dias conversando com Luna e Dean; e quando se cansava de socializar, sentava-se sozinha na praia e sentia o sol no rosto e a areia nos dedos dos pés.

Draco havia parado de tentar discutir a perda deles com ela. Ele tentou algumas vezes, ao que ela sempre respondia: "Eu disse que não quero mais falar sobre isso, pelo menos não agora". Por enquanto, era disso que ela precisava. Não foi exatamente uma negação; mais como um reconhecimento de que havia muitas outras coisas acontecendo para afundar sua própria miséria por muito tempo.

Mesmo assim, ela ainda chorava durante a noite. Ela ainda tinha pesadelos que a acordavam suando frio.

— Eu simplesmente não sei como ajudá-la — Draco disse a Harry uma semana após sua chegada ao Chalé das Conchas. Hermione estava sentada sozinha na praia, os joelhos dobrados contra o peito enquanto olhava para as ondas.

— Você a está ajudando — Harry respondeu.

— Ela não fala comigo sobre isso. Ela apenas chora. E quando ela não está chorando, ela está apenas olhando para o nada. — Ele gesticulou para Hermione pela janela da cozinha.

— Ela só precisa de tempo. Vocês dois precisam.

Draco cerrou a mandíbula e acenou com a cabeça, seus olhos prateados fixos na frágil garota sentada na areia.

— Eu gostaria de poder enviá-la adiante no tempo, para o momento em que ela se sentir melhor.z

Harry inclinou a cabeça para o lado, pensativo.

— Eu não acho que haverá um momento. Ela ficará melhor em alguns dias e pior em outros. É assim que funciona com o luto. Neste momento há mais dias ruins do que bons, mas um dia haverá mais bons do que ruins. Eventualmente haverá tantos dias bons; vai parecer que vocês dois estão curados. Mas você realmente nunca supera sua dor. Sempre fará parte de vocês dois.

Draco franziu a testa e se afastou da janela.

— Obrigado pelas palavras de sabedoria — ele resmungou enquanto se afastava.

E os dias se arrastaram. Harry estava certo, é claro. Alguns dias foram melhores que outros. Alguns dias ela sorria, conversavam na varanda sobre coisas triviais, ela sorria enquanto Harry e Ron faziam piadas, e ela parecia feliz. Outros dias ela quase não saía do quarto.

Já se passaram talvez 10 dias desde que eles chegaram aqui quando Draco começou a se preocupar com outra coisa além de Hermione. Ele não conseguiu encontrar sua varinha. Ele se lembra de tê-la recebido de Harry logo depois que eles escaparam, mas desde então a perdeu. Ele não precisava dela há vários dias, mas eventualmente começou a sentir como se um de seus membros estivesse faltando.

— Tenho certeza que vai aparecer — Hermione assegurou-lhe enquanto ele vasculhava sua bolsa, tirando dezenas de itens e deixando-os cair no chão.

Ele apenas resmungou algo incoerente e enfiou o braço na bolsa até o ombro, tateando livros e roupas em busca de qualquer coisa que lembrasse madeira.

— Isso é ridículo — ele gemeu, deixando a bolsa cair em uma cadeira com um baque profundo.

— Bem, quando foi a última vez que você viu?

Draco esfregou as têmporas, pensando muito.

— No dia em que chegamos aqui. Potter me deu e juro que coloquei no bolso. — Ele enfiou as mãos nos bolsos como se quisesse se lembrar da ação. Ele andou pela sala por um momento antes de gemer, de repente se lembrando da briga de bêbados entre ele e Potter naquela noite. Ele havia esquecido até agora, mas tentou azarar Harry e foi desarmado em retaliação. — Merda — ele murmurou, indo em direção à porta.

Resistance | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora