Capítulo 199 :

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Arthur caminhou até nós decidido mas parou quando a Rafaela gritou dominada pelo descontrole.

Rafaela: Nem mais um passo! Não estou de brincadeira seu... Seu bastardo! Eu sei que você não é filho do José Picoli. Além de bastardo a sua mãe foi uma puta! O seu pai confidenciou ao meu pai esse deslize de sua mãe — Arthur olhou em nossa direção com ódio nos olhos, quando levantou as mãos meu coração disparou, ela atiraria tanto em mim, quanto nele. Agi por impulso.

Carla: Rafaela, nunca subestime a capacidade de uma mulher grávida de gêmeos, que está com o olfato, paladar e estômago sensível. E que nesse momento funciona perfeitamente ao sentir esse seu cheiro desagradável.

Olhando para o Arthur e sentindo um cano machucando a minha cintura, deixei o que incomodava a minha garganta sair livremente sobre o rosto, cabelos e roupas dela. Senti as mãos do Arthur me puxando contra o peito dele e logo depois um estampido ensurdecedor seguido de um grito assustador.

Carla: Não!

Olhei para trás e vi a Rafaela de olhos abertos caída sobre o chão. Os policiais fizeram com ela o que ela disse que faria comigo. O seu crânio foi estourado.

Policial: Bandido bom, é bandido morto — um policial de meia idade disse ao se aproximar do corpo dela. — Essa vadia agrediu a mãe e fugiu com as economias dela. Recebemos a denúncia e logo a encontramos pelo GPS do carro que ela estava.

Ela teve o fim que merecia. Meu lado sentimentalista não se manifestou. Espero que a mãe dela fique bem e reze muito pela alma daquela infeliz.

Alguns dias depois...

Carla: Ele está triste. Pensa que eu o traí — falo chorando, enquanto Sofia me ajuda a desembaraçar os meus cabelos depois de um banho de piscina.

Sofia: Carla... Conte a verdade a ele — Sofia fala baixinho.

Carla: Eu não acho justo ele me crucificar por uma foto. Procurei o Lorenzo logo depois do Arthur saber toda a verdade sobre a sua paternidade. Recebi uma ligação do hotel onde o Lorenzo estava, avisando que ele estava internado em uma clínica aqui mesmo em nosso bairro.

Sofia: Ele estava doente? — perguntou-me.

Carla: Sim. Contraiu dengue, ficou dias internado.

Sofia: Meu Deus! — ela fala ainda penteando os meus cabelos.

Carla: Fiquei preocupada e fui até a clínica que o hotel informou, foi tudo muito rápido e... Ele recebeu alta hospitalar e eu dei uma carona a ele até o hotel, e quando nos despedimos nós nos abraçamos. Só foi isso. E, justamente nesse dia, que eu consegui burlar o segurança que o Arthur havia contratado, saindo pela saída de carga do restaurante, a Rafaela estava seguindo-me e simplesmente nos fotografou. Péssimo dia!

Sofia: Carla, mas o Arthur é ciumento. Qualquer assunto que envolver esse tal de Lorenzo fará com que ele perca a sanidade.

Carla: Eu também sou, mas nem por isso fico ignorando-o. Se ficarmos nesse clima justamente faltando dois dias para o nosso casamento, juro que desisto de tudo e volto para o meu apartamento. A minha mãe e o meu padrasto chegarão dentro de algumas horas, não quero que ela fique sabendo de nada do que aconteceu comigo. Se ele ousar a falar qualquer detalhe... Ele vai se ver comigo!

Sofia: Confesso que até hoje eu estou impressionada com a história da sua vida. Você merece ser feliz, Carla! Não desista dele, ele ama você e os filhos — Sofia fala acariciando os meus cabelos.

Carla: Nem carinho ele tem feito em minha barriga.

Sofia: Não chora... Ai Deus! Vou chorar também — nos abraçamos e ficamos assim por um bom tempo, até a porta do quarto ser aberta por Arthur.

Arthur: Rodolffo chegou — ele disse olhando para nós duas que enxugávamos as nossas lágrimas.

Rodolffo e Sofia não se veem há muito tempo, já que o narcisista do Rodolffo decidiu por si só, que encontraria a Sofia somente quando os seus cabelos crescessem. Absurdo! Mas, ela aceitou isso, quem sou eu para intrometer na relação deles dois. Bom, vamos falar a verdade, eu a ajudei a sabotar o acordo deles.

Quando ele teve alta hospitalar e ficou comigo e o Arthur aqui em nosso apartamento, deixei a Sofia entrar no quarto onde ele ficou. Aproveitamos que ele estava ainda sobre efeitos de alguns remédios e dormindo, para executar essa loucura. Então, para o Rodolffo, hoje será o dia do reencontro deles dois, mas na verdade a Sofia já o viu a poucos dias. Mas deixa quieto!

Sofia: Chegou? — Sofia perguntou sorrindo e levantou-se da cama. Nós duas ainda estávamos de biquíni e acabamos molhando os lençóis.

Levantei, não perderia por nada esse encontro deles... Mas, o Arthur segurou o meu braço quando tentei passar por ele. Ele fechou e trancou a porta.

Carla: Eu... Eu só queria vê-los — ele me olhou com o cenho franzido.

Droga! Perdi esse reencontro épico. Fala sério!

Arthur: Eu pedi perdão a você por tudo o que passou desde que resolvemos ficar juntos — aquiesci lentamente. — Mesmo que tenhamos passado por tudo isso, eu não consigo ignorar o fato de você ter procurado o Lorenzo. Isso está me corroendo... Eu só preciso entender o porquê. Você me ama, não é?.

A voz dele estava dura e áspera, mas mesmo assim consegui sentir em seu tom, o quanto estava inseguro. Não é possível que ele ainda tenha dúvidas do quanto eu o amo.

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