Carla: Amor ficamos aqui dentro mais de trinta minutos. Os nossos convidados estão sozinhos na sala — sorrio.Arthur: Eu ficaria o resto da noite enterrado dentro de você — disse e fechou o zíper do vestido que vesti depois de ter o antigo totalmente destruído. Peguei um elástico para prender os meus cabelos.
Arthur: Você fica linda quando ele está assim, solto e cheio. Me dá um tesão do caralho — sorrio, mas não cedi.
Fiz babyliss e exagerei no laquê, na nossa aventura ele ficou daquele jeito. Prendi os cabelos e apliquei mais batom vermelho nos lábios.
Carla: Está calor para eu ficar com esse ninho de passarinho solto. Vamos? — ele aquiesceu, abriu a porta do quarto e segurou a minha mão.
Arthur: Eu te amo — falou baixinho em meu ouvido.
Apesar do clima estremecido entre o seu José e Arthur, nossa noite foi maravilhosa. Arthur, Alex e Joaquim conversavam animados bebendo uísque e comendo ovos de codornas, azeitonas e pernil fatiado. Minha mãe esbanjava simpatia e rasgava elogios para o Arthur ao conversar com Beatriz e seu José. Mas quem mais estava recendo atenção de Dona Mara, era a Dani que não parava de ri das coisas que minha mãe jovem lhe fala. Ela resumiu toda a minha vida para a Beatriz, que por sua vez chorou quando ela contou que eu havia perdido um filho. Não tive oportunidade para contar a ela, e também evito sair por aí contando tudo sobre a minha vida.
Meu padrasto se deliciou com tantas variedades postas à mesa, ele não parava de comer e minha mãe não parava de chamar a atenção dele. Arthur olhava para eles dois com uma expressão engraçadíssima, pois minha mãe brigava com o Mateo em italiano e sua voz saia mais alta e fina. Parei entre as suas pernas, ele estava sentado em um dos bancos do balcão conversando com Alex e Joaquim.
Carla: Gostou da minha mãe e Mateo? — perguntei sorrindo, retirando o copo com uísque de sua mão e dando um gole generoso.
Arthur: Nunca mais faça isso — retirou o copo da minha mão e o deixou sobre o balcão. — Ficou doida de vez? — perguntou-me de cenho franzido.
Olhei para Alex e Joaquim, eles me olhavam com desaprovação. Revirei os olhos.
Carla: Eu já fui doida algum dia?
Arthur: Não vou responder, só não faça mais isso — Arthur disse abraçando-me. — Respondendo a sua pergunta, gostei da sua mãe e seu padrasto. Eles falam um pouco alto demais, mas posso conviver com isso... No próximo natal. Uma vez por ano — gargalhou e eu não achei graça.
Entendi muito bem o que ele quis dizer.
Carla: Arthur vai falar com o seu pai. Ele parece estar feliz até escreveu no papel dois nomes para os nossos bebês. Acredita?
Arthur: Carla, ele primeiro precisa guardar esse orgulho de homem traído no bolso e se curvar perante a realidade, mesmo que ela machuque. E a realidade, sou eu. Sinto muito, mas não falarei com ele — disse próximo ao meu ouvido. — Mudando de assunto, quais são os nomes?
Carla: Espere aí, coloquei o papel dentro de um pote na cozinha. Vou buscá-lo. — Assim que voltei entreguei a ele e disse: — leia.
Arthur: Miguel e Leônidas... — leu sorrindo. Olhou na direção do pai que estava distraído olhando para a TV.
Carla: Miguel é um lindo nome — eu disse.
Arthur: Sim, mas Leônidas... De onde ele tirou esse nome? — balançou a cabeça rindo.
Carla: Não sei, também não gostei.
Arthur: Aqui dentro tem uma princesa e um garotão — Arthur disse alisando a minha barriga.
Carla: Miguel e Maria Clara — sussurrei no ouvido dele. Segurou o meu queixo e encarou-me.
Arthur: Maria Clara — pronunciou o nome pausadamente, parecia testar em seus lábios. — Nome de princesa — assenti e o abracei.
Depois de desejarmos uns aos outros o tão popular "Feliz Natal", minha mãe pediu para falar comigo no quarto de hóspedes. Caminhei seguindo ela, eu estava com receio de tomar alguma bronca já que seu tom de voz foi áspero.
Carla: O que houve mãe? — perguntei fechando a porta do quarto. Caminhei até o interruptor e liguei a luz. — Está chorando mãe — a abracei e ela encostou a cabeça em meu ombro.
Mara: São lágrimas de alegria — ela disse fungando o nariz. — Você está feliz... Rezei para ver esse dia chegar. Eu vi o quanto vocês dois se amam... E... São felizes. — Bom, ela não precisa saber a parte onde o Lorenzo apareceu e a Rafaela quase atirou em mim.
Carla: Somos, amo o Arthur. Ele é a minha vida, mãe.
Mara: Eu criei você para ser feliz. Não quero vê-la sofrendo de novo, eu não suportaria — intensifiquei o nosso abraço e chorei com o nariz inspirando o cheiro da minha mãe. Reconfortante como sempre foi.
Carla: Mãe, lembro-me como se fosse hoje, o dia em que a senhora foi me buscar na França — ela me olha balançando a cabeça.
Mara: Eu quero esquecer tudo o que passou minha filha.
Carla: Eu também, mamãe. Mas, eu quero que a senhora saiba que suas palavras sempre foram importantes para mim, sinto falta de suas palavras amigas — bufo. — Lembro-me que dentro do avião, já voltando aqui para o Brasil você me disse: "Sonhe com o que você quiser. Vá onde você queira ir. Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida."
Eu não sei se ela copiou de alguém, mas essas palavras saindo dos lábios da mulher mais espirituosa e amável que conheço, soaram inspiradoras e atingiram-me em meu âmago.
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Minha Tentação Cont 🎯
FanfictionVocê está curioso para saber o final dessa história ? E aqui mesmo. Continuação da História "Minha Tentação"