Capítulo 222 :

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Alguns meses depois...

Arthur: Doutor será que hoje vamos conseguir descobrir o sexo do segundo bebê? — perguntei segurando a mão da Carla que estava deitada olhando para a própria barriga.

Dr: Se o garotão deixar o outro bebê aparecer, sim. Só depende dele.

O médico disse aplicando um pouco de gel na barriga da Carla. Ela está com oito meses de gestação, sua barriga está redonda e grande, estamos fazendo a sexta ultrassonografia para tentarmos identificar o sexo de um dos bebês, já que o João Miguel não sai da frente do outro. Eles ficam entrelaçados o tempo todo e isso dificulta e frustra a Carla cada exame.

Arthur: Filho, deixa o papai e a mamãe ver o seu irmãozinho ou irmãzinha? — converso com o meu bebê e beijo a mão da Carla.

Ela está linda. Os seus seios estão ainda mais fartos e gostosos. Nossas noites têm sido regadas a muito sexo lento e oral. Ela reclama pedindo para eu ser mais duro e forte, mas tenho receio de machucá-la, pois está chegando ao final da gestação e a ginecologista obstetra pediu para que ela fizesse repouso e frisou a frase: "Sem exageros".

De: Vamos lá... Oi garotão nos dê licença, seus pais querem ver o outro morador desse castelo — o médico falava e mexia o aparelho espalhando o gel e olhando para a tela do computador.

Eu e Carla olhávamos fixos para a tela, esperando o Arthurzinho sair da frente do outro bebê. Carla disse que ele é possessivo demais por isso protege o irmão ou irmã.

Dr: Hum... Está explicado o porquê dessa proteção toda. Ele está protegendo a irmãzinha. Está certo João!

Carla: É uma menina? — Carla perguntou olhando para mim que segurava a mão dela.

Arthur: É a nossa Maria, amor — respondi emocionado.
— Maria Clara, o seu irmão está cuidando de você, hein, meu coração? — conversei com a minha filha, a barriga da Carla se remexeu toda quando o João Miguel retomou a posição de antes.

Dr: Ele está muito agitado — o médico disse. — A sua pressão está alterada, vou enviar todo o procedimento para a sua obstetra. Aguardem um instante — ele se retirou da sala escura e nos deixou a sós.

Arthur: Ei, eu te amo. Não chora — levantei ajudando-a a sair da cama.

Carla: Estou preocupada, só isso. O João Miguel está com mais de três quilos e a Maria Clara apenas dois, isso anda me tirando o sono. Por que ela não tem o mesmo peso e tamanho do que ele?

Arthur: Amor, é comum em gravidez gemelar os bebês nascerem um pouco abaixo do peso. Vai dar tudo certo — beijei o topo de sua cabeça e limpei a barriga dela que estava com o gel.

Dr: Eu falei com a obstetra dela, ela pediu para vocês seguirem direto para o hospital, onde ela agendou a cesariana — o médico entrou na sala e falou me entregando a ultrassonografia e mais exames.

Carla me olhava assustada e com lágrimas nos olhos. Eu sorrio para tentar acalmá-la e passar tranquilidade, mas na verdade eu estava tão nervoso quanto ela. Vai dar tudo certo, eu sei.

Arthur: Amor fique quietinha aqui — ela assentiu ainda com os olhos assustados.

Saí de dentro da sala acompanhando o médico que realizou a ultrassonografia. Ele me explicou com mais exatidão o porquê da urgência em antecipar à cesárea. A Maria Clara está recebendo menos oxigênio que o João Miguel.. E para dificultar ainda mais, a Carla está com a pressão arterial elevada que também contribui para a diminuição do transporte de oxigênio para os bebês.

Escutei tudo pacientemente, quando ele terminou de falar, liguei para o Rodolffo e pedi para que ele fosse até a nossa casa e pegasse tudo que já estava separado no quarto das crianças. Foi um desespero total, a Vivi ficou preocupada e ligou para minha mãe, que ligou para a Mara... Que ligou para a Juliette. E virou um ciclo vicioso sem fim.

Nossos filhos nasceram no início da noite. Eu cheguei a uma conclusão óbvia, eu vivi apenas uma parte da minha felicidade antes deles, depois de olhar nos olhos de cada um, senti uma nova emoção surgir em meu peito extravasando a minha alma. Eu sou pai!

Drª: 3.120 kg e 52 cm — a pediatra disse alto anotando em sua ficha.

João Miguel foi o primeiro a ser retirado. Nasceu igual a um tourinho, seus olhos azuis claros encontraram os meus assim que a pediatra me entregou ele enrolado em um pano azul. Juro que vi um sorriso em sua boquinha em forma de coração. Esse moleque vai ser o bicho!

Maria Clara nasceu miando, sim miando igual a uma gatinha. Ela pesava um pouco mais de 2.400Kg e 47 cm. Seus olhos estavam fechados e seu rostinho vermelho de tanto que fazia força para chorar.

Arthur: Oi princesa, não chore o papai está aqui para te proteger — cheirei a cabeleira clarinha dela e do João Miguel que estava com os olhos arregalados. — Carla... — Minha voz falhou. Coloquei um em cada braço dela. Ela chorava e sorria ao mesmo tempo.

Um dos enfermeiros se ofereceu para terminar a filmagem que eu fazia em meu celular, ele aproveitou e fez várias fotos nossas quando coloquei os bebês sobre a Carla.

Arthur: Eu te amo. Obrigado por me fazer o homem mais feliz desse universo — beijei os seus lábios com ternura e sequei suas lágrimas com as costas da minha mão. — Essa é a nossa rainha, viram como ela é cheirosa. O papai ama vocês três.

Eu sequei as lágrimas da minha mulher, mas as minhas eu não conseguia controlar, o meu coração transbordava de felicidade, eu chorava de alegria.

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