Capítulo 201 :

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Rodolffo: Cadê a ceia de natal dessa casa? — Rodolffo disse entrando na cozinha usando as muletas para se locomover, abraçou a Sofia, que fritava totalmente distraída, as rabanadas.

Sofia: Ai... Espirrou óleo quente! Rodolffo! Vou acabar causando uma tragédia — ela disse enquanto ele se esfregava disfarçadamente nela. Eles acabaram de sair do quarto onde o Rodolffo o intitulou dele. Cara abusado!

Carla: Olha essa safadeza na minha cozinha — eu disse brincando.

Rodolffo: Cunhadinha, o Arthur pediu para eu pegar o seu celular e pôr para carregar. Ele está ligando para você, mas está dando desligado — ele revirou os olhos e sorriu. — Ele e seus pais já saíram do aeroporto.

Carla: Nem acredito que verei a minha mãe!

Sofia: Ai! — Sofia gritou quando colocou mais uma rabanada para fritar.

Rodolffo: Cuidado minha princesa, não quero que se machuque — Ele disse beijando a imensidão de cabelos vermelhos de Sofia. Eles dois formam um belo casal.

Com a ajuda de Sofia e Rodolffo, terminamos de arrumar a mesa de jantar para a nossa noite de natal. Prepararei com ela vários pratos salgados e doces. Pedi ao Alex para assar o pernil no forno do restaurante, ele disse que faria um molho caseiro de barbecue, purê de maçãs com canela, farofas e batatas inglesas recheadas. Eu e Arthur o convidamos e seu companheiro para virem jantar conosco. Juliette prometeu que depois de meia-noite passaria por aqui, ela e Felipe ainda não se entenderam de vez, mas ela disse que eles passariam esta noite juntos. Espero sinceramente que os dois consigam chegar a um acordo, mesmo que sexual, mas que consigam seguir em frente. Eles merecem ser felizes. Será um pouco embaraçoso juntá-los, digo, ver Juliette, Sofia, Rodolffo e Felipe juntos no mesmo ambiente. Ah, esses quatro...

Rodolffo: Liguei o pisca-pisca da árvore — ele disse caminhando devagar em minha direção.

Carla: Cadê as muletas? — perguntei a ele que sentou em minha cama ainda com um pouco de dificuldade para dobrar o joelho da perna direita.

Rodolffo: Deixei no quarto — ele fitou o chão. Saí do quarto e entrei no banheiro, borrifei o meu perfume e prendi os cabelos em um rabo de cavalo descolado. Olhei para ele através da porta do banheiro, ele parecia triste.

Carla: O que houve?

Rodolffo: A Sofia... No início de janeiro, depois da formatura dela, ela vai para outro estado em busca de novas oportunidades. Que merda! Eu abri mão de viajar para a Rússia para poder ficar com ela.

Carla: Rodolffo, essa é a vontade dela. Dê apoio a ela, é muito simples. Ela tem essa obrigação de tentar ser "alguém" profissionalmente falando.

Rodolffo: Sim, eu entendo. Mas, Carla... Ela está diferente, eu a machuquei muito. Ela mudou.

Carla: Rodolffo, se vocês se amam de verdade, nada nesse mundo irá interferir na felicidade de vocês. Nem à distância, nem o tempo fará com que vocês deixem de se amar.

Rodolffo: Eu quero fazer tudo por ela, tudo mesmo, mas eu não quero que ela fique longe de mim. Em breve estarei viajando, e gostaria que ela me acompanhasse — ele grunhiu baixinho e levantou devagar da cama. — Eu não sou homem para namorar a distância. Isso não existe e nunca daria certo.

Carla: Como você sabe? Ainda não tentou para saber se vai dar certo ou não.

Rodolffo: Carla... Ah, deixa pra lá — ele disse balançando a cabeça.

Fiquei com dó de sua postura e expressão, mas ninguém é obrigado a deixar de seguir os próprios sonhos para satisfazer outra pessoa.

Carla: O Arthur está demorando a chegar — falo.

Rodolffo: Ele está em um engarrafamento quilométrico na Linha Amarela, na altura de Jacarepaguá — segurou a minha mão e disse: — Você está linda, cunhadinha. Meu amigo é um bastardo sortudo. Acho melhor você vestir uma calcinha por baixo desse vestido sexy, pois estou vendo todo o contorno do seu "bumbunzinho" — olhei para o rosto dele e o reprovei.

Carla: Reprovado! Pare de olhar para a minha bunda.

Rodolffo: Estou brincando. Vocês levam tudo a sério! — disse elevando as duas mãos. — Vou ver se a minha princesa já está pronta. Ela trouxe um vestido que mais mostrava do que cobria e a obriguei a trocar.

Carla: Belo dia, belo dia! Quem diria... Não era você quem gostava de compartilhar as suas mulheres com os seus amigos?

Rodolffo: Sim, mas não a Sofia. Isso é outra história Carla.

Carla: Sei... — disse encarando-o fixamente.

Essa é uma ótima oportunidade para conversar com ele sobre um assunto que vem me roubando o sono.

Rodolffo: O que foi Carla? Está me olhando com esses olhos arregalados, parece que está com raiva de mim.

Carla: Raiva não, preocupada apenas. Sente-se novamente. Rodolffo, eu sei que você é usuário de drogas — ele me olhou surpreso. — Sei também, que já esteve nessa merda toda há alguns anos atrás e ficou internado em uma clínica de reabilitação.

Rodolffo: Carla... Olha...

Carla: Me deixe terminar de falar, depois você terá o seu tempo. Antes do acidente você estava usando compulsivamente esse negócio maldito. Eu, Sofia e Vivi sabemos disso há algum tempo, mas devido ao acidente, decidi não contar nada ao Arthur. Rodolffo, eu só peço a você que converse com ele. Estou dando a você uma chance de se redimir desse vício, eu sei mais ou menos o que você sente de certa forma. Fui compulsiva por calmantes e antidepressivos, foi difícil, mas com ajuda profissional e força de vontade, consegui livrar-me desse maldito vício. Espero... — aproximo-me dele e aliso os seus cabelos. — Espero Rodolffo, de coração que você não caia nessa loucura de novo. Posso estar enganada, mas quero acreditar que você está puro.

Rodolffo: Estou. Pode confiar.

Carla: Eu exijo a você que conte tudo para o Arthur. Eu não quero ser a responsável por essa parte da vida de vocês. Se você não contar, sinto muito, mas infelizmente terei que falar, mesmo contrariada.

Rodolffo: Eu não quero decepcionar o meu "irmão" com essa merda, você sabe que o Arthur é como um irmão pra mim, não quero decepciona-lo — ele disse olhando em meus olhos. — Uma hora antes de sofrer o acidente, o Arthur disse que tinha orgulho do homem que eu me tornei. Naquele instante, eu quis pedir ajuda a ele, mas fui fraco e não consegui — ele respirou fundo e piscou os olhos negros.

Carla: Então, trate de conversar com ele. Peça ajuda! Ele o ajudou uma vez, tenho certeza que o ajudaria quantas vezes você precisasse. Ele te ama, como um irmão também Rodolffo. Só eu sei o quanto o Arthur sofreu quando você estava na cama de um hospital todo quebrado. O brilho dos olhos dele sumiu... Ele ocupava a mente apenas pensando em você e em sua recuperação. Não o decepcione, Rodolffo.

Rodolffo: Carla, não fique preocupada com isso, eu darei o meu jeito. Farei o que me pediu — levantou e beijou a minha testa.

Sofia estava linda, vestia um vestido vermelho solto e com um decote em tule, sexy e generoso. Rodolffo sentou no sofá e logo a puxou para o seu colo e a beijou por longos minutos. Enquanto eles ficavam com aquele mela-cueca em meu sofá, eu ajeitava tudo o que via pela minha frente.

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