Olá.
Sim, eu sumi, mas foi por causa exclusivamente do trabalho e da faculdade. Porém já acabei a faculdade então provável de eu postar com mais frequência.
Acredito que, assim como eu, vcs estão ansiosos pelo novo capítulo então esrou postando sem betagem.
O bônus GaaNaru Hot vai vim, quando eu terminar, eu vou excluir esse capítulo, postar o bônus e então repostar esse de novo.
Aproveitem. Vou estar atualizando RP e UNV na próxima semana.---------------------------------------------------------------
XIX
Inflexível
Diferente do que comumente é suposto, não há uma ordem pré-estabelecida nos interrogatórios, há apenas um acordo silencioso em com quem deve-se iniciá-lo; normalmente sendo com a família da vítima, pois provável de ser seus parentes quem o identifica, sendo este então o primeiro contato entre investigador e testemunha esperado.
De fato, Naruto não pensou muito em quem seria o próximo a ser questionado; por ser sua primeira investigação criminal ligada a homicídio suscetíveis possivelmente cometidos pelo mesmo criminoso, não é de se estranhar que ele somente dignou-se a seguir de boa vontade o modo investigativo do seu parceiro.
Em resultado, Sasuke decidiu que, no dia posterior as filmagens, eles conversariam com a empresa em que Zabuza tralhava, a Siderúrgica M.A.L.V.S., que é onde Naruto aguarda pelo parceiro naquela manhã: Decorrente ao desastre de dias atrás onde ele deixou o moreno lhe esperando em frente a mansão de Kisame de forma irresponsável, o Uzumaki se certificou de chegar pelo menos dez minutos adiantado – o que significa que ele saiu uma hora mais cedo e se perdeu três vezes do trajeto certo e quase teve um ataque de pânico até perceber que conseguiu cumprir seu proposito de não atrasar.
Sasuke, entretanto, não possuía o mesmo receio, por assim dizer, com seus horários: o Uchiha não apenas já se acostumou com os endereços um tanto quanto confusos para visitantes desacostumados; como também já esteve em todos os cantos de Kyoki, inclusive os mais remotos. Por tanto, o moreno não saiu de sua rotina construída com afinco nos últimos anos, nem chegando a cogitar a ideia de fazê-lo.
Porém Sasuke não sabe sobre a tendência de inquietação de Naruto, ele nem sequer imagina que o loiro sairia uma hora adiantado do seu apartamento quando na verdade ele mal dormiu entre seu encontro com Gaara e sua preocupação sobre não saber o exato local para onde iria no dia seguinte. Talvez Sasuke tenha deixado Naruto mal-acostumado quando ele o buscou a semana inteira e os guiou por Kyoki.
E talvez Sasuke não tenha ido nessa manhã por saber do seu encontro da noite anterior, embora o moreno não entenda exatamente o porquê de ter pegado em seu celular afim de avisar que buscaria o loiro, para desistir dessa ideia no minuto seguinte.
Mas isso não era importante, não precisava ser discutido, assim como eles nunca conversaram sobre as caronas e os almoços e as eventuais conversas sobre família e suas cidades natais. E justamente por não ser importante que Sasuke não tocou no assunto quando estacionou ao lado do SUV do parceiro no estacionamento improvisado na estrada de terra em frente ao grande galpão onde a siderúrgica funciona.
Fingindo não notar o rosto abatido de Naruto, provavelmente a expressão menos saudável que seu parceiro já apresentou, Sasuke acenou curto na direção do loiro, passando por ele e seguindo diretamente para a recepção improvisada da siderúrgica, nunca notando a confusão não disfarçada de Naruto diante da volta inesperada do comportamento impassível do moreno.
— Bom dia. — uma jovem mulher morena saudou quando Sasuke passou pela porta de ferro, acompanhado de perto por Naruto. — Posso ajudá-los?
— Sou o Detetive Uchiha e este é meu parceiro, detetive Uzumaki. — Sasuke os apresentou. Ambos mostraram para a recepcionista seus emblemas. — Estamos investigando a morte de Momochi Zabuza e gostaríamos de falar com seus colegas de trabalho.
Por um instante a mulher pareceu nervosa. Os olhos treinados de Sasuke não perdeu nenhuma expressão, percebendo imediatamente quando ela tentou disfarçar sua agitação anterior. Esse comportamento despertou sua desconfiança, deixando seus instintos em total alerta.
— Se os senhores puderem aguardar um instante, eu irei chamar o gerente. — avisou ao se levantar e sair detrás do balcão.
A saída da jovem deixou a ambos em um silêncio desconfortável, algo que se tornou incomum entre eles, visto que nas últimas semanas era reconte que estivessem juntos conversando não apenas sobre o caso, assim como suas vidas pessoais, portanto estavam mais do que familiarizados um com o outro – não que eles fossem admitir tal fato.
— Por que ela ficou nervosa com a nossa presença? — a voz de Naruto era baixa como um suspiro, e só se fez ouvir por estar extremamente quieto na pequena saleta que serve de recepção.
Um arrepio indesejado percorreu o moreno. Por algum motivo desconhecido – na sua extrema vontade de fingir não conhecer bem Naruto quando certamente ele o faz e sabe muito bem o porquê – Sasuke sentiu uma pontada no intestino, como se fosse culpa dele o parceiro não estar confortável para dizer suas belas intuições da situação.
Mas Sasuke sabe sim que é sua culpa, pois ele não é inóspito, na verdade é perceptível desde que se lembra, o Uchiha notou seu próprio comportamento atípico que gerou essa animosidade entre eles quando a resposta de autopreservação de Naruto foi se afastar, mesmo que inconscientemente. Porém Sasuke não pode ajudá-los por estar confuso com as emoções conflitantes e estranhas o corroendo por dentro; não basta que ele saiba o motivo de estar agindo assim, ele precisa entender os sentimentos por detrás da sua ação, o que ele não ainda fez.
Contudo, antes que ele pudesse responder à pergunta retórica do parceiro, não apenas para amenizar a tensão crescente entre eles, como também por sentir falta dos seus debates sagazes recorrentes, a mulher retornou acompanhada, seu semblante mais confiante do que quando eles entraram. Sasuke esquadrinhar bem a recepcionista, seus olhos negros afiados não deixaram nenhum detalhe passar.
— Esses são os detetives que estão lhe procurando, senhor Shimura. — a recepcionista gesticulou para a dupla.
Ambos notaram a drástica mudança de atitude da funcionária. A princípio ela esteve hesitante, com tiques nervosos como seus dedos tremendo sob o teclado projetado na mesa, os vários cliques na tela e suas pausas como se tivesse esquecido o que iria fazer; atos que duraram segundos, mas que gritaram sua apreensão. No entanto, sua coluna está reta e seu queixo aponta para cima, ela os olhou com irritação, como se sua presença fosse incomodar, sua voz, ao apresenta-los, sugeria desdém. Isso os levou a questionar a si mesmo o que o senhor Shimura disse a ela que a deixou desagradavelmente confiante.
Senhor Shimura é um senhor com que aparenta ter idade suficiente para se aposentar. Ele é calvo e tem uma barriga redonda, sua altura não impressiona, sendo mais baixo que a senhorita que está ao seu lado, mesmo se ela retirasse o salto agulha que está usando. Porém, mesmo com sua aparência nada especial, diante de duas autoridades do governo mais jovens e mais apessoados, o homem os olhou como se fossem dois moleques mal apresentados pedindo lanche. Sasuke acharia a atitude engraçada, se não fosse o motivo mórbido que os levou até ali em primeiro lugar.
— Bom dia, detetives. — Shimura saudou de má vontade sem oferecer a mesura ensinada no berço para os cidadãos de Nangoku, silenciosamente desrespeitando-os. — Minha Rosalina comentou que vocês queriam... fazer perguntas aos meus funcionários?
O tom de Shimura é debochado, como se Naruto e Sasuke estivessem fazendo nada além de fofoca despreocupada em seu estabelecimento. Em todos seus anos trabalhando em prol da lei, sendo policial ou detetive, Sasuke nunca foi confrontado assim, e apenas em virtude de uma vida de treinamento em esconder suas emoções numa máscara imperturbável, Sasuke não demonstrou sua repulsa diante de tamanho desrespeito, não por sua autoridade, e sim pela sua pessoa. Um senhor de idade tão avançada deveria saber melhor do que desdenhar de outro homem, principalmente quando este é um adulto em serviço do governo.
Naruto, por outro lado, não fez questão de esconder seu desgosto. Seus olhos azuis flexionaram enquanto seus lábios pressionaram em uma linha fina, sua expressão fechada para qualquer palavreado com intuito de amenizar um possível mal-estar causado por uma perda significativa. Até mesmo sua postura mudou de relativamente relaxada para ereta e intimidade, seus braços cobertos pelo paletó agora cruzados em frente ao seu peitoral.
Onde está a gravata dele? Sasuke se perguntou brevemente, antes de voltar sua atenção para o velho desagradável, esperando as palavras espertas que Naruto estava preparando para falar.
— Bom dia, senhor. — Naruto conseguiu fazer com que uma palavra respeitosa soasse como um xingamento, apontando disfarçadamente sua aparência degradada pela idade. — Como deve ser de seu conhecimento, um de seus funcionários foi encontrado morto em uma situação incomum, por tanto, fomos designados para apuramos o que pode ter acontecido a fim de encontrar quem fez isso e por quê. Precisamos de toda cooperação possível visto que não gozamos de tempo em comparação com o que o culpado pode vir a fazer em um futuro incerto.
Sasuke não demorou a se ver encantado em como Naruto escolhe suas palavras desde que o conheceu; seja para confortar alguém, seja para ameaçar sutilmente, sua voz sempre é suave e persuasiva. Um dom indiscutível que seu parceiro tem é sua eloquência. Isso fez Sasuke pensar, por um momento relapso, se há alguma situação em que Naruto perde sua admirável habilidade?
— Vocês têm um mandato? — Shimura perguntou ignorando o belo discurso ameaçador do Uzumaki.
Se antes Naruto parecia desgostoso, agora ele era a personificação do que significa estar com um humor inflexível. Entretanto, quanto ele abriu a boca, sua voz não tremeu ou mudou de tom.
— Nosso Presidente acredita na boa vontade de seus cidadãos, o senhor Senju nos orienta a ser amigáveis com nossos colaboradores. — Shimura por pouco não revira os olhos, sua expressão de desdém quando abriu a boca, provavelmente para desrespeitá-los ainda mais. Entretanto, Naruto foi mais rápido ao continuar: — Claro que isso não significa que o senhor Presidente nos deixa a mercê da boa vontade dos civis, ele nos garante que a resistência em colaborar será respondida em igual medida.
Ao terminar, Naruto se virou e saiu em passos leves e despreocupados, como se não tivesse acabado de anunciar que tomaria medidas punitivas para o homem odioso. Sasuke olhou bem para o homem diante dele, não surpreso ao ver que Shimura não entendeu que sua recusa terá severas consequências. Com um imperceptível sorriso de lado, Sasuke relembrou o homem de sua presença quando deixou sua voz forte assustá-lo.
— Aguarde nosso retorno com o mandado emitido pelo Presidente Senju.
Sasuke saiu com elegância, sua ridícula vontade de rir quase irresistível. Ele nunca disse como esse mandado iria chegar.
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Retalhos
FanfictionA linha tênue entre o certo e o errado está estirado ao ponte de ruptura quando um homem mascarado desafia a moralidade em seus atos dissimulados e cruéis. Para encontra-lo, Uchiha Sasuke é convocado independente de sua dor pelo luto. Enquan...