Retalhos

XXIV - Sente-se como família

XXIV

Sente-se como família

 

 

Naruto se recusa a cometer erros na frente de Sasuke, Sarada e o homem que ele nunca viu, porém acredita ser da família de Sasuke. Não exatamente por uma questão de orgulho, apesar de Naruto ser sim bem orgulhoso e competitivo. Não. A razão é um tanto quanto inadequada: ele tem medo de passar vergonha na frente de um homem como Sasuke. Não conseguir atirar no cachorrinho seria como mostrar para o moreno que ele é inadequado, e consequência, reforçar a atitude de distanciamento que Sasuke adotou.

As roupas tradicionais de Satsujin apenas ressaltam a cor pálida de sua pele e a pedra negra de sua íris. Naruto nunca o viu tão relaxado, e mesmo depois de perceber Naruto, Sasuke não mudou sua linguagem corporal. Isso foi um alívio.

Mas a pior parte é ter seu parceiro no campo de visão periférico observando cada movimento de Naruto com olhos de Gavião. Naruto, que nunca duvidou da sua capacidade de ganhar brinquedos para o filho, se viu ansioso para provar que é tão capaz quanto Sasuke, que foi no mínimo formoso em sua pose ereta com a espingarda de brinquedo atirando no Coelho rosa.

Há também o fato de Konohamaru saber da sua veia competitiva, presente de dona Kushina – que ela não lhe ouça –, e sempre usar disso para obter o que quer, afinal, seu esporte preferido é atormentar o pai com as propostas mais absurdas e improváveis.

Conhecendo a criatura que chama de filho como conhece, Naruto sabe que envenenou um pouco o seu Kore e agora Konohamaru acredita que ninguém pode ser melhor que Naruto, e coloca o pai em competições unilaterais para ter seu ego de filho único com complexo de pai herói, alimentado. Naruto ter sucesso na maior parte do tempo não ajuda em nada, mas decepcionar o filho é algo que ele se recusa a fazer.

E fazer malfeito na frente de Sasuke muito menos!

— Sasuke, está tudo bem? Você está perdido em pensamentos há algum tempo. — O loiro ao lado de Sasuke falou, balançando levemente a mão na frente dos olhos negros.

Sasuke finalmente saiu do transe que entrou desde que percebeu o traje de Minarim que Naruto veste – vestimentas que deveriam ser proibidas em combinação com os fios cor de sol, para olhar Deidara com sua melhor expressão de desdém. Como se Sasuke não soubesse o que o demoniozinho está planejando.

— Estou bem.

— Certeza? Parece surpreso, viu algo inesperado?

Maldito Deidara e sua boca grande.

— Apenas uma coincidência.

— Qual?

No mesmo instante, Sarada finalmente tirou os olhos do maior Coelho que já viu na vida e, enquanto abraçava a pelúcia quase do seu tamanho, olhou para onde o corpo do tio está levemente virado e consequentemente puxando sua pequena mão.

— Tio, esse não é seu amigo?

Suspirando irritado, Sasuke segurou firme a mão de Sarada e passou por Deidara, ficando entre o cunhado, de frente para o filho do parceiro e próximo de mais para ser confortável, de Naruto.

— Deidara, este é meu parceiro no caso que estou investigando, Uzumaki Naruto, Uzumaki, este é o meu irmão de lei, Uchiha Deidara, pai da minha sobrinha Sarada, quem você já conhece, é claro.