V - O novo parceiro

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V 

O novo Parceiro



Expresso Kyoki. 02 de março. 07 a.m.


Foi uma baita surpresa quando recebeu uma ligação do próprio Presidente Senju Tobirama em sua pequena sala particular – minúscula, para dizer a verdade – no prédio onde trabalhava. Em Minarin, cidade sudoeste de Nangoku, o programa de detetives não era levado muito a sério e, por muitas vezes, Naruto foi tratado como um mero policial, deixando claro que ele não era nada especial; até o local onde trabalhava, a Central Kenkyou, não passava de um prédio mediano com vinte andares, sendo somente o último andar designado à Investigação Criminal. A sua euforia por ter sido finalmente notado pela maior figura pública, com grande poder dentro da legislação e com a voz de maior influência, foi tão avassaladora que o Uzumaki agradeceu imensamente por trabalhar em um prédio meia boca com pessoas de mente fechada.

Naruto sempre foi mais inteligente do que a maioria das pessoas de sua idade, mas nunca teve uma atitude arrogante ou pretensiosa sobre isso, desde cedo ele foi ensinado que portar uma beleza exótica e possuir uma soberba inteligência não o tornava melhor do que ninguém; nascido em uma família humilde, o belo garoto de madeixas loiras e olhos azuis estudou em escolas particulares através de bolsa integral fornecida pelo governo e nunca sentiu que poderia ser mais importante do que ninguém só por ser mais esperto ou algo do tipo. Mesmo com a sua família o incentivando em adiantar as matérias e se formar mais cedo do que o normal, Naruto decidiu por não o fazer, preferindo seguir como todos de sua sala, juntando-se as massas. Por um tempo, ele chegou a acreditar que havia se misturado demais ao ponto de não ser notado, o que provou ser um pensamento ridículo assim que esteve frente a frente ao Presidente.

Naruto cursou o ensino superior na maior faculdade de Shinguru em Direito, a Migiue, fase complicada que quase acarretou em sua desistência, mas não seria um autêntico Uzumaki se assim o fizesse. Ver tudo o que passou e comparando com o agora, o louro afirmaria a qualquer um que tudo valeu a pena e que, sim, ele foi reconhecido. Diante de todos os seus anos de experiência e da sua segurança em ser capaz de investigar qualquer coisa que lhe fosse designada, a sua ansiedade parecia totalmente irracional, no entanto, era exatamente assim que ele se sentia; nervoso por estar no mesmo caso que o melhor detetive do país, Uchiha Sasuke – também conhecido como Lorde Intelligence. Ele estava nervoso, ao ponto de, provavelmente, vomitar tudo o que comeu e não comeu naquela manhã.

Não deveria estar inseguro apenas por Sasuke – e todos na equipe – ter mais experiência com assassinatos que si, entretanto, Naruto não conseguia evitar os pensamentos agourentos que sempre cercavam sua mente, a maioria deles resultado de toda a negatividade ao seu redor acerca da sua incapacidade de alcançar seus objetivos e a mediocridade do seu sonho: Ser um Detetive. Seus pais o apoiaram sem hesitação ou cobrança, sempre deixando o loiro a vontade para decidir o que queria fazer com o seu futuro e Naruto, por sua vez, sempre contou aos quatro ventos seu maior sonho – o que mais tarde ele aprendeu da forma mais dolorosa que não é bom se expor tanto – e agora, nove anos depois, ele havia atingido o auge de todos os seus devaneios mais ousados.

O curso para Detetives fornecido pelo governo requer muito estudo e um tempo mínimo de dois anos de atuação como policial para a inscrição, Naruto havia conseguido algumas façanhas plausíveis antes de entrar no curso e passar na prova, porém as coisas passaram longe de como o loiro as idealizou e menos de um ano após se tornar oficialmente um detetive – a prova no final do curso era o inferno na terra, mas ele conseguiu passar – Naruto foi chamado para investigar a máfia e, em meio a investigação, uma testemunha fundamental para destruir a maior família da máfia de Satsujin, a cidade norte de Nangoku, havia sido colocada em sua jurisdição e assim o crime organizado da família Masashi foi destruído. Naruto ganhou algumas risadinhas debochadas e parabéns sarcásticos dos companheiros de andar em Kenkyou, toda essa felicitação sendo completamente falsa, pelo notório feito. Depois disso, Naruto foi tomado por uma profunda decepção e acabou recluso sem conversar com mais ninguém no prédio, evitando assim se abalar ainda mais com todo o tratamento hostil e as piadinhas maldosas que eles faziam de forma velada justamente para o afetar; comportamento esse que fazia com que o Uzumaki pensasse seriamente em desistir por, pelo menos, três vezes ao dia.

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