III - Mansão dos Horrores

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III

Mansão dos Horrores




Prédio Hanzai. Sala de Reuniões. 26 de fevereiro.

Mesmo confiante de toda a linha investigativa as coisas não pareciam seguir o ritmo que Sasuke planejou, havia se passado uma semana desde que iniciaram as análises e não houve progresso no reconhecimento da vítima. Esse tipo de empecilho não é aceitável para o nível da sua equipe e o Uchiha precisava mesmo correr contra o tempo.

Em toda sua carreira, Sasuke nunca havia se deparado com algum problema desse tipo, o reconhecimento das vítimas ocorria em múltiplos processos e normalmente quando um deles se mostrava ineficaz o médico legista prontamente utilizava outro e, no entanto, não houve eficácia em nenhum método por causa das artimanhas usadas pelo assassino.

O tempo é um fator crucial em uma investigação de tamanho porte e a parada no ritmo gerou uma comoção alarmante, sua equipe inteira havia sido comunicada da reunião de emergência. Sasuke precisava de respostas; particularmente desgostava de intervenções em seus trabalhos e, se não apresentasse uma solução imediata, era exatamente isso o que o presidente faria.

— Alguém poderia me explicar o porquê de ter se passado praticamente duas semanas em que este caso foi delegado a mim e ainda não termos nenhuma pista de quem é a vítima?

Todos permaneceram em silêncio; os olhos alternando entre o detetive e as inúmeras telas planando sobre a mesa, o questionamento não fora surpresa alguma já que todos sabiam o peso nos ombros do moreno. Eles corriam contra o tempo perdido, mas o impasse estava ali, estampado em seus semblantes cansados de noites mal dormidas.

Sasuke não estava com um humor agradável naquele momento, ele passou a última semana sem dormir — mal se dando ao luxo de algumas horas de cochilo em sua sala particular. Conheceu novamente o prédio onde trabalhava, andando de um lado para o outro, buscando insistentemente uma resposta para as perguntas não esclarecidas acerca daquele crime tão malditamente bem arquitetado e sua paciência não estava em sua melhor forma, o seu cansaço havia atingido níveis preocupantes; não poderia mais agir com fria calma.

— Sabaku, quais formas de identificação do corpo você utilizou que se mostraram inúteis?

O legista não desviou o olhar da tela em que trabalhava nas informações específicas do reconhecimento da vítima, ele girou o plano em que a tela estava até o presente momento e a jogou para o centro da mesa, o tamanho foi ampliado; a informação acessível a todos na sala.

— Comecei com o método padrão: Identificação por meio da impressão digital. — Gaara jogou a imagem das mãos da vítima; um holograma de seis dimensões, no centro da mesa, ficando assim ao lado da tela com as informações repassadas. — Não houve margem de sucesso, a ponta de cada dedo da vítima foi queimada. As impressões digitais estavam ilegíveis.

Sasuke tocou na imagem, girando-a em busca das impressões digitais. O holograma mostrava cada detalhe com perfeição, as linhas queimadas, o padrão das digitais deformado por causa do fogo. Ele diminui a imagem, direcionando-a para tampo de vidro da mesa, a excluindo com esse gesto.

— Por que não utilizou o chip de identificação pessoal para realizar o reconhecimento? — Sasuke questionou, olhando diretamente para os olhos verdes do médico.

Gaara fechou a expressão, não gostando do tom arrogante que o detetive usou ao falar consigo.

— O chip de identificação pessoal foi danificado por causa do ácido despejado na pele da vítima. — o ruivo respondeu, o olhar queimando contra os olhos negros do detetive, — Ao ser colocado, no braço direito da população, a profundidade é de cinco centímetros; caso contrário não seria possível a leitura para identificar a pessoa no BDIGS. — informou em tom de retaliação, caçoando do fato que Sasuke não pensara em uma resposta tão óbvia.
O moreno voltou para a expressão vazia de sempre, não se incomodando com a forma com que o médico lhe respondeu.

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