Quando o tempo voa

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Por um tempo o meu rompimento com o Alec foi uma tortura para mim, portanto depois de sair algumas vezes com a Agatha e a minha família as lembranças dele na minha mente foram ficando cada vez mais distante e eu enfim consegui colocar de novo um rumo na minha vida.

Claro que depois daquele dia fiz um B.O. contra o Alec e a Agatha me ajudou a abriu um processo contra ele, mas como eu disse, não deu quase em nada além de dor de cabeça, como imaginado, ele tinha muitos recursos contra isso. Só não posso dizer que foi causa cem por cento perdida, pois ao menos consegui uma indenização bem maior que do que os trinta mil, meu único problema agora era saber o que fazer com esse dinheiro.

Nesse meio tempo terminei a faculdade, peguei esse dinheiro e comprei um apartamento no Flamengo e um carrinho para mim.

Tudo bem que eu poderia ter comprado uma casa maneira, mas foi a Agatha que viu esse lugar para mim e eu achei a minha cara quando o conheci, então seria ali mesmo que eu iria começar a minha independência.

É até um pouco estranho, confesso que até já tinha me acostumado com o meu irmão me perturbando e com os meus pais sempre me enchendo o meu ouvido. Agora era só eu e o Damon, meu gato, mas também a saudade não fica tão longe assim porque eu ainda trabalho para minha mãe, então às vezes ela fazia questão de não esquecer de como é ter ela me enchendo o meu saco.

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Enquanto estava entrando em casa vejo caixas no apartamento do lado até achei estranho, pois esse lugar estava vazio dês de quando me mudei para cá. Coisa que já se fazia um ano.

Só espero que o vizinho seja uma pessoa legal.

Entro, coloco os meus sapatos na entrada, jogo minha bolsa na mesa e vou correndo para o banheiro tomar o meu merecido banho depois de ficar quase duas horas presa no trânsito. Só que quando eu estava terminando de tomar banho a campainha toca.

Quem me perturbada essa hora da noite?

Coloco meu roupão preto e prendo meu cabelo na toalha e vou atender a porta.

— Boa noite, não querendo te incomodar, mas sou o seu novo vizinho do lado e gostaria de te entregar esse vinho e esse queijo como uma mensagem para nós sermos bons vizinhos — disse o homem que aparentava ter uns 30 e poucos anos, alto de pele morena de sol e com os cabelos ondulados de um castanho um pouco claro misturado com escuro.

Até que parecia ser uma pessoa legal à primeira vista, bem estilo Golden Retriever.

— Obrigada, não precisava, acho que deveria ser eu a fazer isso. — rio um pouco envergonhada.

— Nada disso isso só é uma singela demonstração de "tomara que sejamos bons vinhos" — disse ele com um lindo sorriso.

— Olha que falta de educação minha, você aceita entrar ou talvez tomar esse vinho aqui comigo?

— Se não for te incomodar.

— Não irá, pode entrar só tirar os sapatos, por favor — digo o deixando passar.

— Adorei a decoração do seu apartamento — disse ele olhando ao redor.

— Obrigada, só não repara muito a bagunça, porque acabei de chegar do trabalho — digo pegando alguns papeis espalhados pela mesa de centro da sala.

— Mil perdões, você deve estar cansada e eu ainda atrapalhei o seu banho. Melhor mesmo eu ir embora — disse ele indo em direção a porta.

— Que isso, fica, não precisa se preocupar não — digo pegando taças para bebermos o vinho.

A panteraOnde histórias criam vida. Descubra agora