Nas semanas seguintes, meu serviço foi apenas garantir a segurança de alguns estabelecimentos que pertenciam ao meu chefe. Ninguém acendeu sua ira a ponto de ser condenado à morte.
Então, as coisas foram mais fáceis e eu tive tempo suficiente para descansar um pouco, ver minha família e é claro, ver a S/n. Eu sei que estou sendo egoísta, sei que deveria me afastar, mas simplesmente não consigo. É como se houvesse um ímã, que me atrai. Todos os dias eu digo para mim mesmo: "Não! Você não vai ao café hoje e vai esquecer a S/n", mas quando eu vejo, já estou sentado tomando meu machiatto e ouvindo o velho Bingley resmungar sobre o fato de ela ficar o tempo inteiro sorrindo à toa.Quebra de tempo
Os meses foram passando e eu e a S/n estamos cada vez mais próximos. Eu até sei onde ela mora agora e a acompanho quando ela trabalha até tarde.
- Sabe, Stanley, você é um cara legal.
(Eu definitivamente não sou, querida) Você gostaria de, sei lá, fazer alguma coisa qualquer dia desses? Ir ao cinema ou algo assim...
- Você está me chamando pra sair?- eu sorrio com um pouco de surpresa.
- Depende. Se você aceitar, então, sim: eu estou te convidando. Se não aceitar, eu finjo demência- ela dá uma risada que soa como música aos meus ouvidos.
- Não precisa fingir demência, porque eu definitivamente aceito.
- Jura?
- Sim, senhorita. Passo aqui no sábado às 17h e vamos ao parque, ok?
- Eu te convidei, eu que deveria escolher onde nós vamos não acha?
- Oh, sim claro- eu disse um pouco envergonhado.
- Estou brincando, Stanley. Parque, no sábado às 17h parece ótimo pra mim.
- Combinado, então.
- Ok, eu preciso ir agora. Obrigada por me acompanhar novamente. Tenha uma boa noite, Stanley.- ela diz e me dá um leve beijo na bochecha. Nos despedimos com um aceno e eu fico sorrindo à toa.- Eu simplesmente não posso acreditar, cara. Te aconselho a se afastar e o que você faz? Você aceita sair com ela. Tem merda nessa cabeça, cara?- Harrison diz indignado.
- O que você queria que eu fizesse, Harrison? Ela me convidou educadamente, eu não podia recusar.
- Sim, você podia. Você nem deveria estar tão próximo dela pra começar.
- Eu sei, cara, eu sei. Vai ser só dessa vez. Eu vou esclarecer tudo com ela.Mais mentiras. Eu não esclarecia nada. Só queria vê-la novamente e estar com ela o máximo que eu pudesse.
A semana passou rápido e, finalmente, chegou o dia do meu encontro com a S/n. Eu estava bem nervoso. É um pouco estranho e até engraçado; eu sou um assassino, sou durão, não tenho medo de nada nem ninguém, mas estou aqui suando frio por causa de uma garota.
- Oi, Stanley. Bem pontual hein?- ela estava linda, com uma calça que se encaixava perfeitamente em seu corpo, uma blusa de sua cor favorita, um all star e seu cabelo solto com aqueles lindos cachos. E, meu Deus, como ela cheirava bem.
- Jeitinho britânico, querida.- rimos em uníssono
Fomos caminhando e conversando até o parque que não era muito longe de onde ela morava. Nos divertimos muito, fomos em todos os brinquedos do parque. Eu estava me sentindo um adolescente descobrindo seu primeiro amor. Quando me dei conta, já estávamos de volta, na porta do seu prédio.
- Bom, é aqui a minha deixa. Obrigada por hoje, Stanley. Eu me diverti muito.- ela disse com um sorriso genuíno.
- Eu quem agradeço, S/n. Não me divertia assim há muito tempo.
- Fico feliz que gostou.- ela disse me abraçando e quando nos afastamos, ficamos com nossos rostos a poucos centímetros um do outro e num impulso eu a beijei. Ela parecia assustada no início, mas logo retribuiu e foi um beijo tão bom. O melhor que eu já tive em toda a minha vida.
Nos afastamos para respirar e ela deu um grande sorriso.- Pensei que a minha noite não podia terminar melhor, mas que bom que você me mostrou o contrário. Boa noite, Stanley. Até mais!- ela sorriu e entrou.
Eu sorri mais ainda.
Oh, meu Deus, eu estou tão apaixonado por essa garota, tão envolvido. E eu sei que estou colocando-a em perigo, mas vou protegê-la com a minha vida. Jamais me perdoaria se algo acontecesse com ela.
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