- Mamãe, mamãe! - o menino grita, enquanto corre casa adentro. A mulher ruiva se assusta ao ver o rosto do menino manchado de lágrimas
- O que houve, amor? Por quê está chorando?
- A S/n, mamãe. E-ela, ela não gosta mais de mim.
- Por quê está dizendo isso, querido? O que aconteceu?
- Eu perguntei se ela queria se casar comigo e ela disse que não. - A mulher soltou uma risada com um leve suspiro de alívio.
- Querido, venha aqui- ela o pegou no colo, enxugando as lágrimas e acalmando o garoto.- A S/n está certa em não aceitar. Vocês só têm 6 anos, Tom. Não tem idade para se casar.
- Mas você e o papai me disseram que as pessoas se casam quando se amam. E eu amo a S/n, mamãe.
- Eu sei disso, querido. E tenho certeza que ela te ama também, mas casamento é só para adultos.
- Então, quando eu for adulto, posso me casar com ela?
- Com certeza, querido. Mas agora, se contente em ser apenas o melhor amigo dela, ok? - explicava calmamente ao filho.
- Ok, mamãe. Agora eu preciso ir. Tenho que me desculpar, porque gritei com ela.
- Tudo bem. Vá rápido e pode pegar algumas flores; ela vai gostar.
- Tá bom, mamãe. Obrigada- o garoto saiu saltitando em direção à sua melhor amiga.
Tom sorriu tristemente com a recordação. Ele se lembra perfeitamente de como seu eu de apenas 6 anos de idade, ficou quebrado quando S/n disse não para o seu pedido de casamento e de como ele teve que gastar suas economias para dar chocolates à garota por uma semana, como pedido de desculpas por ter sido tão idiota e gritado com ela (palavras da própria).
- Tom, saia daqui. Você não pode ver a noiva antes da hora; dá azar!
- Mas você está demorando muito, honey. E nem estamos nos casando de verdade, é só de brincadeira. - o garoto dizia atrás da porta, já um pouco impaciente.
- Eu sei, mas mesmo assim. Tenha um pouco de paciência, eu já estou terminando.
Ele bufou frustrado e saiu, sabendo que nada que do que ele dissesse faria diferença.
Tom sorria ao ver as fotos borradas daquele dia, tiradas por um Harry aspirante a fotógrafo.
Não demorou muito para que a "cerimônia" começasse.
Harry entrou com Charlotte e Sam com Olívia; eles eram padrinhos. Paddy era o florista. Logo depois, veio você acompanhada de Haz.
Usava um vestido branco, saltos e maquiagem de sua mãe; estava uma bagunça. Mas uma bela bagunça na visão de Tom. Ele tinha consciência de que não passava de uma brincadeira, mas no fundo ele queria que isso acontecesse de fato.
Haz celebrou a cerimônia e depois vocês trocaram as alianças de brinquedo, levadas ao altar por Tessa. Vocês repetiram as palavras que Haz dizia e no final, deram um selinho rápido, mas que foi suficiente para trazer à tona as famosas borboletas no estômago.
Você e Tom tinham 12 anos. Era verão e estavam entediados. Foi quando você teve a ideia de brincar de casamento no lindo jardim dos Holland. Ótimo cenário para um casamento não é?
Era noite de natal. Os Holland e os S/s estavam reunidos como de costume; comemorar o natal juntos, era uma tradição que já estava completando pouco mais de 10 anos.
- Baby, você está bem? - S/n pergunta ao notar o nervosismo de Tom. Vocês já tinham 18 anos e namoravam há 2.
- Tudo ótimo, darling. Tudo na mais perfeita ordem.
Mentira! Ele estava a ponto de entrar em colapso. Era um passo importante no relacionamento de vocês.
Tom já havia pedido a permissão do seu pai, que achou uma loucura, mas permitiu sabendo que Tom faria isso de qualquer maneira. Ele fez todo aquele discurso clichê de pai, fazendo Tom prometer que cuidaria de você, mas era só pra manter as formalidades. Ele sabia o quanto Tom te amava e fazia feliz.
Chegou a hora da troca de presentes. Tom foi o último, te deixando ansiosa, para dizer o mínimo.
- Linda, preciso que você feche os olhos e só abra quando eu disser, tá bom?
- Tá bom!!! - Você dizia animadamente
Tom respirou fundo e com o incentivo de todos ali presentes, fez o que estava preparando há tempos.
- Pode abrir, amor.
