12:00
Eu estava extremamente nervoso, suando frio. Tinha que dar certo; minha S/n precisava sair dali ilesa.- Hey, Tom. Tá aí, cara? Você está pronto? - Ouço Haz perguntar pelo fone de ouvido que estava usando, aquele típico dos espiões que vemos nos filmes.
- Sim, sim. Estou aqui.
- Cara, eu sei que é difícil, mas você precisa focar e manter a calma se quiser que dê certo, ok? - Ele dizia calmamente.
- Ok, ok. Concentração, Tom.Com passos largos e pesados, fui até o local que Stano havia dito. Era um galpão abandonado, afastado da cidade. Eu conhecia muito bem aquele espaço; pertencia ao mafioso para quem eu e Stano trabalhávamos antes, mas não era mais utilizado há anos. Nomeamos de matadouro, porque era lá que o chefe acertava as contas com as pessoas. Foi ali que Alexander viu seu irmão morrer e eu já deveria saber que ele usaria aquele lugar para me atingir.
- Bem na hora, Holland. - Ouvir aquela voz me fez estremecer. - Sei que você é um homem inteligente, então, nem vou perguntar se veio acompanhado.
- Onde ela está, Stano? Eu estou aqui não estou? Então, quero vê-la.
- Ei, ei, ei - ele disse rindo - Vamos com calma.
Chamou alguns dos seus homens. Eles eram altos e bem mais fortes que eu.- Tirem tudo - ordenou Alexander. Os homens se aproximaram, me colocaram contra uma parede e começaram a me revistar; retiraram de mim todas as armas e a escuta.
- O quê? O que você está fazendo? Me soltem! - gritei
- Muito esperto, Holland. Mas isso vai ser do meu jeito.
Foi a última coisa que eu ouvi e então, apaguei._____________________________________________
Abri meus olhos devagar; minha cabeça doía.
Estava numa sala escura, a única fonte de luz era uma lâmpada fraca. Tentei me mexer na cadeira e só então percebi que estava amarrado.- Socorro, socorro. Alguém me tira daqui. Stano, seu miserável, cadê você? - eu gritava, enquanto tentava me soltar daquelas cordas.
- Finalmente, Holland. Você ficou apagado por 2h. Meus homens fizeram um bom trabalho.
- Pare de enrolação, Alexander. Onde está a S/n? Eu quero vê-la.
- Tenha calma, Holland. Você já vai ver sua namoradinha. Pode trazê-la. - Ele gritou.
Um de seus capangas, entrou com a S/n. Ela também estava com a cabeça coberta e as mãos amarradas. O homem a guiou até a cadeira e ela se sentou. Ele tirou o capuz e ela respirou fundo. Estava com o rosto manchado de lágrimas e demorou alguns segundos até que percebesse minha presença. Seu olhar demonstrava pavor e meu coração se apertava ao vê-la ali, tão vulnerável, e o pior: não havia nada que eu pudesse fazer.- Stanley?
- Oi! Oi, minha linda. Você vai ficar bem, tá bom? Vai ficar tudo bem.
- O que eles querem comigo, Stan? Eu não fiz nada. E você, por que está aqui também? O que está acontecendo?
- Ei, princesa. Eu sei que é muita coisa pra você, mas tenta ficar calma, tá bom? Você vai sair daqui, eu prometo. Só confia em mim, ok? - Ela assentiu nervosamente.
- Ok, ok, tudo isso é muito lindo, mas vamos ao que interessa. - Ele ficou em pé ao lado dela. - Você se lembra muito bem do que aconteceu aqui não é, Tom?- S/n o olhou intrigada. - Meu irmão era só um garoto inocente e por sua causa, Holland - falou com ênfase - ele morreu. E aqui, nesta sala, no mesmo lugar em que eu sofri e que meu irmão foi morto, você vai ver a sua namoradinha morrer.
- Não, não! Alexander, por favor, faça o que quiser comigo, mas não machuque-a. Ela não tem nada a ver com isso. - eu disse desesperado.
- Eu não ganharia nada machucando você, Thomas. Quero te ver sentindo a mesma dor que eu senti. Eu vou matá-la lentamente e você vai ver cada centímetro da sua amada sendo dolorosamente destruído.
- Alexander, por favor! Olha só, me mata, pode me torturar, faz o que você quiser, mas deixe-a ir. - Eu dizia com lágrimas no rosto. Nesse momento, não me importava com mais nada. Só queria que a S/n ficasse bem e, se para isso eu tivesse que me humilhar para o Alexander ou mesmo ser morto por ele, eu faria.
- Cala a boca, Thomas. Cala a droga da sua boca. - ele gritou descontrolado.
- Olha só, eu daria um tempo pra vocês se despedirem, mas você me fez ficar com muita raiva, Thomas, e agora mesmo eu vou matar essa garota.Eu nem tinha mais palavras, só conseguia chorar. Olhava para S/n e vinha à minha memória todos os nossos momentos e como fomos felizes nos 2 anos que ficamos juntos.
Olhei profundamente em seus olhos, enquanto sussurrava: - Meu amor, me perdoa, por favor.Alexander começou com sua série de torturas; primeiro desferindo tapas que logo evoluíram para socos os quais ficavam cada vez mais fortes.
Covarde!
O rosto da S/n estava completamente ensaguentado e machucado; ela já estava desacordada.- Eu não vou mais protelar isso, Holland. Prepare-se para ver os miolos da sua namorada estourados bem na sua frente e viver com a dor do remorso, de saber que tudo isso é culpa sua.
Ele então pegou sua arma, engatilhou e apontou para a cabeça da S/n. Fechei os olhos, pois não aguentaria ver aquilo. E então eu ouvi um disparo.
Eu chorei; chorei como nunca antes e por longos minutos.Abri meus olhos lentamente e me surpreendi com a cena à minha frente: o corpo de Alexander no chão, ensaguentado.
O homem que havia trazido a S/n, estava com a arma apontada para Stano e fez mais cinco disparos contra o corpo, já sem vida, como se quisesse ter certeza do que havia feito. Eu estava em choque. Num momento, fechei os olhos para não ver a morte do amor da minha vida e no outro, vi o seu algoz ser morto.
- Está feito!
- Meu Deus! Meu Deus! O que você fez, cara?
- Fiz o que tinha que ser feito.
- M-mas como assim? Ele era seu chefe.
- Sim, mas ele era um tirano, um covarde. Depois de alguns segundos em silêncio ele disse:
- Sabe, garoto, eu tinha uma filha. Ela tinha a idade da sua namorada e se parecia tanto com ela - Seus olhos já estavam marejados. - Eu fiquei desempregado e a minha esposa sozinha não dava conta de tudo. Não conseguia encontrar trabalho, então, peguei dinheiro emprestado com o Stano. A dívida foi acumulando e eu não tinha como pagar. Ele pegou a minha filha e a matou na minha frente, - a dor era evidente na sua voz - tive que começar a trabalhar para ele em troca da segurança da minha esposa e dos meus outros filhos. Eu já planejava me vingar dele há muito tempo e hoje foi a oportunidade perfeita. Essa garota, e-ela me deu coragem. É como se eu tivesse vendo a minha filha e impedir que a sua namorada morra, rapaz, foi a minha forma de vingar a morte da Mônica; esse era o nome dela. - Ele suspirou aliviado. - Agora, deixa eu tirar você daí. Precisamos levá-la a um hospital rápido.Ele me desamarrou e imediatamente corri até a S/n.
- Nós conseguimos, princesa. Vamos sair daqui e vamos ficar bem.O homem que descobri se chamar Desmond, me ajudou a carregá-la até o lado de fora. Os outros capangas? Eu não sei onde estavam e na verdade, pouco me importava. Já do lado de fora eu encontrei Haz que estava completamente atordoado.
- Cara, pelo amor de Deus, o que aconteceu? Cadê sua escuta, suas armas? Meu Deus, o que houve com a S/n?
- Haz, não dá tempo de explicar agora, preciso que você nos leve para um hospital.
- Tá, tá, vamos!
Ele me ajudou a colocar a S/n no banco de trás.- Desmond, eu não sei como te agradecer por tudo isso, e-eu...
- Garoto, não precisa agradecer, era o certo a fazer. - Nos abraçamos e eu deixei algumas lágrimas escaparem.
- Está tudo bem agora. Se cuide e cuide dessa garota. Sejam felizes. O amor de vocês é puro, eu sei bem reconhecer um quando vejo.Eu sorri sinceramente, com alívio, e entrei no carro rumo ao hospital.
Agora tudo parece que vai ficar bem. Finalmente.___________________________________________
Oi, minhas leitoras lindas. Tudo bem?
Que sufoco hein? Mas ainda bem que deu tudo certo (eu acho 😳)
Até o próximo capítulo que, provavelmente, será o último!
Se você está gostando, deixe seu voto e comentário! Beijinhos❤️❤️😘
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