Lenços? É bom vcs terem
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É entranho. O gosto da felicidade é diferente mesmo eu ainda não conseguindo senti-lo por completo. A dor diária do meu peito está esvaziando como uma bexiga mal amarrada.
Os pesadelos, eu nem sei mais o que são eles. Durmo como se tivesse tomado dezenas de sonífero e acordo maravilhosamente bem, com ela exatamente ao meu lado.
O café da manhã vira uma bagunça de comidas, parece que sempre estamos em uma competição para ver quem prepara algo mais rápido. Any sempre perde no desafio, mas ela acha que sempre ganha.
Seu sorriso aberto me faz perceber que ela, assim como eu, está mais leve com tudo. Mas sinto que somos uma pena flutuando perto de perder o encanto em um lago gelado.
Tento não pensar nisso, quero pensar que estou vivendo como queria. Me salvando como deveria.
Lembro-me do almoço que tive com meus pais há algumas semanas. A forma como seus olhos brilharam ao me verem, sem ao menos terem um motivo para aquilo.
Noah me olhava pelo canto do olho, a face dura observando o celular como se estivesse vendo algo importante. A cara fechada se foi assim que bagunçei seu cabelo arrumado, levei um tapa por isso, mas recebi um cumprimento agradável da parte dele.
Joalin balbuciava algo vendo os bichinhos girarem em cima dela. Abriu um sorriso banguela imenso quando eu apareci no seu campo de visão, chutou descoordenada o ar, e entendi que essa foi a sua pequena forma de dizer olá.
A minha família está feliz, isso me deixa feliz. Minha mãe não cheira mais a minha roupa quando passo pela porta, e meu pai não tem mais que se preocupar se vou conseguir subir a escada sozinho. Noah está bem mais concentrado na faculdade e, eu, não incomodo mais eles nenhum pouco.
É loucura passar por essa praça e pensar que em meses atrás, eu estava vendo ela ser banhada por lixo, molhada por resto de refrigerante em um tarde fria. Nunca imaginaria que seria naquele dia, que minha vida voltaria a andar nos trilhos pouco a pouco. Que poderia começar a proteger alguém que não fosse eu mesmo das crueldades que as pessoas trazem para o mundo.
Volto a observar a minha frente quando meus pensamentos dissolvem no ar. Poucas crianças correm por aqui hoje, por incrível que pareça, idosos enchem os bancos, e somente alguns casais estão observando seus filhos brincando.
- Você quer ir ver os filhotinhos que o tio tem no carro?- ouço o homem perguntar para garotinha na sua frente.
Ela concorda alegre, dizendo que adora filhotes de cachorrinhos. A inocência da criança é tão grande que, por um momento, a vi ir para uma direção como se realmente soubesse onde está o carro. Meu estômago embrulhou quando vi ele segurar a mão dela e começar a movê-la para outra direção.
Corro até onde eles estão e seguro o braço da menina, a puxando para perto de mim. Um ato tolo, ele pode ter uma arma agora.
- O que você pensa que está fazendo?!- o cara grita.
- É melhor você ficar longe da criança e dar o fora daqui, antes que eu arrebente a sua cara.
- Ela está comigo!- ele diz nervoso quando me agacho para ficar na altura dela.
- Tudo bem?- pergunto.
- Sim, ele vai me levar ver os cachorrinhos dele!- comenta alegre.
- E onde estão seus pais?
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De repente... Você!
FanfictionCorações machucados é isso que eles tem. Almas machucadas é o que enchem os corpos deles. Sentimentos guardados, lágrimas poucas vezes derramadas. Um motivo para o ódio. Todos os motivos para o medo. Sorrisos falsos sendo mostrados para pouca parte...