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Duas semanas se passaram. A normalidade do dia a dia é confortante. Meus olhos estão fixos na tela do celular, observando cada detalhe na passagem que comprei a poucos minutos.
Meu coração acelera quando ouço a porta fechar, Any sorri pendurando o casaco no cabideiro, as bochechas e o nariz vermelho pelo frio do lado de fora. Luck corre em sua direção, o rabo abanando de um lado para o outro. Seu pouco tamanho faz com que seus pulos não passem do joelho dela.
- Oi meu amor, você não fez bagunça hoje, não é?- fala se abaixando para poder fazer carinho nele- Sei que você foi um bom menino.
Mas Luck fez bagunça, pegou um rolo de papel higiênico e saiu triturando ele pela sala. Tive que limpar tudo antes que ela chegasse.
- Acho que semana que vem a neve começa a cair.- diz se aproximando por trás do sofá.
Não tenho tempo para reagir quando ela leva a minha cabeça para trás e me dá um selinho rápido e depois beija a minha testa.
- O que você está fazendo aí?- pergunta apontando a cabeça para o celular- Se me disser que está comprando comida chinesa você vai ganhar um abraço.
- Bom, não terei abraços hoje então.- Any choraminga deitando em minhas pernas.
- Podemos comprar comida chinesa?
- Por que não, não é? O que não mata nos engorda.
Ela ri concordando, marquei em minha mente o som da sua risada e o seu sorriso gigantesco.
- Eu preciso te contar uma coisa.- murmuro mexendo em seu cabelo.
- É ruim?
- Um pouco.
- Ok, estou preparada. Qual é a bomba?
- Amanhã de manhã eu pego um vôo para Los Angeles.- digo rápido para não causar tanto impacto.
- Tá, qual é a verdade agora?- pergunta se sentando.
- Não é mentira, Any. Eu comprei uma passagem para Los Angeles para amanhã.
- E o que diabos você vai ir fazer nos Estados Unidos Joshua?
- Te dar espaço.- Any arregalou tanto os olhos que por segundos achei que eles sairiam para fora.
- Eu não pedi espaço em nenhum momento.- diz nervosa.
- Eu sei que não Any, mas... Você tem uma dependência emocional por mim que eu não gosto e quero concertar isso.
- D-dependência emocional? Você só pode estar de brincadeira!
- Ei, escute, você todo dia sorri aliviada quando chega do trabalho assim que me vê aqui, Any você está vivendo com medo que eu vá embora.
- Que é exatamente isso que você está fazendo agora!- fala se levantando, enxugando uma lágrima que escorreu por sua bochecha.
- Eu volto antes do natal.- digo a seguindo.
- Quem pode me garantir isso? Você?
- Está vendo? Any, eu quero que você volte a viver como antes, assim como você vivia antes de me conhecer. Eu não quero que você viva com medo princesa.
- Eu não vivo com medo.- sussurra se encostando na cadeira na cozinha.
- É exatamente assim que você vive Any. Você tem medo de chegar aqui e eu não estar, tem medo de acordar no meio da madrugada e eu não estar mais do seu lado. Você tenta fazer tudo na nossa relação ser perfeito, porque tem medo que eu discorde de algo e briguemos por isso. E sinceramente Any, eu quero que quando nos dois briguemos, você me mande catar coquinho e siga a sua vida sem pensar que por conta da briga eu vá embora.
- Eu faria isso em uma briga.- retruca se virando para voltar a me olhar.
- Princesa, se nós dois estivéssemos brigando agora, você iria dizer que está cansada e que vai tomar banho, e no momento em que trancar a porta do banheiro você vai chorar e se culpar pela briga. E no exato momento em que você sair, vai me procurar pelo apartamento inteiro vendo se eu não fui embora.
Pude ver a garganta de Any oscilando quando ela engoliu em seco. Os olhos ainda banhados pelas lágrimas não param de me fitar.
- Você não precisa sair da cidade,- diz voltando a caminhar para a sala- pode apenas voltar para casa dos seus pais, ou ficar em um hotel. Los Angeles é em outro país, e se eu precisar de você em algum momento? E se eu...
- Está vendo?- a interrompo- É exatamente disso que eu estou falando Any. Eu não quero que você precise de mim, não desse jeito que sei que você está pensando.
- Você está me deixando de novo.- ela sussurra parando no lugar.
- Não estou Any. Você pode me ligar a qualquer momento que precisar, eu irei atender a sua ligação. Pode me mandar mensagem todos os dias, prefiro que não faça isso, mas se você achar que é melhor assim, eu irei responder.
"Eu não estou fugindo como da outra vez, te prometo que volto antes do natal."- Josh, o natal é daqui a um mês.
- É o tempo que você precisa para ver que é o suficiente sem mim.
- Você não vai voltar de novo, Josh.- Any choraminga- Você está se despedindo.
- Querida, entenda uma coisa. Eu quero ser o seu destino favorito nos dias bons e ruins. Eu quero viver ao seu lado, mas primeiro quero que você volte a viver sem precisar de mim.
"Quero que quando eu voltar para casa, eu te pergunte como você está e a sua resposta seja que está verdadeiramente bem, mas acima de tudo, eu espero que a sua resposta seja que você está feliz e não fingir que está."Posso ver Any se partindo no meio bem na minha frente, e mais uma vez estou me odiando por isso. Em um borrão de passos eu vi ela se aproximando e um tapa estalar em meu rosto. Quase no mesmo segundo seus braços estão contornando a minha cintura, me apertando com toda a força que ela consegue ter.
- D-desculpe.
- Tudo bem, eu mereço.- digo acariciando suas costas.
Não faço ideia do que a sua mente está pensando agora. Consigo sentir seu coração acelerado em minha costela, acho que nunca o senti bater tão forte.
Coloco minhas mãos em seus ombros, afastando um pouco seu corpo do meu.
- Eu prometo que essa é a última vez que te faço chorar.- digo limpando as lágrimas que escorrem por suas bochechas- Eu não vou mais machucar o seu coração. Nunca mais.
- Você vai mesmo voltar, não é?
- Quando você menos esperar eu estarei aqui. É uma promessa que não irei quebrar.
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Há, por essa vcs não esperavam mesmo. Bom, só quem viu o trailer pq tem tudo no trailer
O tapa da Any, eu só lembrei da música: entre tapas e beijos, o amor que é desejo.
Votem e comentem
Até a próxima, Kyara!
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De repente... Você!
FanfictionCorações machucados é isso que eles tem. Almas machucadas é o que enchem os corpos deles. Sentimentos guardados, lágrimas poucas vezes derramadas. Um motivo para o ódio. Todos os motivos para o medo. Sorrisos falsos sendo mostrados para pouca parte...