Algumas passagens da vida deles depois do fim da minha au principal, uma série de one-shots da vida e cotidiano de Azriel e Gwyn. Capítulos podem ler lidos individualmente e em qualquer ordem.
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Assim que vê o telefone tocar em cima da mesa e o nome dela brilha na tela, soltou um suspiro. Se esqueceu de ligar e dizer que teriam uma mudança de planos, já eram sete da tarde e era para estar chegando em casa agora.
- Oi meu amor - ele atendeu não tão animado quanto queria, deixou a voz soar cansada como se sentia.
- Boa noite, amor - ela estava alegre, sua voz quase entrecortada com a respiração mais rápida, podia ver em sua mente o sorriso largo, os olhos brilhantes e a animação do rosto dela - você já está chegando? Não que eu queira te apressar, mas quero programar direitinho quando o jantar vai ficar pronto...
Respirou fundo, prestes a fazer algo que odiava. De novo.
- Não estou voltando hoje, meu amor, me desculpe.
Cada segundo que ela passava em silêncio ele via a animação desbotar.
- Não? - o tom mais baixo.
- Preciso estar presente em uma reunião amanhã de manhã - pode escuta-la soltar uma respiração mais pesada - me perdoe por desmarcar de novo.
- Sábado de manhã? - podia vê-la franzindo o nariz e juntando as sobrancelhas.
- O investidor teve um imprevisto e não pode vir hoje, não podemos deixar só para a próxima semana que eu vier.
- Entendi - nada mais animado nela.
- Você pode me perdoar?
- Não preciso te perdoar por uma coisa que não estava no seu controle, seu trabalho é importante, está tudo bem, Azriel.
- Nosso jantar também é importante...
- Vamos ter muitos jantares ainda, Azriel, não é como se você vivesse desmarcando comigo...
- Você está chateada - declara dramaticamente.
- Por que acha isso? - parecia menos aborrecido, o tom dela voltando a ficar normal e doce.
- Eu não acho, eu sei - deixou-se soar um pouco mais presunçoso, poderia deixar a conversa mais leve assim.
- Ok - estava mais divertida agora - fique aí com a sua certeza então, Shadowsinger...
- Agora sim, Berdara - deixou o meio sorriso crescer - posso sentir que serei perdoado.
- Está tudo bem, de verdade, nem tinha começado nada ainda - tenta disfarçar a quebra de expectativa, mas não parece tão ruim quanto antes.
- Não? - tentou traze-la novamente para um lado mais leve.
- Não - ela foi ainda menos firme na resposta.
- Eu acho que tinha sim - deu seu máximo para soar divertido.
- Talvez - ela soltou como geralmente fazia quando desistia de ir contra ele, o que normalmente demorava muito mais que isso.
