Algumas passagens da vida deles depois do fim da minha au principal, uma série de one-shots da vida e cotidiano de Azriel e Gwyn. Capítulos podem ler lidos individualmente e em qualquer ordem.
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Isso estava pior a cada segundo. Ele estava completamente errado.
Sentou mais uma vez no terraço do prédio, na mesma cadeira que sempre usava, tantas noites ali, vendo e cotando as mesma estrelas.
O que você diz sobre Gwyn?
Essa foi a última pergunta que Madja fez a ele antes de deixar o consultório, não conseguia pensar em como responder a pergunta. Até três dias atrás tinha quase certeza do que ela era uma espécie de amiga? Era alguém que ele podia passar horas apenas observando falar ou ler, era alguém que tinha conversas completamente aleatórias, mas que de algum jeito pareciam importantes, era alguém que o tirava do vazio de si mesmo, alguém que o intrigava, que o distraia da confusão interna que sempre viveu.
Era apenas isso. Era uma bela distração.
Mas aí ela ficou três tardes sem aparecer na cafeteria, e ele sentiu um tipo diferente de vazio, não era o mesmo que Azriel tanto estava acostumado, não era uma indiferença infinita, era algo desconfortável. Sempre ficou no sentimento de que faltava algo, que queria algo, e naqueles dias era outra vazio, era como se tivesse perdido uma parte que já tinha.
Gwyn não era um distração.
Ele estava sendo idiota.
Claro que estava, ela o fazia sentir tudo, o deixava feliz, com os cometários que fazia, com as conversas, com os olhares, ele finalmente foi visto, ela já sabia coisas sobre ele, fazia pedidos para ele antes de que ele chegasse no café, sabia o momento certo de perguntar e parar, podia falar com ela e nunca sentiu nada além de alívio.
Ele gostava dela, do jeito como falava e pensava, da maneira como corava, das sardas e do castanho avermelhado, sentia que podia respirar quando olhava o azul-esverdeado, respirava mesmo quando sentia que estava se afogando neles. Se fosse completamente aberto com ela, ela seria de volta? Ela poderia confiar nele nesse ponto? Se levantasse e fosse naquele momento beija-la, será que se sentiria livre? Ele a faria se sentir livre?
Deveria ter se importado mais com o que estava dando a ela, deveria ter se certificado que ela ficasse confortável e aliviada como ele estava, era o mínimo.
Era isso que Madja queria dizer.
Gwyn deveria saber da importância que tinha para ele. Como pôde demorar tanto para realizar aquilo? Deveria falar várias coisas bonitas para ela, deveria deixa-la bem, exatamente como ele se sentia.
Isso o fez respirar fundo, e com isso percebeu que seu coração estava mais acelerado, sua respiração, na verdade não estava nada regular, ele se sentia ansioso, nervoso e perdido. Uma pequena realização, que teria que guardar mais um pouco para si, pois não poderia fazer nada no momento além de pensar, porque foi burro o suficiente para nunca pegar o telefone dela, nunca perguntou onde ela morava, céus, para alguém que começou a estudar em um café pela companhia dela, Azriel foi extremamente frio.
