Capítulo 4

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××× Brunna Gonçalves ×××

Estava zonza quando abri meus olhos vagarosamente, bocejando e me esticando.

-- Ah, você acordou! - Pulei de susto, vendo uma menina familiar na minha frente.

-- O papai saiu há pouco, junto com a minha tia. Posso chamá-los, se quiser.

-- Quem é você? - Percebi que tinha um cobertor escuro a minha volta, eu me encolhi mais, percebendo que esse era o escritório de gabriel.

-- Natalie. Mas pode me chamar de Nat. - Desencostei os lábios.

-- Você a filha do gabriel?

-- Sim. - Ela sorriu. - E você?

-- Eu sou Brunna. A dançarina aqui da boate.

-- Ah, sim! - Ela sorriu, se ajeitando e se sentando na poltrona vermelha em frente a Brunna. - Meu pai fala de você. E minha tia gostou bastante da sua dança aquela vez.

-- Sua tia? - Brunna ergueu uma sombrancelha.

-- É. A Ludmilla! Deve conhecê-la. - Arregalei os olhos, engasgando e tossindo. Natalie me olhou com uma careta.

-- Tá tudo bem?

-- Sim... - cof - Eu estou ótima. É só que...

-- Na verdade, Marcos é meu outro pai, e ele considera Ludmilla como sua irmã. Então...

-- Entendi. - Assenti. Prendendo meu cabelo em um coque. - Marcos é o namorado do gabriel, não é?

-- Uhum. - Ela sorriu.

-- Entendi...

-- Você parece triste - Observou a garota. Colocando o cabelo curto platinado para o lado e piscando seus olhos enormes azuis para mim. - O quê aconteceu?

-- Eu briguei com a minha mãe, e perdi meu melhor amigo. - Disse, olhando para o chão.

-- Eu brigo com meus pais às vezes. É um saco. - ela ajeitou o moletom branco. - Quem era seu melhor amigo? - Eu ri, sem graça.

-- Era um cachorrinho de rua. Eu cuidei dele por anos... desde que... desde sempre. - Respirei fundo, levantando meus olhos para a garota. - Eu sou um pouco solitária.

-- Não seja por isso. - Ela abriu seu sorriso mais radiante. - Eu gostaria de ser sua amiga! -Eu ri.

-- É mesmo?

-- Claro. - Natalie piscou. - É para isso que servem os amigos. - Nos encaramos e sorrimos. Ela era um amor.

-- Natalie voc... - Ludmilla congelou na porta. - Ah, você está acordada.

-- Como pode ver. - Sorri, irônica. Natalie deu uma risadinha. Ludmilla revirou os olhos.

-- Um "obrigado por não deixar eu bater a cara no chão" estaria de bom tamanho. - Ergui as sombrancelhas, confusa.

-- Ludmilla te pegou quando desmaiou. - Explicou Natalie. - Eu fiquei sabendo assim que te trouxeram para o escritório do meu pai. Então te vigiei. - Brunna assentiu.

-- Obrigada. - Disse a Ludmilla.A morena apenas a observou, fazendo-a ruborizar.

-- Sabe por quê desmaiou?

-- Eu não comi nada o dia todo. - Expliquei a Natalie. - E nem jantei ontem, também. Então...

-- Você é muito inconsequente. - Eu e a menina olhamos para Ludmilla, ainda parado na porta.

THE GIRL (GIP)Onde histórias criam vida. Descubra agora