××× Ludmilla Oliveira ×××Não parei de ir na boate sempre no mesmo lugar por uma semana. Era uma rotina na qual me apeguei. Seus movimentos me deixavam louca para tê-la. Tocá-la. Fazê-la se movimentar daquele modo na minha cama.
Devora-la com o olhar enquanto ela descia, subia rebolava no pole dance. Nunca perdíamos o contato visual. O sangue ferveu quando ela desceu de costas, subindo com a bunda empinada. Minha respiração acelerou e eu fiquei hipnotizada, vidrada e eu a mirava. Ela era minha presa esta noite.
Eu necessitava do seu toque no meu corpo. Daqueles lábios vermelhos entre os meus. Para depois eu ficar olhando aquela cinturinha se movendo o resto da noite. Seu olhar era o isqueiro e eu a gasolina. Meu corpo pegava fogo, e eu a desejava intensamente. E eu não fazia ideia do porquê.
××× Brunna Gonçalves ×××
Depois da apresentação, eu ia embora. E no outro dia ela estaria lá. No mesmo lugar. Ela nunca dizia nada, mas eu sempre conseguia saber o que queria. A mim. E eu também a queria.
-- Brunna! Graças a Deus! - Tessa apareceu na minha frente. Espantei meus pensamentos, ficando corada.
-- Tessa! Oi! - Ri, nervosa.
-- Pode fazer um favor? - Os olhos dela estavam enormes.
-- Claro. - Tessa já havia feito muito por mim. E era uma pessoa amável.
-- Pode servir no meu turno, hoje? - Perguntou ela. - Preciso levar Jess ao médico. E você sabe como ela é.
-- Pode deixar. - Peguei a bandeja de sua mão.
-- Fique com as gorjetas! - Exclamou ela e saiu correndo para dentro.
Sorri comigo mesma e suspirei, entrando na balada. Sentindo meu estômago dar voltas ao ver a primeira mesa que me chamou. Era ela.
Respirei fundo e tentei esconder o efeito que seus olhos causavam em mim. Como ela toda mexia comigo e me deixava sem ar. Mordi o lábio nervosa, parando em frente a ela. A mulher apenas me olhava. Tomou seu último gole de uísque e eu finalmente decidi tomar uma atitude.
-- Deseja algo? - Perguntei, distribuindo o peso nas pernas.
-- Duas doses de uísque e seu número, por favor. - Respondeu ela, galanteadora. Respirei fundo e segurei a vontade de rir de nervosa. No fim dei uma risadinha e dei meia volta, indo para o bar, pedindo as duas doses de uísque.
Voltei a mesa, colocando os dois copos em sua frente. Ela sorriu e me estendeu o celular. Deixei a bandeja na mesa e disfarcei a forma que tremia ou queria rir. Digitei meu número e a entreguei.
-- Pode me chamar de Brunna. - Disse, por fim.
-- Ludmilla. - Anuiu.
-- Prazer, Ludmilla. - Tentei parecer simpática. Fingindo que aquilo era algo natural para mim e não a primeira vez.
-- O prazer vai ser todo nosso. - Disse me olhando dos pés a cabeça, dando um sorriso safado. Ri e corei, comprimindo os lábios e desviando o olhar.
-- Por que não me acompanha? - Ela estendeu um copo para mim.
-- Eu... - Gaguejei, praguejando. - Eu não sei se posso.
-- Vamos, eu não vou te morder. - Ela sorriu lentamente, colocando o copo na minha mão. - Não ainda, pelo menos.
Dei outra risadinha e aceitei, tomando um gole bom, sentindo a bebida queimar em minha garganta.