××× Brunna Gonçalves ×××
Acordei passando mal, tentei me sentar na cama, e tudo ficou escuro de repente. Meus estômagos se revirou e eu senti toda a força se esvair do meu corpo com um suspiro. Sentia que ia desmaiar a qualquer instante e me deitei novamente, não tendo forças nem para cobrir meus seios com o lençol.
-- Ludmilla... - Tentei chamá-la, com a voz arrastada. - Ludmilla. - Tentei mais uma vez, mas ela ainda continuava dormindo. E roncando baixinho.
Odiava ter que acordá-la, mas precisava de ajuda. Não sabia o que estava acontecendo, e estava apavorada daquilo causa algo para o bebê. Com isso, meu desespero só aumentou. E eu comecei a chorar, muito. Eu soluçava, as lágrimas não paravam de cair e minha respiração falhava. Não tinha ar suficiente indo para os meus pulmões.
Eu comecei a tremer, meus ombros em convulsão enquanto eu chorava sem parar. Eu ia perder meu bebê. Eu ia perder a coisa que mais importava pra mim no mundo, e não podia fazer nada. Ele estava em perigo dentro de mim, imagine fora? Eu era uma péssima mãe. Não conseguia respirar direito, e morri de medo daquilo influenciar na respiração do bebê.
Tentei começar a respirar fundo, mas não conseguia, o pavor me mergulhou em um balde. Senti que meus pés e minhas mãos estavam frios. E que eu convulsionava de tanto chorar. Não conseguia... Não...
-- Brunna? - Ludmilla bocejou, e então se sentou na cama, e quando viu o estado que eu me encontrava, se virou rapidamente. - Calma, shh, se acalma.
-- E-E-Eu n-não cons-sigo. N-Não... - Fiz força para respirar, fazendo um barulho alto, e sentindo minha visão escurecer dos lados. Isso me apavorou mais ainda. - S-S-Salva o bbebê.
-- Brunna?! O quê?! - Ludmilla se sentou de joelhos na cama, me ajudando a deitar sobre seu peito. Eu não tinha força para me movimentar. Era perturbador. - Meu Deus você tá gelada.
Sua voz estava baixa, e sumindo no horizonte. Minhas pálpebras pareciam muito, muito pesadas.
-- Brunna. Psiu. Ei. - Ela deu dois tapinhas no meu rosto. - Se acalma.
Minha cabeça despencou para o lado, e eu fechei os olhos. Era mais forte do que eu.
-- Puta merda, Brunna. - Ela segurou meu rosto. - Abre os olhos. Abre. Por favor.
Abri um olho, não conseguia parar de piscar. A luz da manhã era muito forte.
-- Você tá mole. Caralho, puta que paril. - Então ela olhou para a porta e começou a gritar. - Marcos! Marcos! Que merda, caralho. MARCOS! MARCOS!
××× Ludmilla Oliveira×××
-- Ludmilla? O quê... - Marcos abriu a porta, e pareceu chocado com a cena. Arregalou os olhos e pareceu que iria falar alguma coisa.
-- Chama a merda de uma ambulância! - Gritei. - Agora! - Me virei para a loira no meu colo, tentando cobri-la mais com o lençol. - Brunna, fala comigo. Ei. Ei. Aqui!
-- Hum... - Ela fazia força para respirar, e estava totalmente mole e gelada. Fez um barulho sufocado, tentando levar ar aos pulmões.
Eu estava em pânico. Nunca tinha ficado tão em pânico assim. Precisava salvar Brunna, do que quer que ela estivesse tendo. Ergui mais seu corpo e tentei fazer com que ela respirasse, mas nada adiantava. Então ela começou a chorar em desespero.
-- CHAMA A MERDA DA AMBULÂNCIA CARALHO! - Berrei, Paty, Gabriel e Natalie apareceram na porta.
-- É mais rápido se a gente levar ela, tá? - Disse meu melhor amigo, chegando perto. - Se veste, eu fico com ela.