××× Brunna Gonçalves ×××
Estava esquentando a água, para fazer café com uma mão, enquanto Michell ocupava meu outro braço.
Graças ao meu amorzinho, eu acordava bem cedo agora. Tinha uma rotina própria com ele e Ludmilla. Acordávamos por volta das seis, quando o Sol surgia. Então eu dava de mamar, e depois Michell cochilava mais uns minutinhos, enquanto eu tomava um banho rápido para acordar de vez. Então dava banho nele. E ele começou a adorar quando Lumilla o segurava e me ajudava. Ele tinha um corpinho pequeno, não deveria ser difícil poxa, mas era.
Porém nesta queridíssima manhã não tive apoio da morena - que estava aqui com Marcos e Gabriel há mais de uma semana, fiquei até surpresa pela quantidade de tempo, e pensava o tempo todo que ela iria embora do nada, como das outras vezes. Ludmilla tinha consertado o ar condicionado de seu quarto, o de Natalie e de Paty, que tinham dado pau já há um tempinho atrás. E além disso tinha saído para caminhar com Marcos, Gabriel e Natalie
e estava acabada.Então a morena estava dormindo essa hora, enquanto a sua copia menor estava no meu braço esquerdo, com os olhos bem abertos, vendo eu desligar o fogão e ir atrás do pó de café.
Tive que deixar Mihell no carrinho por menos de um minuto para passar o café, pois era perigoso a água quente respingar nele, e ele começou a chorar, e berrar, como nas primeiras noites que notou que estava dormindo no bercinho, e não na minha cama comigo do lado .
-- Shhh... Shhh... - Peguei-o no colo depois de passar o café. - Você tá ficando mal acostumado. - Disse dando um beijinho de esquimó no meu filho, que agora estava sorridente. - Você gosta de ficar agarrado na mamãe, né? Você gosta! Seu safado!
Rindo, comecei a balançar com ele pela cozinha, enquanto pegava o açúcar no armário e a manteiga na geladeira. Michell balbuciava no meu colo, e babava muito. Por isso tínhamos sempre um paninho em mãos.
Amava ser mãe. Era minha vida agora e eu não trocaria por nada, nunca. Michell era meu mundo. Sua risada alegrava meus dias e seus olhos grandes e azuis me faziam me apaixonar cada vez mais pela criaturinha perfeita que tinha saído de mim. Ele era minha salvação
-- Bom dia. - Ludmilla apareceu na cozinha, bocejando. - Como vai o grudinho?
-- Bom dia. - Disse para a morena, passando Michell para ela assim que o bebê começou a se remexer no meu colo. Michell adorava Ludmilla, adorava passar os dedinhos pelo resto dela, e as caretas que Ludmilla fazia. Michell gargalhava em seu colo. Era a coisa mais linda de ver.
-- Oi garotão. - Ludmilla beijou Michell na cabeça. Os cabelos morenos ficando desarrumados.
-- Ei! Eu tinha arrumado. - Fiz um bico.
-- Verdade. Para o quê vocês estão tão bem arrumados?
-- Michell vai tomar a primeira vacina hoje. - Disse arrumando o vestido que eu estava usando. Era bem fresquinho, de alça, e com um detalhe no decote como se amarrase na frente. - Daqui há uns vinte minutos.
-- Posso ir? - Perguntou ela.
-- Claro. Não te chamei porque você estava cansada. - Respondi, colocando o café na xícara e pegando ovos na geladeira.
-- Eu sempre tenho tempo para vocês.
Tempo para Michell. Meu coração pesou. Mas não deixei transparecer.
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-- Ludmilla...
-- Não!