Capitulo 24

639 71 2
                                    

××× Brunna Gonçalves×××.

-- Casamento? - Repetir, arqueando uma sobrancelha para Paty. pensando no trabalho, ambos atrás do balcão e servindo.

-- Sim! Vai ser no cartório. E uma festinha, só a gente mesmo. - Disse ela após servir duas doses de tequila.

-- A gente quem? - Perguntei, engolindo em seco. Não sei se estava preparada para encarar Ludmilla após o tempo que eu passei com ela.

-- Gabriel e Marcos, óbvio. Natalie, eu, você, Caio e Ludmilla.

Engoli em seco. Respirando fundo.

Fazia duas semanas quais não me encontramos com Ludmilla. E em três dias teria-la como se nada tivesse encar. Nunca.

Meu namoro com o Caio apenas decaiu. Fazia mais de um mês que a gente não transava - por pura culpa minha. Eu tinha tesão nele, não conseguia mais fingir. Nem que gostava de Caio.

Ele era uma pessoa tão maravilhosa e ideal...

Mas Ludmilla. Ela era o contrário do que eu necessitava. E mesmo assim, eu precisava dela também... Inferno de coração.

Acordei dos meus pensamentos, fazendo uma sangria e dando para uma mulher sentada no bar, que havia pedido há alguns minutos.

-- Você vai, né? - Paty perguntou retoricamente.

-- Me mostra uma tetinha gostosa, e eu te dou um aumento. - Disse uma cara, meio bêbado no balcão.

Paty revirou os olhos e mostrou o dedo do meio.

-- Vai pro inferno.

E no fim, eu iria no casamento. E talvez pro inferno também.

××× Ludmilla Oliveira ×××

Marcos estava me ligando pelo que parecia u terceira vez em cinco minutos.

-- Caralho, que foi? - Atendo, puta. Odiava ser atrapalhada quando estava fazendo coisas importante. E, no momento, eu estava prestes a arrancar a cabeça de alguém.

-- Meu casamento é em menos de meia-hora! - Exclamou meu melhor amigo.

O casamento. O Bendito Casamento. Quando Marcos foi me contar sobre a decisão tomada por ele e Gabriel estava nervoso. Tremia mais que a porra de uma vara verde, e isso deixou tudo mais divertido. Pois Marcos tinha senso de humor quando 1: estava bêbado e 2: quando estava MUITO bêbado. Tirando isso era sério ou tempo todo, e de vez em quando soltava alguma piadinha sarcástica.

Fiquei sabendo que Brunna estaria lá, e só de pensar estava ansiosa.

Queria provar para ela que aquilo não tinha sido nada. Que tinha usado-a exatamente como ela me usou. Um brinquedo, uma distração. E manter a postura com Caio era difícil.Brunna havia estragada minha amizade de anos, estragos do meu cérebro.(que pensava nela a cada cinco segundos) e o pior, estragado meu pau. Só conseguia ficar dura pensando nela, e só conseguia gozar se minha mente estivesse certa de que era Brunna. E não uma mulher aleatória que eu tinha achado pra preencher o vazio imenso que eu estava sentindo.

Odiava Brunna.

Odiava querê-la.

Odiava o modo como seu perfume provoca coisas indescritíveis na minha mente, e odiava mais ainda como sua presença mexia com o meu peito e meu baixo ventre.

-- Vou estar ai. -Desliguei, quando um dos caras do que trabalhavam pra mim trouxe o desgraçado - Feche a porta . - Disse a Mathias. Ele obedeceu, e Cooper se ajoelhou, choramingando.

-- P-Por favor.

-- Eu dei a porra de uma ordem expressa para não vender para Mia Gonçalves. - Levantei e bati na mesa. - A PORRA DE UMA ORDEM EXPRESSA.

-- E-eu sei só q...

-- Só que você vsi sofrer as consequências. E bem pior que as anteriores . - Me abaixei no chão, engatilhando a pistola. - Sabe onde está Mia Gonçalves?

Ele engoliu em seco. Lágrimas escorrendo de seus olhos.

-- N-Não... Não senhora.

-- ESTÁ MORTA! - Gritei, me virando e chutando minha mesa. - MORTA, PORRA!

Cooper começou a chorar.

Fechei os olhos, respirando fundo.

-- Mia está morta. Sabe como... ... como a filha dela se sente? Sabe como foi recebe- la encharcada em casa no meio da madrugada? Chorando? Vulnerável?

-- Como o quê? -u baixinho.

-- Como você é um ser humano desprezivel.

Descontando minha raiva em Cooper, atirei em sua nuca. Apenas uma vez só.

Abri a porta e chamei por Mathias, que arregalou os olhos ao ver o sangue e o corpo morto no meu escritório.

-- Limpe isso. - Disse apenas, e saí para o casamento de Marcos.

××× Brunna Gonçalves×××

O casamento emocionante. E a festa estava sendo divertida. Se eu não tivesse todos à minha volta por ter tido uma tontura.

-- Está bem mesmo?

-- Tô, Paty. - Me levantei. - Não é nada.

Tinha um mal-estar com frequência. Era um fato, já que eu quase não comia, não depois de tantas merdas. Eu só não sentia fome.

Ludmilla estava longe, até o momento que Caio foi ao banheiro. Ela voltou da varanda - onde foi fumar. E então me mirou e veio até mim. Parando ao meu lado, como se não estivéssemos conversando.

-- Eu descobri quem vendeu drogas pra sua mãe. - Sussurrou. Meu coração deu um pulo.

-- O quê? Quem é?

Ludmilla me passou o celular na foto de um cara caído, com uma bala na nuca. Sangue. Carne. Veias. Pelé. Morte.

Toda a comida que havia engolido voltou.

-- A pergunta certa é quem ele era . - Disse Ludmilla para mim.

Então eu só corri até o banheiro, e vomitei. De nojo, por meu estômago estar ruim e minha saúde estar pior ainda. O corpo e o sangue ainda pairavam nas minhas memórias frescas. Aquilo me arrepiou e me fez esvaziar o estômago novamente.

Nada pode piorar.

Estar com Caio era cômodo, e aceito por todos. Era fácil. Chato, entediante, porém era fácil. Enquanto Ludmilla era uma turbulência.

Só de pensar em me movimentar eu vomitei novamente.

Fechei os olhos e respiro fundo.

E sabia que minhas chances de ser feliz tinham escorrido pelos meus dedos.

Eu seria infeliz para sempre. Isso já era um fato para aceitar.

THE GIRL (GIP)Onde histórias criam vida. Descubra agora