××× Ludmilla Oliviera ×××
Me sentia usada. Era ridículo. Puta merda, era vergonhoso, ridículo e preferia morrer ao me sentir dessa forma. Mas era essa a verdade.
Depois de Brunna confessar que ainda estava com Caio. Toda a porra da mágica que existiu naquelas horas infinitas que ela passou aqui foram embora. Junto com ela. Enquanto ela catava suas coisas, eu continuava sentada na bancada. Eu nem consegui dar tchau em resposta quando ela foi. Não a olhei mais. Não conseguia.
Era ridículo, porque eu me sentia traída. Da pior forma possível.
Caralho, que merda Brunna tinha feito comigo?
Naquela noite, após cochilar na hidromassagem - e fumar três cigarros, para conseguir me acalmar um pouco - sonhei que comia Brunna. Comia com força, contra a parede. E enquanto ela gemia e gritava, eu gritava em resposta:
-- Diga que eu sou melhor que ele! - Exclamava a cada estocada. - Diz! Diz que eu sou melhor que o Caio!
E ela não disse.
Acordei, ainda mais puta. Não suportei ficar no meu apartamento. Não quando tudo me lembrava a Brunna.
Então decidi ir para casa do Marcos.
Levei meus cigarros e meu isqueiro para lá, junto comigo. Não suportava ficar no meu apartamento. Ele todo me lembrava Brunna, cheirava a Brunna. Eram memórias vívidas de Brunna. E eu queria morrer com isso.
Desci o elevador e entrei. A porta nunca estava trancada, igual a minha.
Fui na cozinha, procurar um dos uísques que Marcos tinha na prateleira mais alta da cozinha. Assim que quase enchi um copo, e ia me virar para ir até sua enorme e exuberante varanda, tomei um puta susto.
-- Natalie! Caralho! Você vai me matar!
Ela bufou, e abaixou o abajur que segurava como arma.
-- Achei que era um desconhecido, ladrão... sei lá.
-- Sou só eu. - Dei um gole no uísque, continuando meu caminho até a varanda.
-- Eu to vendo.
Lili me seguiu até lá. Apoiei meus braços e o copo no vidro que servia como muro de proteção. Acendi mais um cigarro, suguei e baforei, expirando todo ar que tinha nos meus pulmões.
-- Por está triste? - Perguntou Natalie.
-- Eu não tô triste.
-- Zangada?
-- Não tô zangada.
-- Chateada? - Apenas revirei os olhos, sugando novamente. - Magoada? O que aconteceu com a Brunna?
Ergui uma sobrancelha, surpresa.
-- Como sabe que ela está envolvida?
-- Eu não sabia. - Sorriu satisfeita, e eu quis jogá-la dali de cima.
Antes de abandonar a bituca de cigarro, suguei a última vez. E depois acendi outro.
-- Seu pulmão vai pra merda.
-- Ah, é? - Debochei.
-- Vai ter que falar com o Caio depois. - Disse, e empurrou meu copo mais para o meu lado, para apoiar os cotovelos ali.
-- No momento, eu quero que ele vá pro caralho.
Lili arregalou os olhos.
-- Woah... - Ela riu. - O que aconteceu?