××× Ludmilla Oliveira ×××-- Tá na hora! - Natalie mordeu a boca com o batom vermelho, o que fez a mulher que maquiava a garota dar um grunhido. - Desculpa moça. - Disse, voltando a ficar parada para receber o batom vermelho nos lábios sem borrar, dessa vez.
-- Aqui, meu amor. - Gabriel estendeu um copo d'agua para a filha, com um canudinho. -Vai falar bastante com os convidados.
-- Obrigada, pai. - Ela sorriu nervosa, tomando a água e retorcendo as mãos no vestido.
-- Você está linda. - Decidi entrar em cena. - Meu Deus! - Ela se levantou da cadeira branca, sorrindo, nervosa, então dando uma rodadinha.
-- O que achou?
-- Você está perfeita, princesa. - Me curvei e beijei suas mãos. Ela riu, e depois me abraçou.
-- Obrigada, tia Ludmilla. Não sabe o quanto significa para mim!
-- Tudo para deixar minha menininha favorita feliz! - Beijei sua cabeça e a apertei antes de
soltar. - Agora vamos receber os convidados, princesa?-- Sim! - Assim, descemos para o salão, rindo.
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Era mais do que oficial. Eu odiava adolescentes. E pais superprotetores de adolescentes. Mas, principalmente, adolescentes. O raçazinha insuportável.
-- Licença? - Paty surgiu na minha frente. - Estamos atrasadas?
Percebi Brunna atrás da morena, que mal me encarou ao dar um oi sussurrado. Era assim há um pouco mais de dois meses, desde o dia do restaurante. Nunca mais tocamos no assunto. Essa pauta foi esquecida, graças a Deus. E pelo que sabia, Caio e Brunna ainda namoravam e estavam satisfeitos com o relacionamento. Eu fiquei, e ainda ficava me perguntando se tinham convidado outra pessoa. Não suportava a ideia de Caio a tocando, olhando, desejando, beijando e... e... fazendo tudo com ela. Mas... com outro pessoa.. eu ficava possessa de raiva, só de pensar.
-- Ei, baixinha. - Toquei em seu ombro. Natalie conversava com os amigos. - Vou ali fora fumar. Se precisar de mim...
-- Se voltar com cheiro de fumaça eu arrebento você. - Sussurrou ela. Me fazendo rir. - Vai lá. - Sai andando pelo local externo no salão. Fiquei em pé ao lado do portão, tirei um cigarro do bolso e acendi com o isqueiro. Só de tragar e expelir a fumaça, já estava melhor.
-- Sabe, se o Caio estivesse aqui, ele ia te dizer todas as etapas de um câncer de pulmão. - Brunna chegou ao meu lado. Olhando para a vista que eu também encarava.
-- E como ele não está você veio me dizer? - Ironizei, bufando fumaça novamente.
-- Mais ou menos isso. - Ela riu.Um silêncio agradável rolou no local, antes que a pergunta escapasse da minha boca.
-- Vocês fizeram?
-- O quê? Ah. Não.- A loira se virou para mim.
-- Com outra pessoa? - Ergui uma sobrancelha.
-- Não. Não fizemos o ménage. Foi uma ideia idiota do Caio. Mas já passou.
-- Foi ideia dele fazer comigo? - Perguntei, batendo o dedo no cigarro de leve, deixando as partes já queimadas do maço voarem, pela leve brisa que ali passou.
-- Foi.
-- Meu Deus, você vai perder seu namorado para mim, em! - Bati de leve no ombro dela. Depois continuei em tom de confidência. - Eu sou irresistível! Te contar, eu sempre soube... sabe, eu e Caio tivemos um caso... Mas ele continua apaixonado por mim até hoje? Uau! - Brunna gargalhava ao meu lado, também me fazendo rir.