Jordan
10 anos depois...
Dez anos se passaram desde que eu fui embora de Ellsworth, no Maine, com meu filho Ethan tendo apenas um ano. Depois do tempo que morei com meu tio, e arrumar um lugar só para mim e Ethan, a faculdade foi fácil. Meu tio Anthony, ajudava a cuidar de Ethan, eles se dão muito bem até hoje. Me formei em Biologia Marinha, na Universidade Complutense de Madrid. Era um curso recente na Universidade, então fomos a terceira turma a se formar. Dividir meu tempo entre os estudos, Ethan e o trabalho, foi o mais conflitante e difícil. Mas, acho que consegui fazer com louvor. Fui nomeado o aluno destaque. Não abandonei Ethan em momento algum, nem quando ele tinha apresentações na escola ou eles me ligavam no trabalho falando que ele estava com febre ou passando mal.
Quando Ethan fez seis anos, recebi proposta de trabalho em uma universidade em Londres, então, nos mudamos para lá. Ethan se acostumou facilmente a vida londrina e ao clima de lá. Queria colocar ele para estudar em Eton porque ele é muito inteligente, não é porque é meu filho, mas ele é extremamente inteligente para uma criança de sua idade. Mas, descobri que Eton era cara demais para meu orçamento de recém-contratado em uma universidade. Então o matriculei em uma escola perto de onde morávamos. Ethan amou o lugar. Fez ele se sentir em casa.
Acho que devia ao fato de nos mudarmos do bairro Chiswick, para Belsize Park onde eu levava Ethan para o parque Primrose Hill todos os dias depois da aula. Ethan amou o parque para andar de bicicleta e correr atrás dos esquilos. Aquilo aquecia meu coração.
Eu dava aula três vezes por semana na University College London, a mais antiga universidade de Londres em Bloomsbury. Eu gastava só dezessete minutos de carro e quando meu carro quebrava eu ia de metrô. Meu filho estudava em uma escola em Belsize Park mesmo, e quando chegava em casa antes de mim, o que acontecia quando eu dava aula, ele ficava com nossa vizinha, a Sra. Elizabeth. Não a rainha, mas, uma senhora de sessenta anos de idade, que tinha mais ânimo do que Ethan e eu juntos. Ela era viúva e o filho morava em Dublin.
Aos sábados, Ethan e eu costumávamos passear. Íamos a vários lugares, mas, onde mais gostávamos de ir era para a França. Além de adorarmos viajar de trem, eram quase duas horas e meia que passavam rapidinho.
Paris foi onde conhecemos o Maurice e sua filha Belle. Ethan e eu estávamos no Parc des Buttes Chaumont, quando Ethan viu que uma garotinha de sua idade havia deixado o seu ursinho azul cair no caminho e não havia percebido. Ele prontamente soltou minha mão, saiu correndo e foi entregar a garotinha. Bom, não devo comentar que aí nasceu uma forte amizade entre Ethan e Belle, o que culminou na amizade entre mim e Maurice também.
Ele era pai solteiro igual a mim, a sua esposa, Bella, foi embora quando a filha do casal tinha dois anos. Maurice não guardava rancor da antiga amada, só ficava triste por ela perder todo o desenvolvimento de Belle.
Nos três anos seguintes, Ethan e eu íamos quase todo final de semana a Paris, e quando não podíamos ir, Belle e pai vinham para Londres nos visitar. Maurice dava aula de inglês em uma escola, o que facilitou nosso diálogo, pois eu não falava quase nada de francês, no colégio escolhi estudar espanhol como segunda língua. Belle havia aprendido algumas palavras com o pai e ela e meu filho pareciam ter uma linguagem própria, algo entre o francês e o inglês.
Nesses dez anos me envolvi com duas mulheres. Uma de Madri, chamada Luanna. Ela estudava na mesma Universidade que eu. Mas, não foi muito para a frente, pois ela não gostava do Ethan. E quem não gosta do meu filho, também não gosta de mim. A segunda era uma londrina, chamada Gwen. Não deu certo porque ela queria algo mais sério e eu não estava pronto. Além de que, entre meu filho e o trabalho, eu não tinha muito tempo sobrando, e ela não entendeu isso.
Atualmente, estou com vinte e oito anos e Ethan, com onze. Estamos em um avião, voltando para Ellsworth, no Maine. Íamos desembarcar no PWM-Aeroporto Internacional de Portland Jetport, em Portland depois de seis horas e cinquenta e três minutos de viagem. Andrew estaria nos esperando para nos levar para Ellsworth. Seria mais quatro horas e quarenta e um minutos de carro, mas, valeria a pena. Emma iria enfim se casar com Ben, depois de doze anos namorando. Iriam se casar no final do mês e eu iria ser o padrinho de casamento de Ben. Maurice e Belle estavam indo conosco também, depois de eu tanto falar deles para Emma, ela os convidou para ir.
Estava ansioso para voltar ao Maine, em dez anos eu ainda não havia pisado na mesma cidade que havia largado para trás e meu coração havia sido destruído a tanto tempo.
Não que Ethan e eu não tivéssemos ido aos Estados Unidos. Claro que fomos. Mas, fomos para Morro Bay, onde meu pai tinha uma casa, que ele herdou da avó. Era dele e da minha tia Fiorella, mas ele havia comprado dela e restaurado.
Nas praias da Califórnia ensinei Ethan a surfar, nadar e mergulha e And havia se casado no civil com o Rob. Foi uma cerimônia íntima, só para nossa família e da de Robert. Meus pais estavam explodindo de tanta alegria.
Voltar para Ellsworth, queria dizer que eu voltaria para onde amei tanto Daphne e onde meu filho nasceu. Não procurei saber dela, mas, notícias sempre chegavam até mim. Ela se formou em Bioquímica, em Morro Bay e depois se mudou para o Japão, onde passou uma temporada e depois foi para Itália, onde Diana e Dakota foram morar com ela. Diana e Dakota ainda moram lá, junto com Fiorella. Minha urka havia levado Loki para lhe fazer companhia. Ela estava no último ano do colégio e já pensava ek fazer faculdade de Moda. Daphne se mudou para Nova York e enfim se firmou em Los Angeles, onde da aula em uma Universidade pela manhã e comanda um laboratório a tarde. Não sabia se ela estava namorando, nem nada. Não queria saber.
Contei toda a minha vida para Maurice quando estávamos em um pub de Londres um dia. Ele riu e disse que sou um azarado da maior qualidade, naquele sotaque francês dele que faz derreter corações femininos.
Desembarcamos em Portland quase três da tarde. Pegamos nossas bagagens e saímos pelo ensolarado pátio segurando a mão de nossos filhos e empurrando o carrinho cheio de malas. Ethan era muito parecido comigo. Com olhos verdes, o cabelo preto, e quase um metro e cinquenta e cinco, ele era alto para a idade. A única coisa que o diferenciava de mim, era que ele usava óculos de aros pretos, sua cor favorita no mundo. Descobri que Ethan tinha miopia com sete anos de idade, quando nos mudamos para Londres e a escola me alertou. O levei em um oftalmologista e ele diagnosticou meu filho com meio grau de miopia em cada olho.
Belle era pequena para sua idade, ela tinha onze anos também. Mas, tinha um e trinta de altura. Ela tinha os cabelos dourados e olhos azuis, igual ao pai. Ela era uma cópia do pai, menos no temperamento. Maurice era calmo, Belle um furacão.
Ethan era igual a mim nisso também. Ambos éramos calmos, mas, quando colocamos algo na cabeça ou machucavam alguém que gostávamos, viramos uma fera. Vi isso quando um dia, Belle e o pai estavam em Londres conosco, em Primrose Hill e alguns garotos estavam zombando de Belle por ela não falar certo a língua inglesa. Ethan ficou muito bravo e deu um soco na cara do líder do grupinho que foi correndo e chorando para a mãe, que o levou embora. Falei para ele que não podia resolver tudo a base da violência, mas, ele me explicou que quando viu Belle chorando, não conseguiu se segurar e partiu para cima do outro garoto. Porque não pode magoar mulher nenhuma. Naquele momento soube que não havia errado na educação do meu filho e comprei sorvete para nós quatro.
Andrew estava nos esperando encostado a uma grade de proteção perto das portas de entrada. Ele não havia mudado nada, tinha os mesmo cabelos pretos e olhos cor de mel, mas agora ostentava uma barba aparada. And se formou em Medicina e era o melhor médico de todo o condado, sendo requisitado em tantas universidades e tantas palestras, que ele tinha uma assessora para o ajudar a organizar tudo.
- Tio Andrew! - Ethan se solta da minha mão e corre para o tio que o roda no ar dando um abraço apertado.
- Olá, meu pequeno Eisten. Como está Londres essa época do ano? - Andrew pergunta bagunçando o cabelo do sobrinho.
- Está quente, tio. Muito quente! - Ethan responde sério.
- Oi, irmão! - falo dando um abraço nele e me afastando. Apresento Maurice e Belle a ele e apresento meu irmão aos franceses. Eles se conheciam por vídeo-chamadas, mas, pessoalmente era a primeira vez. Belle deu um abraço apertado em Andrew e Maurice o cumprimentou com um aperto de mãos. Fomos para o carro do meu irmão e depois de colocar as malas no porta-malas e parar em uma sorveteria, seguimos para Ellsworth.
- Como está se sentindo voltando depois de dez anos? - Andrew pergunta com os olhos na estrada.
- Estranho. - digo olhando pela janela. Às sete da noite, Andrew estacionou em frente a casa de nossos pais. Minha antiga casa. Não havia mudado nada. Era a mesma. A mesma de quando eu fui embora nessa mesma época do ano a tanto tempo.
A porta se abriu com um estrondo e minha mãe correu até nós com um sorriso no rosto. Ela me envolveu em um abraço apertado e depois a Ethan.
- É tão bom estarem aqui. Maurice, Belle! É um prazer enfim, conhecer vocês pessoalmente! - minha mãe falou abraçando aos dois também. Entramos e Emma vem correndo me abraçar.
- Não sabia que estava aqui. - digo retribuindo o abraço.
- Vim receber vocês, seu ingrato. Cadê meu sobrinho mais lindo do mundo? - ela pergunta me empurrando para o lado esmagando Ethan em seus braços.
- Ei, cuidado com meu filho! - falo a ela que ri animada.
- Eu tomo cuidado, Jordan! - ela respondeu sorrindo.
Apresento Maurice e Belle para ela também e vamos todos para a sala de jantares.
- Cadê o papai? - pergunto me servindo com chá gelado.
- Saiu com o Ren, mas deve estar de volta logo. - minha mãe responde um pouco nervosa. Meu pai e Ren pararam com aquela bobeira de briga e voltaram as pazes quando Ethan nasceu. Eu não falava mais tão frequentemente com a Sra. Saito, mas, às vezes trocávamos algumas palavras.
- Ben também virá. E Diana virá no final do mês. Ela e Dakota estão em Roma agora. - Emma conta alegremente.
- Que bom. E vovô e vovó? - pergunto olhando para meu copo.
- Virão. Vovô Peter está animado demais com o casamento. E vovó ainda se chateia por ter perdido meu casamento com Rob em Morro Bay. - Andrew conta animado.
- Que bom. - respondo calmamente. Levamos nossas malas para os quartos de hóspedes e depois descemos para a sala novamente.
- Muito obrigado, Sra. Roberts. Por receber a mim e minha filha em sua linda casa. - Maurice agradece a minha mãe, com um sorriso.
- Não há de que, Maurice. Vocês sempre serão bem vindos em minha casa. - minha mãe responde com um sorriso.
- Jordan, posso falar um pouco com você a sós? - Emma pergunta torcendo as mãos. Emma se formou em Biologia Marinha também, igual a mim. Ela sempre pediu minha ajuda, então ver ela tensa dessa forma, me fez pensar que o assunto era sério. Dou uma olhada em Ethan que está jogando vídeo-game com Andrew e vou com ela para um canto.
- O que houve? - pergunto preocupado.
- Não surta, ok? Mas, a Daphne virá para o meu casamento. Ela será minha madrinha. - minha irmã conta e sinto meu mundo desmoronar. Parece que enfim, depois de onze anos, verei Daphne novamente.Oi meus amores,
Capítulo novo. Nova etapa. Espero que gostem.
Amo vocês,
Jeice Dias.
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Forever
Novela JuvenilJordan James Roberts, é o filho mais velho de quatro irmãos. Quaterback do time de futebol americano, um dos componentes do time de natação e um bom aluno na escola. Não que ele passe o tempo todo estudando, mas, consegue se sair bem nas matérias, a...