13 - Brilho e Ruínas.

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[05 de Maio de 1985]

Tocava Legião Urbana no estabelecimento. Celine que escolhia as músicas que tocavam na lanchonete, mesmo que Beatrice tivesse sido contra no princípio, por não ter os mesmos gostos que Celine, mas como os clientes pareciam gostar das músicas, e o chefe de Beatrice gostava do dinheiro dos clientes, não tinha muito que Beatrice pudesse fazer a não ser concordar e ouvir as canções em silêncio.

A gerente da lanchonete estava atrás do balcão, fazendo o que Celine chamaria de azarar, e Dandara chamaria de flertar, com um dos clientes que bebia seu café.

Celine revirou os olhos para a cena enquanto limpava uma das mesas. E pensar que ela havia concordado em sair para comprar roupas com Beatrice apenas para que em troca, pudesse deixar o trabalho mais cedo para que fosse ao show de Dan.

Celine não sabia o que seria pior, ter Beatrice escolhendo roupas para ela e a criticando sobre suas escolhas a qualquer segundo, ou ter que aturar Beatrice falando sobre rapazes. Bufou só de pensar.

Quando deu quatro horas, a loira arrumou suas coisas e saiu. Passou em seu apartamento para alimentar seu gato e então dirigiu até a costa litoral.

O vento parecia estar animado naquela tarde e Celine prendeu seus cabelos com um lenço, afim de evitar que eles voassem para seu rosto. Assim que estacionou seu carro próximo a calçada, viu Dandara escorada na varanda do segundo andar, a encarar a paisagem.

Ela acenou e Dandara retribuiu o gesto. Entrou para dentro de casa a ponto que Dandara descia as escadas.

— Tenho dois ingressos para o show de um amigo, o Dan, que eu te falei. – Celine chegou dizendo.

— Eu não sei...

— Vai ser incrível, prometo que irá gostar.

— Tudo bem, mas terá que comprar um lanche para mim no caminho, estou faminta. – Dandara afirmou e Celine soltou uma risada.

— Não precisa, onde ele toca é uma espécie de restaurante.

— Perfeito.

— É melhor que nos arrumemos, já está quase na hora.

Dito isso as duas subiram as escadas. Celine apanhou algumas roupas e se dirigiu ao banheiro, onde as trocaria, já Dandara permaneceu no quarto.

Parecia até combinado o fato de que abriram a porta de onde estavam e saíram, já prontas em suas vestimentas, no mesmo instante. As duas então se viram e pararam subitamente no corredor, encarando uma à outra.

Dandara estava magnífica em seu vestido longo de seda vermelha. Alças finas seguravam o vestido em seus ombros nus. Seus cabelos negros e cacheados estavam presos com alguns grampos e em suas orelhas, brincos dourados.

Celine parecia uma bonequinha dos anos oitenta. Cabelo preso em um coque alto, vestido branco de bolinhas pretas e saia rodada. Meias brancas e um salto alto preto. Brincos de pérola decoravam suas orelhas.

— Está linda... – Celine disse para Dandara num suspiro.

— Você...você também...

— Tenho algo para você. – Celine afirmou entrando no quarto e abrindo uma pequena gaveta de sua cômoda. – Dessa vez não tem nada de concha. – Ela sorriu e entregou a pulseira prata para Dandara.

— Celine...não precisa.

— Por favor, aceite. – Ela pediu e Dandara maneou a cabeça, imersa, aceitando o acessório e o colocando no pulso.

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