Capítulo 36

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Anna narrando

- Essa é a Valentina, minha filha. - falo.

- Ela é linda Anna. - fala com um sorriso.

- Onde a Angelina está ?

- A empregada estava arrumando ela. Já já ela desce.

Não demora nem 30 segundos, Angelina desce as escadas junto da empregada.

- Anna!! - deixo o bebê conforto na mesinha e a abraço. - senti saudades.

- Mas nós ficamos apenas um dia sem nos ver. - falo rindo.

- Mas eu senti muitas saudades mesmo assim.

- Eu também senti saudades. - saio do abraço, pego sua mão e a levo até Valentina. - essa é a minha filha.

- eu posso pegar ela ?

- Claro que pode, senta no sofá que eu vou levá-la até você. - ela me obedece.

Pego Valentina no colo, vou até o sofá e coloco ela no colo da Angelina.

- Ela é tão linda Anna. Ela pode brincar comigo ?

- Pode, mas tome cuidado, pois ela ainda é pequena. - falo com um sorriso.

- Anna podemos ir até o meu escritório ? - Enzo nos interrompe.

- Mas e as meninas ? - pergunto.

- A empregada tomará conta delas, não se preocupe. - ele fala, vem até mim e pega minha mão. - Vamos ? - concordo e o sigo.

- Senti tanto a sua falta. - ele fala me abraçando assim que entramos no escritório.

- Enrico...

- Eu não fui o único. - sorri. - Angelina também sentiu. - retribuo o sorriso.

- Eu também senti sua falta.

Antes que eu diga mais alguma coisa, Enrico me beija. O meu corpo está pegando fogo.

- Enrico eu... - me afasto para não me entregar ao desejo.

- Eu não vou fazer nada que você não queira. - ele se afasta, senta na cadeira e faz sinal para que eu sente também.

- Agora você vai me explicar ? - ele afirma com a cabeça.

- A história é bem mais longa do que você imagina.

- Eu tenho tempo. - falo séria.

- As máfias mantinham um acordo de paz, porém esse acordo acabou depois que Victor começou a roubar as cargas das outras máfias.

- O que isso tem haver comigo ?

- A minha família faz parte de uma dessas máfias Anna.

- Você é um mafioso ?

- Eu sou o capo.

- O que isso pode ter haver comigo ?

- A parte das cargas não foi o problema. O problema começou quando Victor passou a fazer tráfico de mulheres e crianças.

Meu Deus !!! O Victor é realmente um monstro.

- Seu pai era um dos homens de confiança do Victor, mas quando viu o que ele estava fazendo, se rebelou na hora. Foi por isso que ele procurou minha irmã.

- Sua irmã ?

- Sim. Na época ela era capo. Ela foi a primeira mulher a se tornar capo. - ele sorri ao lembrar dela. - Minha irmã e seu pai se juntaram e passaram a boicotar o Victor. - ele respira fundo. - o problema foi que ele descobriu as pessoas que estavam por trás, e acabou matando seu pai, minha irmã e o pai da Angelina.

- Meu Deus ! - falo assustada com tudo que acabei de ouvir.

- Eu só sobrevivi porque estava em treinamento em uma das fazendas da família.

- Como Angelina sobreviveu ? - pergunto.

- Minha irmã para um internato assim que começou a atrapalhar os negócios do Victor. Antes de morrer, ela escreveu uma carta para mim. - ele abre a gaveta, pega a carta e me entrega.

Carta On

Enrico,
eu sei que ultimamente não temos nos falado muito e que talvez tenha sido fria demais ao te mandar para um treinamento tão pesado, mas agora me encontro em uma situação difícil. Quando assumi a máfia, sempre soube que teria que abrir mão de muitas coisas, até mesmo da minha vida. O que eu não esperava é que no meio do caminho surgisse Angelina. A máfia está enfrentando uma guerra muito grande, na qual acho que não venceremos, por isso quero te pedir três coisas.
Cuide da minha filha, dê todo o amor que eu não pude dar. Prometa que vai protegê-la e que nunca irá deixá-la sozinha e desamparada. Prometa também que não vai deixar que ela me esqueça, fale de mim e do quanto eu a amo.
Assuma a máfia, eu sei que não estava nos seus planos se tornar capo ou assumir um cargo de importância, mas assuma o lugar que é seu por direito. Honre o nome da nossa família e continue lutando pelo que acreditamos.
Mas acima de tudo seja feliz, não se prive da felicidade. Case, tenha filhos e aproveite a vida da forma que for possível.
Se essa carta chegar em suas mãos, é porque eu já não estou mais aqui, por isso saiba que não me arrependo do nada que fiz.
Amo você.

Anastácia.

Carta Off

Então foi por isso que Victor matou meu pai ? Por que ele atrapalhou o seu negócio ?

- Você está bem ?

- Eu estou assimilando. Ainda não consigo acreditar que meu pai foi morto apenas por tentar salvar mulheres e crianças ? - falo chorando. - esse tempo todo eu pensei que a culpa era minha por não ter aceito casar com Victor.

Pela primeira vez desde o incidente da Olivia, eu sinto raiva do Victor. Eu quero matá-lo.

- Eu quero matar aquele desgraçado. - cerro os punhos. - meu pai. - choro descontroladamente.

- Fique calma Anna. - ele me abraça. - nós vamos nos vingar, mas antes eu quero que você fale com uma pessoa.

Ele abre a porta do escritório e para a minha surpresa, quem está diante de mim depois de todo esse tempo é a minha mãe.

- Mãe ? - fico atordoada.

- Filha. - ela vem até mim e me abraça. - me desculpa por ter te deixado sozinha naquele inferno. - ela me abraça e começa a chorar. - eu não sabia o que você estava passando. Me perdoa. - choramos juntas.

- Eu vou deixar vocês conversarem.

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Meta para o próximo capítulo :

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