Capítulo 39

2.6K 136 25
                                    

Anna narrando

Acordo e percebo que ainda estou abraçada com Enrico, que dorme calmamente. Ele é tão lindo.

Levanto da cama fazendo o mínimo de barulho possível e vou fazer minha higiene matinal. Depois de estar pronta, vou para o quarto das meninas e vejo que as duas ainda estão dormindo calmamente. Ando pela casa e percebo que absolutamente ninguém acordou, por isso resolvo sair para caminhar.

Após um tempo de caminhada pela fazenda, acho um banco e sento nele. Fico ali olhando a vista e pensando na vida.

- Anna. - Enrico me chama sentando ao meu lado.

- Você está ferido. Por que está aqui ? - pergunto preocupada.

- Eu acordei e não vi ninguém, por isso resolvi caminhar um pouco. - ele se aproxima. - está pensando em que ?

- Na vida. - respiro fundo. - em tudo que tem acontecido nela. Eu nunca tive uma vida normal para ser sincera.

- Como assim ?

- Meus pais não deixavam eu sair de casa. Eu estudava e fazia tudo que você imaginasse em casa.

- Eu não sabia disso.

- Poucas pessoas sabem. Eu não tinha contato com o mundo exterior, talvez seja por isso que as vezes eu seja uma idiota.

- Você não sente raiva dos seus pais por isso ?

- Nunca senti raiva deles. Eu não entendi o porque eles me prendiam em casa, mas não tinha raiva. Vai ver eu sempre soube que tinha um motivo.

- Você é realmente admirável.

- Mas e você Enrico ? Como era a sua vida ?

- Minha vida foi bem diferente da sua. Meu pai era um verdadeiro monstro, ele batia na minha mãe. Eu e minha irmã costumávamos ter que ir dormir cedo para não ver minha mãe apanhando. 

- Eu sinto muito.

- Quando fiz 17 anos ele foi assassinado. Dizer que fiquei feliz seria forte demais, afinal, ele é meu pai, mas também não lamentei, eu vi como minha mãe sofreu nas suas mãos.

- Ele era bom para você ?

- Também não, para ele eu só servia como herdeiro da máfia, então ele me mandava para vários treinamentos. - respira fundo. - depois que ele morreu, eu e minha irmã fizemos questão de viajar com a mãe, nós a levamos para Itália. Ela amou aquele lugar, pena que no ano seguinte acabou falecendo.

- Meus sentimentos.

- Antes de ir, ela fez com que eu e minha irmã prometessemos que seríamos diferente do que nosso pai foi.  

- Ela parece ter sido uma grande mulher.

- Ela foi.

- Ao que parece nos dois tivemos uma vida complicada. - falo olhando para a paisagem.

- Anna eu sei que deve ser difícil para você, mas nós precisamos nos vingar do Victor.

- Eu não quero sujar minhas mãos com mais sangue. - falo. - faça isso por mim. - peço olhando nos seus olhos.

- Eu prometo.

- Agora vamos falar de coisa boa. - falo sorrindo. - como o dono de uma máfia igual você ainda está solteiro ?

- Eu estava focado na minha vingança, então não tive tempo para arrumar uma namorada. - ele olha para mim. - hoje agradeço por isso, pois senão não teria tido momentos inesquecíveis com você.

Máfia FrancesaOnde histórias criam vida. Descubra agora