Anna narrando
Acordo e percebo que ainda estou abraçada com Enrico, que dorme calmamente. Ele é tão lindo.
Levanto da cama fazendo o mínimo de barulho possível e vou fazer minha higiene matinal. Depois de estar pronta, vou para o quarto das meninas e vejo que as duas ainda estão dormindo calmamente. Ando pela casa e percebo que absolutamente ninguém acordou, por isso resolvo sair para caminhar.
Após um tempo de caminhada pela fazenda, acho um banco e sento nele. Fico ali olhando a vista e pensando na vida.
- Anna. - Enrico me chama sentando ao meu lado.
- Você está ferido. Por que está aqui ? - pergunto preocupada.
- Eu acordei e não vi ninguém, por isso resolvi caminhar um pouco. - ele se aproxima. - está pensando em que ?
- Na vida. - respiro fundo. - em tudo que tem acontecido nela. Eu nunca tive uma vida normal para ser sincera.
- Como assim ?
- Meus pais não deixavam eu sair de casa. Eu estudava e fazia tudo que você imaginasse em casa.
- Eu não sabia disso.
- Poucas pessoas sabem. Eu não tinha contato com o mundo exterior, talvez seja por isso que as vezes eu seja uma idiota.
- Você não sente raiva dos seus pais por isso ?
- Nunca senti raiva deles. Eu não entendi o porque eles me prendiam em casa, mas não tinha raiva. Vai ver eu sempre soube que tinha um motivo.
- Você é realmente admirável.
- Mas e você Enrico ? Como era a sua vida ?
- Minha vida foi bem diferente da sua. Meu pai era um verdadeiro monstro, ele batia na minha mãe. Eu e minha irmã costumávamos ter que ir dormir cedo para não ver minha mãe apanhando.
- Eu sinto muito.
- Quando fiz 17 anos ele foi assassinado. Dizer que fiquei feliz seria forte demais, afinal, ele é meu pai, mas também não lamentei, eu vi como minha mãe sofreu nas suas mãos.
- Ele era bom para você ?
- Também não, para ele eu só servia como herdeiro da máfia, então ele me mandava para vários treinamentos. - respira fundo. - depois que ele morreu, eu e minha irmã fizemos questão de viajar com a mãe, nós a levamos para Itália. Ela amou aquele lugar, pena que no ano seguinte acabou falecendo.
- Meus sentimentos.
- Antes de ir, ela fez com que eu e minha irmã prometessemos que seríamos diferente do que nosso pai foi.
- Ela parece ter sido uma grande mulher.
- Ela foi.
- Ao que parece nos dois tivemos uma vida complicada. - falo olhando para a paisagem.
- Anna eu sei que deve ser difícil para você, mas nós precisamos nos vingar do Victor.
- Eu não quero sujar minhas mãos com mais sangue. - falo. - faça isso por mim. - peço olhando nos seus olhos.
- Eu prometo.
- Agora vamos falar de coisa boa. - falo sorrindo. - como o dono de uma máfia igual você ainda está solteiro ?
- Eu estava focado na minha vingança, então não tive tempo para arrumar uma namorada. - ele olha para mim. - hoje agradeço por isso, pois senão não teria tido momentos inesquecíveis com você.
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Máfia Francesa
RomanceAnna Cooper viveu sua vida inteira com restrições, seus pais nunca a deixavam sair de casa ou fazer amigos, eles alegavam que as pessoas de fora eram maus e a machucariam. Quando completou 18 anos com a ajuda de uma das empregadas e do motorista da...