Capítulo 7

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Anna narrando

Dia do casamento

- Filha ! - minha mãe adentra ao quarto em que estava chorando.

- Mamãe. - choro junto com ela.

Depois de nos acalmarmos um pouco, a coloco sentada em minha cama e fico observando-a e pensando em como senti sua falta.

- Precisamos conversar. - agora ela estava séria.

- Podem sair por um momento. - falo com as empregadas que ajudavam-me no meu " dia de princesa ".

Ela respira fundo, dando a entender que o assunto e isso me preocupa demais, pois aposto que ela vai insistir para que eu fuja.

- Filha, eu não posso permitir que você se case com esse monstro. Ele é cruel, mandou que matassem seu pai a sangue frio. Não posso e nem quero permitir esse casamento. Fuja comigo, vamos fugir para longe.

Era uma proposta tentadora, para falar a verdade era tudo que eu queria, mas não adiantaria de nada. Victor é poderoso, não tem como se esconder dele.

Logo vem a minha cabeça a promessa de ontem. Prometi ser uma esposa melhor, não porque queira, mas porque preciso fazer isso pela minha mãe. Não posso falar que estou sendo obrigada, pois se conheço ela tenho certeza de que seria capaz de arranjar um escândalo.

- Mãe. - pego em sua mão e respiro fundo. - meu lugar agora é ao lado do Victor. Ele é o homem que amo e é por isso que estou me casando com ele. -minto.

Ela fica sem entender nada e fala :

- Não ! Você não pode gostar dele ! - ela me sacude. - Você tem noção do que ele vai ser na sua vida.

- Mãe chega ! Vou me casar com Victor de qualquer maneira.

- Anna. - ela chora. - se você casar com esse homem, você deixará de ser minha filha para sempre.

Ela não estava fazendo aquilo estava ?  

- Mãe por favor...

- Não Anna, se você quer ficar ao lado de um assassino terá que esquecer.

Se meu futuro marido foi capaz de matar meu pai simplesmente porque disse não para ele, imagina o que fará com minha mãe caso eu o abandone no altar.

- Mãe. - as lágrimas rolam por meu rosto sem que eu tenha controle. - não é justo o que está fazendo comigo.

- Não ? Você fala isso porque não foi torturada e estrupada. - ela se levanta.

- Mãe. - tento me aproximar, mas ela se afasta.

- Escolha Anna. Diga de uma vez de que lado você está.

- Mãe sinto muito, mas não tenho escolha. - respiro fundo. - ficarei ao lado do meu marido. - falo chorando.

Ela se aproxima e dá um tapa na minha cara.

- Vagabunda. - mais um. - a partir de hoje você está morta para mim.

- Mãe... - recebo outro tapa.

- Nunca mais me chame de mãe. A partir de hoje seremos duas desconhecidas.

- Mãe... - tento falar com ela.

- JÁ DISSE PARA NÃO ME CHAMAR ASSIM !

Ela levanta a mão para me dar outro tapa, fecho meu olhos pronta para receber outro, mas na mesma hora escuto.

- Se tocar mais uma vez na minha esposa, mudarei de idéia e a levarei de volta para aquele lugar. - era o Victor.

Pela primeira vez, estava aliviada de vê-lo.

- Tirem ela daqui. - ele ordena para os guardas.

- Malditos sejam. Em breve os dois estarão mortos. - os homens tentam levá-la. - pagarão cara pelo que estão fazendo ! - ele a arrastam até a porta e saem com ela.

Me jogo no chão e desabo a chorar. Estava sozinha, agora a única pessoa que tenho é ele, o único que pode me proteger.

- Anna não dê tanta importância.

- Como não ?! Ela era minha mãe, quem me trouxe ao mundo, a pessoa que cuidou de mim, mas acabei de perdê-la.

- Você tem a mim. - ele me abraça. - a partir de hoje serei seu marido, então não estará sozinha. - choro ainda mais por imaginar que estou prestes a casar com ele.

- Me deixe ir. - falo em um sussurro.

Ele levanta meu maxilar me fazendo olhá-lo.

- Você jamais irá embora ! Você é e sempre será minha ! - tenta me beijar, mas viro o rosto com brutalidade. - não esqueça da sua promessa ontem a noite. Se sua mãe está viva é graças a ela. - ele levanta. - termine de se arrumar e desça. - ele sai do quarto.

As empregadas logo chegam e começam a me arrumar.

Depois de alguns longos minutos, estou pronta. Antes de ir me olho no espelho e vejo como estou.

- A senhora está linda. - Olivia fala e apenas abro um sorriso forçado para ela.

Olivia está vestida com um vestido simples que dei para ela. O vestido caiu perfeitamente em seu corpo e realçou suas curvas. Ela também está com uma taça de vinho na mão.

- Obrigada Olivia.

Ela anda em minha direção e acaba tropeçando e jogando todo o vinho que estava na taça em mim.

- Me desculpa senhora. - fala desesperada.

- Calma Olivia ! Não precisa ficar nervosa. - falo calmamente.

- Precisamos dar um jeito nisso. - ela fala. - me espera no banheiro que vou buscar algo para resolver a besteira que fiz.

Vou para o banheiro e fico ali esperando Olivia voltar com a solução.

Já se passou mais de 30 minutos e nada dela aparecer, acho que é melhor falar com Victor e explicar a situação.

Tento abrir a porta do banheiro mais não abre. Está trancada.

- ALGUÉM ME AJUDA ! SOCORRO ! A PORTA ESTÁ TRANCADA ! - grito para que alguém me escute, mas não funciona.

Victor irá me matar, ele vai pensar que quebrei minha promessa.

- VICTOR ! VICTOR ! VICTOR ! - começo a gritar seu nome, mas não adianta também.

Escuto o barulho da janela sendo aberta e falo :

- Tem alguém aí ? Me ajude por favor, estou presa !

Para a minha total surpresa algo é jogado dentro do banheiro e a janela fechada novamente.

- Meu Deus é hoje que eu morro ! - falo ao perceber que o banheiro está ficando cheio de fumaça.

Corro para a porta, bato nela, grito, tento abri-la, não adianta, ninguém escuta.

Sinto minhas pernas ficando mole e sem força alguma para manter de pé, caio no chão. Tento não respirar para não inalar essa fumaça, mas nada adianta.

Aos poucos tudo foi ficando escuro e a última coisa que vi, foi um homem de terno branco me pegando no colo e andando comigo.

Deve ser o céu !

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Mais um capítulo para vocês meninas.

Quem será esse homem que está carregando a Anna ?

Obrigada por ler e espero que tenham gostado ! Não esqueçam de curtir e comentar ! Um beijo 😘





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