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Dulce Maria Espinoza Saviñón

  Primeiro brinquei com Olívia de pega- pega. Eu ria de suas gargalhadas, todas às vezes que eu fingia não consegui pegá-la.

  Eduard ficava quieto olhando o celular enquanto eu estava com Olívia. Depois de ela me dar uma canseira, fomos buscar as bonecas que Oli insistia em trazer para o jardim.

  Olívia ficou brincando com suas bonecas e eu chamei Eduard para uma partida de vôlei. Ele aceito insistindo em dizer que era para me dar apoio moral.

  Brincamos só de bater a bola um para o outro. Sem as regras e ser a rede. O tempo começou a fechar ventando forte, então coloquei as crianças para dentro.

  Eles comeram um bolo de chocolate com suco, Eduard subiu para seu quarto e disse que iria estudar. Olívia não tinha lição de casa me pediu para brincar de salão de beleza com ela.

- Senhorita Dulce, seu cabelo é bonito dessa cor.

- Obrigada boneca! — sorri.

- Quando eu estiver maior quero pintar o meu assim.

- Isso se o seu pai deixar.

- Ele sempre deixa. — balançou os ombros. - Agora vou fazer um penteado na Senhorita.

- Da para parar de ficar me chamando de Senhorita? Pode me chamar só de Dul.

- Certo tia. Não vira mais a cabeça preciso me concentrar no penteado.

  Dei risada, ela era muito mandona. Me lembrava ao pai. É o que dizem quando a pessoa não está manda seus empregados.

  Olívia com sua persuasão conseguiu me convenceu de que eu a deixaria fazer uma maquiagem em mim. Ela me pensou de forma engraçada.

   Fui ao quarto do Eduard o ajudei em uma resposta de matemática, dando orgulho a min mesma por ser boa na matéria.

  Enquanto ele estava no banho, peguei algumas roupas suas espalhadas pelo quarto, lixo de sacolas de salgadinhos peguei também.

  De noite as crianças jantaram e fomos jogar um jogo de tabuleiro, enquanto lá fora o vento forte junto com a chuva caiam forte.

  Mandei mensagem para o Cristian avisando que poderia demorar de chegar em casa. A babá nunca apareceu e dona Zélia falou que já ia se retirar.

  O jogo não durou muito tempo como distração já que Olívia se entediou rápido. Eduard ficou assistindo um filme de terror na sala e Olívia começou a jogar no tablet.

- Tia Dul, que horas o papai vem?

- Já era para ele ter chegado.

- Será que aconteceu alguma coisa?

- Acho que não Edu, provavelmente o voo atrasou.

  Tentei fazer com que as crianças fossem para a cama, mas não tive sucesso. Então ficamos todos no sofá.

  Um trovão forte bradou o céu, em seguida um raio clareou. O apagão foi certeiro. Se antes estava bom agora ficou melhor, no escuro.

- Fiquem onde estão!

- Quero o meu pai tia.— acendi a lanterna.

- Vamos ter que esperar. Vamos ficar todos aqui juntos até que a luz volte.

- É o melhor. — concordo Eduard.

  Olívia apoiou sua cabeça no meu peito, não demorou dormiu. Eduard dormiu na ponta do sofá.

Senti alguém me cutucar, abri os olhos e vi uma sombra me olhando. Eu gritaria se estivesse sozinha.

- Que susto senhor Uckermann!

- Desculpe-me. Vou levar a Olívia para o quarto. — pegou ela de meu colo e saiu.

  Peguei minha bolsa no hall de entrada e antes de ir embora olhei às horas, já se passava da meia- noite. Esperei o senhor Uckermann descer para avisar que estava de saída.

- Senhorita Saviñón??

- Estou aqui. — ele veio até mim.

- Olhe muito obrigado, por ter ficado. Houve outros imprevistos que me impediram de chegar mais cedo.

- Sei como é senho. Não foi problema algum ficar com eles. — sorri.

- Certo.

- Bom, eu já vou indo.

  Não sei o porquê falei aquela frase e não sai do lugar. Estava estática olhando nos olhos daquele homem, assim como ele olhava os meus.

- Já vou. Boa noite.

  Me obriguei a sair de lá. Seja lá o que foi isso eu precisava fugir. Deixei a casa, fui caminhando em direção ao portão de entrada.

  Para a minha sorte a chuva engrossou novamente, corri até a entrada. Saí caminhando pela calçada, procuraria o ponto de ônibus mais perto.

  Era tarde? Eu seu. Mas olhem por outro lado, era um bairro rico, não é possível que... ou era muito mais provável de não ter o ponto de ônibus e de quebra eu ser assaltada.

  Aí meu Deus. Já estava molhada mesmo, continuei andando, meu celular para completar estava descarregado. Era só o que faltava.

  Saí de meus devaneios com um farol de carro atrás de mim. Apressei os passos, não sou boba. Ouvi uma buzina.

- Dulce! Dulce!

  Parei e me virei para trás. Era a primeira vez que meu patrão me chamava pelo meu nome, não o sobrenome ou "Senhorita".

- A senhorita anda rápido demais.

  Olha o "Senhorita" aí. Como não andar rápido no meio de uma chuva. Por falar em chuva ele estava todo molhado, a blusa social colada ao peitoral, deixando...

- Saviñón? Ouviu o que eu disse?

- Sim. — sorri.

- Entre, não quero ter um funcionário gripado.

- Tudo bem. — me acomodei no banco do passageiro.

  Percebi que ele está a voltando para a sua casa e não me levando a minha.

- Não vai me deixar em casa?

- Não. Ouviu mesmo o que falei?

- Só um pouco.

- A senhorita é engraçada. — parece que eu vi alguém mudar a expressão, como se fosse sorrir.

 — parece que eu vi alguém mudar a expressão, como se fosse sorrir

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•Desculpem à demora, estava sem Internet...🤦🏽‍♀️

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