Chapeleiro Maluco🎩

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Pov S/n Kingsleigh

Memory on

"Existe um lugar onde você pode ser livre, minha querida. "

"Onde, vovó?"

"No país das maravilhas."

Enquanto eu corria, essas palavras de minha avó Alice estava dominando minha cabeça. Um ano depois que minha vó morreu, meus pais me mandaram para um colégio interno de freiras, onde eu não consegui me adaptar. As crianças de lá eram maus, e as freiras não tinha nada de santas. Elas pareciam o próprio ser maligno em pessoa.
A única coisa que me acalmava era lembrar das histórias que minha vó sempre me contava sobre o país das maravilhas. Ela jurou ter estado lá a muitos anos, na última vez, ela ainda era muito jovem. Sempre fiquei encantada imaginando todas as coisas belas daquele lugar, minha avó prometeu me levar lá, mas quando achei que isso aconteceria, ela se foi pra sempre. Meus pais ambiciosos não quiseram me ter por perto para disfrutar da fortuna deixada por minha avó Alice, eles não me amavam o suficiente por isso me mandaram para este internato.
Estou aqui à cinco anos, desde o primeiro dia tentei fugir mas todas as minhas tentativas foram falhas até agora... estávamos tomando sol no jardim, como fazia todas as manhãs, até que avistei um coelho branco. Ele era diferente de qualquer outro que eu tenha visto. Este tinha um relógio de bolso e um paletó... e ainda mais curioso, era um coelho falante. No começo achei que estava ficando louca, até lembrar do que minha avó disse:

"Para chegar ao país das maravilhas, siga sempre o coelho branco de paletó"

Por isso agora estou correndo depositando todo o fôlego necessário para alcançar o coelho.

-Hey?_gritei para tentar chamar sua atenção, porém, este animal nem se quer parou para esperar. Parecia ele muito atrasado.
Continuei a correr, e vi pular dentro de um buraco. Tentei parar de correr para não cair lá dentro, mas foi em vão, já que eu estava em uma velocidade máxima.

O buraco era profundo, havia objetos para todos os lados, algumas vezes parecia que iriam me acertar. Quando fechei meus olhos imaginando que seria minha morte ao alcançar o chão, definitivamente continuei a cair. Abri um olho para tentar ver onde eu estava, e parecia agora que eu estva flutuando pelo céu, havia alguns pássaros voando ao meu redor e nuvens tão brancas como algodão.

Sem me dar conta, cai em cima de alguns arbustos, doeu, mas por minha sorte, não eram espinhosos. O único problema é que eu havia caido de cara.

-Ai.

"Que isso?"

Ouvi uma voz perguntar, então levantei minha cabeça e dei de cara com uma mesa grande à frente, nas laterais haviam um coelho doidão, uma ratinha baixinha e um gato risonho. Na ponta estava um homem com cartola e de cabelos alarajandos. Ambos me olhavam com curiosidade e surpresa pela minha chegada repentina.

"É uma menina!"

O coelho esquisito apontou pra mim, seus olhos curiosos iam e vinham, parecia girar em suas órbitas.

-Ah...bem observado. _falei tentando sair dos arbustos e quando consegui, tirei algumas folhas do cabelo e limpei a poeira da roupa_-Desculpe a intromissão. Não tive a intenção de atrapalhar a reunião.

"E quem é você, jovenzinha?"

Olhei para o homem de cabelos alarajandos, ele tinha uma voz engraçada mas que o deixava ainda mais divertido.

-Eu sou S/n... S/n Kingsleigh.

"Oh céus!!!"

O coelho voltou a falar, olhei dele para a cara dos outros que já me olhavam diferente.

"Kingsleigh?acredito que deve ter algum parentesco com Alice Kingsleigh?"

O homem se levantou, deu a volta na mesa e veio até mim olhando profundamente em meus olhos e esperando ansioso por minha resposta.

"Acho que pode ser coincidência, Tarrant"

O gato disse olhando para sua xícara na mesa

"Kingsleigh! Eu reconheceria este sobrenome em qualquer lugar!"

-É o sobrenome da minha avó materna. Alice.

O homem franziu o cenho e pareceu pensar

"Avó materna? Isso quer dizer que minha pequena Alice se casou e teve filhos e netos?"

- Sua Alice?_olhei do homem para todos à mesa. Foi então que minha ficha caiu_-Espera aí... eu estou no país das maravilhas!? Vocês são os amigos que minha avó tanto me relatou. _apontei de um em um, você é o gato de Cheshire, você é Mallymkum, você é a lebre de março, e você _apontei para o homem a minha frente que pareceu sair de seu transe_-você é Tarrant Cartola, mais conhecido como Chapeleiro Maluco.

"Alice contou sobre nós?"

A dormidonga perguntou e eu assenti

-Ela me contava histórias sobre vocês todos os dias.

"Se Alice é sua avó... onde ela está?_Chapeleiro parecia procurar por ela olhando para todos os lados_-Onde ela está? Não precisa se esconder querida Alice. Você está atrasada para hora do chá. Mais sempre haverá um lugar a mesa pra você. Vamos, saí de seu esconderijo, danadinha."

-Ah... É... Chapeleiro?

"Por que ela não aparece?"

-Porque ela não vai aparecer..._abaixei a cabeça e respirei fundo _-Minha avó não irá mais voltar. Nem neste mundo, muito menos no mundo lá de cima. Ela foi embora para sempre, Chapeleiro.

O homem de cartola se afastou com uma mão no peito ao entender o que eu disse.

"Essa não!"

Dormidonga disse com pesar

"A Alice morreu?"

O coelho perguntou tristemente e eu assenti de cabeça baixa. Ouvi o coelho fungar e o vi limpar as lágrimas com uma de suas orelhas, logo Mallymkum também usou a orelha da lembre para limpar suas próprias lágrimas.

"Pobre Alice."

O gato risonho não estava mais sorrindo, ele parecia triste e "desbotado"
Olhei novamente para o chapeleiro e o vi de cabeça baixa, ele estava chorando baixinho, dava para ver seus ombros subindo e descendo com o choro.

"Ela não pode ter ido pra sempre...não a minha querida amiga Alice!"

Disse ele com dor em sua voz.

-Eu sinto muito. Ela amava todos vocês. Principalmente você, Tarrant. Ela me prometeu me apresentar a vocês, mas não teve tempo. Uma gripe a tirou de mim. Minha avó me fez acreditar na existência deste mundo, nunca duvidei e agora estou aqui. Ela tinha razão quando disse que esse é o melhor lugar para ser livre, o clima é totalmente pacífico, é o lugar que sempre sonhei conhecer. _me aproximei do chapeleiro e toquei gentilmente sua mão por cima do peito, o que o fez me olhar_-Minha avó sempre acreditou em seis coisas impossíveis antes do café da manhã. E me disse que você sempre foi a maior inspiração para ela, Tarrant, pois tinha aprendido muito com você. Com todos vocês! Ela também disse que nunca,nunca, nunquinha deixou de pensar no país das maravilhas. Eu levarei seu legado para sempre... assim como ela me ensinou.
Se me permitir ficar, prometo que nunca irei embora.

"Por que você quer ficar?"

Tarrant perguntou um pouco mais calmo

-Porque segundo minha avó, com vocês no país das maravilhas, ficarei segura e serei feliz.

"Alice sempre teve toda razão. Então bem vinda ao País das maravilhas, minha querida S/n."

Ele sorriu pra mim e eu o devolvi o mesmo sorriso, logo o abraçando apertado, chapeleiro colocou suas mãos em minha costa e sua bochecha direita sobre minha cabeça, enquanto ainda emocionados, os animais limpavam suas lágrimas. Eu agora faria parte do mundo deles... para sempre!

❤❤❤


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