Edward mãos de tesoura✂️

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Havia virado rotina ser encurralada pelos valentões do bairro. Eles me empurravam e espalhavam o que eu tivesse carregando, até quebraram minha bicicleta um dia desses sem nenhum motivo aparente.
Bem, enquanto eu lutava com eles, tentando me proteger das agressões, fui jogada ao chão caindo por cima do pulso e isso acarretou uma torção violenta. Minha mãe havia ficado tão preocupada que acabou me levando ao médico que colocou uma atadura e me obrigou a ficar de repouso em casa. Minha mãe, é claro, estava me vigiando vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana. Ela era quase a minha sombra e não deixava eu se quer colocar os pés para fora de casa. Poxa! Eu havia destroncado o pulso, não as pernas, mas todas as mães costumavam exagerar, não é mesmo?

Bom, isso não era exatamente o que me preocupava, eu estava mais preocupada no garoto que morava na casa misteriosa no topo da colina. Nós tínhamos criado um bom vínculo e acabei me apegando a ele além do esperado. Edward era um jovem de coração puro e tão inocente que era impossível não se encantar por ele e isso me aconteceu. No momento que passei a visita-lo após as aulas, descobri um novo sentimento florescendo dentro de mim, Ed passou a ser o meu primeiro amor. Acho que ele também começou a sentir o mesmo por mim, pois seus olhos me diziam isso todas às vezes que encontrava os meus. Eu havia prometido a ele que sempre estaria ao seu lado, mas agora ele deve pensar que assim como todos que ele um dia confiou, eu também o tinha abandonado.

Não era verdade! Eu jamais o deixaria. Eu sempre me importaria com ele, sempre!

- Querida, já tomou seu remédio hoje?_Enquanto eu olhava através da janela para o alto da colina, minha mãe entrou no quarto e eu fechei a cortina e me virei para ela.

- Sim. Mãe.

- Que bom. Sente alguma dor?

Já havia passado uma semana desde o que aconteceu e ela ainda me mantinha presa em casa. Fala sério. Eu não era mais um bebê.

- Não. Mãe. _falei um pouco entediada.

- Ótimo. Você poderá voltar para a escola amanhã, mas eu irei leva-la. Agora que não tem mais sua bicicleta.

Eu havia ficado feliz pois finalmente voltaria a rotina, mas não queria que minha mãe se preocupasse em me levar, quero dizer; ela não precisava fazer isso, ela nunca havia feito antes.

- Olha mãe, aprecio muito sua preocupação, mas posso ir andando. A escola não fica a muitos quarteirões daqui, então não será um problema pra mim.

Com isso, eu poderia visitar Edward na colina.

- Eu faço questão. Sem contar que preciso falar com seus professores sobre as precauções passadas pelo doutor Ângelo. Eles precisam ficar de olho em você.

Revirei os olhos quando me sentei na beirada da cama e cruzei os braços. Eu estava me sentindo sufocada em minha própria casa.

- Até amanhã, querida. _minha mãe deixou um beijo em minha cabeça _-Bons sonhos.

Disse ela saindo do quarto e eu esperei que ela fosse pelo corredor antes de me levantar e fechar a porta, logo voltar para a janela, onde me sentei admirando pelo resto da noite, o alto da colina

Os próximos dias foram basicamente minha mãe tomando conta de mim. Indo e vindo de um lugar ao outro onde quer que eu fosse. Parecia querer controlar os meus passos a cada hora do dia. Os garotos não estavam mais me importunando, na verdade, agora eles pareciam fingir que eu não existia, por um lado foi bom, mas por outro eu desconfiava que eles estavam tramando algo.

Um dia, minha mãe precisou ir à cidade as pressas para resolver alguma coisa sobre a conta no banco, e eu devia voltar sozinha para casa, foi ali que pude respirar aliviada longe da presença dela, por pelo menos algumas horas. Mas, enquanto caminhava sem nenhum problema, a uma distância, vi os valentões do bairro saindo animados do caminho que ligava a colina até a casa de Edward. Parei de repente e meu coração congelou enquanto os via fazendo um toque de mãos e rindo com malícia.

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