Capítulo 1

674 65 48
                                    

Olá fanáticos de plantão!👋

Hoje trago um conto muito gostosinho baseado na lenda brasileira e se você é fã dessa criatura tão incrível, cola aqui que vai gostar, além de ter um romance sensual e um casal que amo de paixão. Ele já estava disponível no spirit, mas trouxe para cá com uma cara nova, então espero que gostem.

Apreciem com moderação!😘

[...]

O painel da estação rodoviária indicava que meu ônibus estava bem perto de chegar; olhei novamente para o relógio de pulso, eram quase oito da noite — será que me encontrariam ali? Esperava que não. As batidas do meu coração ficaram ainda mais frenéticas e cada pessoa que parecia minimamente suspeita, me escondia em uma coluna.

As pessoas me olhavam como se fosse uma aberração da natureza, ainda vestida com o longo vestido branco, cobrindo os ombros apenas com uma jaqueta jeans. Resolvi ir ao banheiro, logicamente estando com aquelas roupas fosse mais fácil de me encontrar e uma coisa que não fazia parte dos meus planos era retornar.

Banheiros de rodoviárias eram nojentos, principalmente os de Uberlândia, era de embrulhar o estômago, mas não tinha muito o que fazer e tirando uma calça jeans e regata da mochila improvisada, logo fiquei camuflada — daquela forma não me achariam com tanta facilidade. Larguei o vestido lá mesmo no box do banheiro; deixei que a equipe de limpeza o encontrasse.

Cabelos presos em um coque abacaxi e sem nenhuma maquiagem no rosto, saí dali, indo de encontro a nova vida que me aguardava. Do bolso lateral da mochila tirei um anúncio em papel, de alguém que estava em busca de faxineira, com direito a moradia, plano de saúde e vale alimentação, sem que precisasse de experiência.

Aquele serviço era perfeito pra mim, um ótimo esconderijo, além do fato de não precisar pagar aluguel, pois o dinheiro que tinha, não duraria um mês. Era um anúncio misterioso e nada confiável, mas o que eu podia fazer?

Minutos depois meu ônibus foi chamado e corri para entrar na fila — o motorista me encarou desconfiado, entretanto me deixou subir após mostrar a passagem e os documentos. O aparelho celular larguei lá no banheiro também, pois aquele troço era um iphone, fácil, fácil de ser rastreado. Meu passado deixaria para trás, uma fugitiva da própria sorte, esperando a liberdade que há muitos anos me era desconhecido.

A viagem durou um pouco mais de duas horas, de Uberlândia até uma cidade no interior chamada Vila Guararapes. Nunca tinha ouvido falar daquele lugar e não lembrava de tê-lo visto nos mapas da escola, mas existia — um bom lugar no meio do nada, onde me encontrar fosse quase que impossível. Então o ônibus chegou e já era de manhã bem cedo; estiquei pernas e braços, vendo as pessoas também despertando e saindo uma a uma do automóvel.

Desci logo em seguida, encontrando uma pequena rodoviária, onde ao redor só havia estrada e mato, além de uns poucos comerciantes vendendo comida e acessórios. O cheiro do café fresquinho inebriou minhas narinas; como sentia falta do meu pretinho favorito e foi em um carrinho de lanche que me dirigi, pedindo um copinho descartável daquele café tão cheiroso.

A senhora foi gentil e me presenteou com mais dois dedinhos da bebida santa, aquilo era maravilhoso, me manteria acesa por um bom tempo. Observando bem aquele lugar, percebi que a rodoviária era fora das fronteiras da cidade, pois visualizei uma placa de "Sejam bem vindos", o que era bem estranho.

— A senhora pode me dizer como faço para chegar na vila de Guararapes? — perguntei a senhora do café, então ela me encarou dos pés à cabeça, como se estivesse analisando se devia ou não contar e aquilo foi bem estranho.

Beauty and the Beast (Qian Kun)Onde histórias criam vida. Descubra agora