Capítulo 19

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Despejei o pó de café dentro da cafeteira, enquanto ficava atenta aos ovos na frigideira. Meus olhos ficaram atentos na TV ligada em uma reportagem sobre urbanização em áreas rurais — e aquilo não me interessava muito, porém era o que passava na TV local. Então com o café e os ovos prontos, levei tudo à mesa.

O patrão Kun ainda não havia se levantado, pois como era um ser noturno, geralmente passava boa parte do dia dormindo, entretanto, o principal motivo era a noite quente que tivemos. Eu estava toda descadeirada e achei que fosse perder a bucet*. O homem era realmente um animal, ou talvez só estivesse passado muito tempo sem fazer sexo — liberando tudo de uma vez.

Era só fechar os olhos e lembrava de cada detalhe daquela noite, o quanto suas mãos macias percorreram minhas curvas, os beijos deslizando minha coluna e quando afundou-se no meu interior. Pensar naquilo me enchia de tesão, imaginando que foi a melhor coisa que me aconteceu em anos; talvez fosse a primeira vez.

— Já está de saliência de novo? — despertei dos devaneios com a voz suave de Kun atrás de mim e quando me virei, ele estava encostado na parede de entrada da cozinha, braços cruzados sobre o peito nu.

Kun usava apenas a calça, exibindo seu tronco alvo e cheio de músculos, destoando do rosto delicado e juvenil. Tudo nele era terrivelmente atraente e era impossível não ficar tarando, pois sempre que o via, tinha vontade de pular em seu colo e nem guindaste.

Como um lobisomem, ele facilmente podia sentir meu cheiro e de acordo com o mesmo, eu sempre cheirava a cio.

Que calúnia!

— A culpa é inteiramente sua! — rebati cínica. — Se não fosse um grande gostoso, eu não precisava ficar de saliência. — Kun deu uma risada baixa e se afastou da parede para se aproximar de mim.

— Eu nunca conheci uma mulher como você — ergui a cabeça para encarar-lhe os olhos, mas o coração batia acelerado, enquanto o corpo já estava em brasas.

— Sou uma mulher rara, então não me perca! — respondi, sentindo suas mãos tocando minha cintura por cima da camisa, única peça de roupa que cobri o corpo.

— Vou me lembrar disso! — sorriu, curvando-se para aproximar ainda mais nossos rostos.

Eu estava nas nuvens com aquilo, cheia de desejo pronto para explodir e sabia que ele sentia a mesma coisa, principalmente quando seus olhos tomavam aquele brilho amarelo tão característico. Queria continuar daquela forma para sempre, mas eu não era imortal, não seria jovem para sempre, enquanto Kun, se não fosse livre da maldição, continuaria lindo e jovem pelas próximas gerações.

Talvez em parte eu só queria ajudá-lo para tê-lo apenas para mim — era egoísmo, sei disso, mas não conseguia evitar e depois da nossa noite quente, minha mente não parava de pensar em viver daquele jeito para sempre.

Envolvi os braços ao redor de seu pescoço, encarando seus olhos com intensidade. Kun sabia exatamente o que eu estava pensando e parecia se divertir em me ver ensandecida por ele.

— Está com fome? — perguntei sentindo seu cheiro gostoso.

— Com certeza estou! — Kun me puxou contra seu corpo e era perceptível a ereção já desperta.

— Falo de comida de verdade, seu safado! — rebati com um sorriso no rosto, fazendo-o sorrir ladino.

Kun nada disse, caminhando comigo até alcançarmos a mesa onde eu havia deixado o café. Tive o corpo virado de costas para ele e curvado contra a mesa. Um sorriso desenhava meu rosto, pois já estava cheia de tesão antes mesmo dele fazer aquilo.

— No momento quero comer outra coisa mais gostosa — murmurou rouco, mordendo meu pescoço, arrancando um gemido dengoso da minha parte.

Meu corpo já clamava por sua atenção e queria que ele fosse de uma vez, antes que morresse de tanta ansiedade. Kun ergueu a camisa que eu usava, murmurando um "menina saliente" ao ver que não estava usando calcinha. Seus dedos quentes percorreram minhas nádegas desnudas, até descer para meu ponto sensível.

Beauty and the Beast (Qian Kun)Onde histórias criam vida. Descubra agora