Just Different - Chaelisa

4. Perfeita

Olar.

...

Capítulo 4 

Acordei um tanto quanto desnorteada, mas reconheci o teto do quarto do meu apartamento. Ainda estava em casa, o que me deixava mais tranquila apesar de tudo o que tinha acontecido. 

Rosé sabia. 

Minha respiração já estava alterada novamente e vi o rosto preocupado de minha amiga me encarar com muita intensidade. 

- Lisa?? Graças a Deus! Já está a ponto de chamar as duas transantes. - Ri mesmo sem muita condição. 

- Rosie… 

Respirei fundo me encostando na cabeceira da cama com a ajuda da loira. 

- Não! Me perdoa, Lili, eu estava tão chateada, acabei descontando em você e não pensei no que estava fazendo. - Sua voz era apressada, ela estava atropelando as próprias palavras e eu acharia fofo caso a situação fosse outra. - Me perdoa! 

O seu tom choroso me deixou muito culpada. 

- Meu amor… - A abracei tentando passar por aquele gesto o quanto eu a amava. - Me perdoe você, é muito mais complicado do que parece…

- Eu juro que imagino, mas tenho certeza que é bem pior. - A loirinha se afastou do abraço que eu nem ao menos vi acontecer. - Me conte tudo? Quero te entender, quero saber tudo sobre você. 

Meus olhos ficaram marejados na hora. 

Rosé queria realmente me escutar, queria me descobrir e isso mexeu comigo muito mais do que achei possível. 

Busquei por seu olhar e senti neles a firmeza, a confirmação de que eu poderia falar tudo para aquela pequena grande mulher. 

- É tão complicado, Rosie. 

- Eu estou aqui para você, Lisa. Tudo que me falar ficará comigo e apenas comigo. Claro que acho importante que você conte seu segredo para nossas amigas, mas nunca vou te forçar a nada. Só quero te conhecer por completo, assim como você me conhece. 

Era agora ou nunca. 

Não me levem a mal, eu sempre pensei que em algum momento eu teria de me abrir para alguém, mas não achei mesmo que seria tão cedo. 

Eu era uma mulher de 24 anos, mas ao mesmo tempo, uma garotinha assustada que tinha um enorme segredo a esconder. 

Tantos sonhos, tantos problemas. 

Tantas dificuldades, tantas vontades. 

- Eu meio que nasci com uma complicação, e…

- Não, Lili, já sei disso tudo, pesquisar muito, muito mesmo. Devo saber mais que muito médico por aí. - Sorriu e eu ri, pois ela era tão curiosa, claro que já tinha pesquisado. 

- O que quer saber necessariamente então? 

Ela era tão peculiar. 

Eu realmente amava essa mulher. 

- Ue, muitas coisas… - Corou e corei junto. Acho que entendi. - Lili, ele funciona? Quer dizer… ele existe? 

Ri alto ouvindo protestos da garota. Não estava zoando minha amiga, mas ela era tão fofa. 

- É, ele existe… 

- Me deixa ver?! 

- Que?! Não! Tá doida, Roseanne? 

Me desesperei e um bico se formou nos lábios da garota. 

- Onde já se viu? Tenho uma amiga com um pau e eu nem posso ver! Que mundo cruel.