Cartas aos Mortos (Delphine E Os Doze Cavaleiros - Livro 1)

Capítulo 6 - Magia, Destino e Desejo

—Sua mãe é um anjo William —falei sorrindo que nem palerma.

—Eu acho que você está querendo engordar meu corpo —Max disse com um ar de deboche.

—Estou em fase de crescimento —Justifiquei.

Ele observou o corpo feminino em que estava.

—Deu para perceber —Idiota.

—Vamos falar sobre o que realmente importa —eu disse, sem vontade de brigar.

—Uma vez minha mãe comprou um livro antigo sobre lendas medievais. Parecia ser bem raro —William soltou.

—Eu me esqueço que a tia Mercy é historiadora —Maxwell disse. —Esse livro tinha algo sobre magia?

—Não, mas minha mãe falou que era sobre uma bruxa e cavaleiros. Eu me lembro dela ter dito algo sobre cavaleiros que eram especiais.

—Acha que esse livro pode nos ajudar a ter nossos corpos de volta? —Max perguntou com a mão no queixo.

O emo negou com a cabeça.

—A Karina pode desfazer isso. Não sei como, mas pela reação que a magia dela causou no cristal, ela tem poder o bastante.

Os dois me encararam esperando eu dizer alguma coisa.

—O velho Barcley me disse que eu fiz isso. Mas eu juro que não é verdade. Eu nunca iria querer ser o Maxwell —Falei com dúvidas.

—Barcley? —William perguntou.

—Um fantasma que mora na casa dela.

Me sentei no chão calmamente cruzando as pernas.

—O que houve quando vocês trocaram? —O emo lançou a pauta.

O que aconteceu quando eu troquei de corpo com o Maxwell?

—Eu me lembro que tivemos nossa primeira conversa. Era sobre a conclusão —Soltei.

—Você tentou me expulsar da sua casa —Max disse sentando de pernas abertas na cama do William. Que bom que eu não uso saia.

—É, eu não faço questão de amizades por conveniência —alfinetei na cara.

—Ela também foi extremamente grossa comigo —ele disse apontando para mim como se eu não estivesse aqui.

A porta se abriu e a Senhora Jones extremamente animada entrou com uma bandeja enorme com vários sanduíches empilhados.

—Demorou, mas em compensação tem muitos sabores! —Ela disse sorridente e deixou a bandeja sobre um pequeno criado ao lado da cama.

—Mãe, nós estamos pesquisando sobre lendas medievais —William soltou fazendo a mulher alargar ainda mais o sorriso.

—É sério?! Que incrível! Se precisarem de qualquer coisa, me avisem.

—Na verdade, eu queria um dos livros antigos que você comprou há alguns meses. Aquele sobre cavaleiros —O emo pediu.

Ela parecia tentar se lembrar.

—Cavaleiros? Tenho tantos sobre isso —ela perguntou ficando levemente mais séria.

—Era sobre uma bruxa —ele completou.

—Ah sim! Eu me lembro agora. Delphine e Os Doze Cavaleiros é um dos contos do livro. Ele reúne muitos boatos que a população dos vilarejos inventava. Apesar do título, eles não são cavaleiros. Mas se quiserem eu tenho outros que falam sobre cavaleiros de verdade —ela disse com uma postura mais profissional.