Capítulo 21 - A Pequena Angie

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  —Angie Scott. 11 anos, dada como desaparecida no dia 20 de Agosto desse ano quando estava a caminho do ponto de ônibus para ir a escola. - Will leu com a voz fanhosa por estar tapando o nariz com a camisa. - A direção telefonou para avisar a mãe, Lisa Scott, que a filha não compareceu às aulas. Lisa saiu do trabalho e comunicou a polícia na mesma hora. O motorista do ônibus e outras crianças afirmam não ter visto a menina entrar no veículo. Nenhuma testemunha viu uma criança com a descrição de Angie nas redondezas. Até o presente momento não recebemos nenhuma informação a respeito do paradeiro da menina.

  Bem, eu tenho informações sobre essa menina.

  Ela está morta há pelo menos um mês.

  E eu passei todo o tempo ignorando ela para não me envolver em problemas, como uma vaca egoísta.

  E a pior parte é que ela não morreu de forma pacífica -ou não teria vindo até mim.

  O que fizeram com ela?

  Angie, o fantasma da garotinha que desapareceu há três meses (sim, eu a fiz esperar demais e me odeio por isso), estava encostada no meu peito e levantou os olhos subitamente desperta ao ouvir a matéria que Will estava lendo.

  —A mamãe me procurou no dia que me levaram?

  —Sim. Talvez ela... não, com toda a certeza ela ainda está te procurando - respondi tentando controlar a voz embargada.

  —Angie. Desculpa, mas você disse que foi levada? — Maxwell estava dirigindo muito abaixo do limite de velocidade.

  Estávamos muito perto de onde Angie morreu.

  O campo de Baseball ficava três ruas dalí e o cheiro de Angie estava tolerável para mim.

  A cor da pele dela estava quase normal. Ela passou do pálido mortal para um pálido de doente.

  Quem fez isso com ela? Quem é esse demônio em forma de gente?

  O Campo de baseball ficava entre a cidade grande e a área residencial próxima de um bosque denso e cumprido que dava a volta nas montanhas, passando por cidades como Oracletown, Templelan, Muse Valley, etc.

  Deve ser bem bonito de dia, mas depois que escurece eu posso imaginar perfeitamente um sequestrador arrastando uma criança para a região da mata.

  Se bem que ela estava indo para escola... então...

  Troquei um olhar com Max que parecia querer matar alguém.

  Eu compartilhava de uma raiva semelhante, mas precisava que ele fosse racional como sempre. Porque eu não conseguiria.

  Pensar que um desgraçado estava tão confiante de que ficaria impune que ousou pegar uma criança à luz do dia me fazia querer colocar fogo no mundo.

  Como Deus fez em Sodoma e Gomorra.

  A maldade que fizeram ao matar essa garotinha inocente definitivamente se encaixa nas descrições de uma cidade profana como aquelas.

  Tentei deixar esses pensamentos de lado.

  Pensar no fato de que eu tinha poderes para colocar fogo no assassino de Angie era satisfatório demais para ser saudável.

  —Angie, pode confiar na gente, está bem? — Falei bem rapidamente, já que estava respirando só pela boca.

  A menina acenou com a cabeça uma vez e então colou o rosto no vidro.

  —Eu me lembro daquela árvore — ela apontou.

  Era uma árvore comum, porém a forma como seu tronco e galhos finos se entrelaçavam me lembravam um animal.

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⏰ Última atualização: Feb 03 ⏰

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