Capítulo 2 - PRESAS DE PRATA

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Yandra voltou-se, rápida, vendo-se frente a frente com Sincler Beckembauer

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Yandra voltou-se, rápida, vendo-se frente a frente com Sincler Beckembauer. Ele estava surpreso, os olhos muito abertos. A princípio, ela pensou que os olhos fossem negros, depois, à luz da lua de sangue, percebeu que eram de um desconcertante dourado-claro que mudavam para o escuro do nada. Era evidente a semelhança entre pai e filho, se bem que o cabelo dele fosse pretos e longos, um pouco abaixo dos ombros, não branco como neve. O mesmo nariz forte, as maçãs altas, o queixo quadrado, com um detalhe a mais, uma atraente cicatriz em sua sobrancelha acima do olho esquerdo ... Depois, os olhos dela percorreram toda a altura de Sincler, verificando o corpo forte vestido por um conjunto de algodão escuro.

"Onde está o ferimento terrível que o transformou no Lycan amargo que ouvi discutindo com o pai?", pensou ela. Sincler parecia perfeito. Mais do que isso: era incrivelmente lindo. Um magnetismo natural e selvagem emanava dele.

Os olhos dele também a percorreram, avaliadores, movimentando-se lenta e deliberadamente pelas pernas esguias e longas, modeladas pelo jeans apertado e resgado, revelando pedaços estratégicos de sua pele morena; detiveram-se um pouco nos seios, que subiam e desciam arfantes, por causa da respiração acelerada. De repente, Yandra teve a impressão de que a blusa branca era dois números menor do que devia ser.

'"A pele dele parece queimar apenas de se olhar", pensou, lutando para recuperar o controle. Seria o jeito de ele se movimentar, como um enorme lobo negro, alto e arrogante? Ou seriam os raios da lua cheia brilhando por trás dos cabelos dele que lhe causavam essa alucinante reação?

— Eles... Os animais sabem que eu cuido deles... E os respeito acima de tudo! Conseguiu dizer, por fim, com vontade de morder a língua por parecer tão atrapalhada. — Acho que você é Sincler Beckembauer... Não é?

Ele fez que sim com um gesto leve de cabeça, mas em nenhum momento desviou o olhar dela.

— Meu pai viu o jipe vazio e logo imaginou que você tinha vindo para cá. Disse que você é bem-educada demais para irromper no meio de uma discussão entre pai e filho. Vim para lhe pedir as nossas desculpas. Com certeza com a nossa audição aguçada deve ter conseguido ouvir boa parte de nossa conversa, não é mesmo?

Ela empurrou os cabelos crespos para trás, antes de erguer a cabeça para encará-lo.

— E o que devemos fazer agora? Apertarmos as nossas mãos? Os dentes brilharam muito brancos, em contraste com a pele, quando ele riu.

— Se é o que você quer. Por mim, acho outros tipos de contatos físicos muito mais interessantes...

O rosto dele ficou sério. — Meu pai me avisou sobre o seu temperamento intempestuoso... É da segunda geração de nossos lupinos criada entre os humanos?

— Exatamente, mas o senhor está mudando de assunto, meu caro Sincler Beckembauer! Fui convidada para tomar um bom jantar e dou conta de uma boa briga sangrenta...

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