Capítulo 33 - Presas de Prata

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Latam se lembrou de cada palavra dita pela sábia do clã dos Light umeris e sabia que tudo logo seria revelado

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Latam se lembrou de cada palavra dita pela sábia do clã dos Light umeris e sabia que tudo logo seria revelado.

— Eu sabia que ele era valente. Exclamou Sincler, enquanto levantavam vôo. — Mas até uma montanha pode desabar. Acha que ele está bem mesmo?

Yandra encarou-o, notando que seus olhos estavam mais brilhantes, vivos de uma maneira jamais vista.

— Ele vai ficar bom, com um pouco de tempo e paciência. Acho que a parte mais ferida é o orgulho dele, uma vez que é difícil para um Lycan dessa idade aceitar derrotas. Vai cuidar bem dele, não?

Os olhos de Sincler tornaram-se tristes, a voz rouca. Algo nesse momento o deixou preocupado.

— Claro que vou, apesar de você não confiar em mim... E com razão. Nunca fui o que chamam de bom filho mesmo. Mas estou disposto a mudar isso. Agora mais do que nunca, pois começo a entender muita coisa.

— Quer dizer que vai ficar no continente? Perguntou Yandra, mal acreditando no que ouvia.

Os lábios dele se apertaram, sacudiu os ombros. A dúvida ainda persistia em seus gestos.

— Para ser sincero, não sei. Meu pai também nunca foi o que chamam de bom pai. Tudo depende de como as coisas vão correr. Não sei se vou conseguir compreendê-lo de verdade. Não digo que não esteja tentando, mas há coisas em meu passado que preciso finalizar. E também é como se eu nunca tivesse estado aqui nesse continente. Minha infância e juventude foram como pesadelos, que não consigo esquecer, mas dos quais também não lembro direito... Sombras que vão viver para sempre comigo. Lembro-me de como me sentia infeliz. Sempre senti que algo me faltava. Às vezes me trancava no meu quarto por três dias seguidos na falha tentativa de descobrir quem na verdade eu sou. Escrevi para todos os meus amigos que haviam saído daqui e arquitetamos um plano. Eu ia fugir. Chegaria à cidade. mais próxima e lá pegaria um avião... Voltaria para casa. Minhas esperanças terminaram quando soube que a cidade mais próxima ficava quilômetros e quilômetros depois das terras Lycans. Isso me deixou ainda mais frustrado. Papai poderia ter me ajudado nessa época, mas não o fez. Ele preferiu me ignorar. Me chamava de " criatura maldita temperamental" e só pensava em seu projeto de unificação.

— Há sempre dois lados numa rua, Sincler. Disse Yandra, baixinho. — Você podia ter tentado se adaptar.

— Claro que há dois lados em toda rua, mas isso não quer dizer que eu é que devia atravessá-la. Agora descobri que gosto do meu pai. Sempre pensei que não gostasse... Vamos ver.

Depois de mais um olhar para o perfil lupino, Yandra olhou a floresta lá embaixo. Não podia mudar o destino daquela terra, assim como não podia mudar o destino dos dois Lycans que amava, e isso apertava-lhe dolorosamente o coração.

Os dois dias seguintes foram exaustivos para Yandra, deixando-a nervosa e com vontade de viajar logo para encontrar os demais clãs. Gostava demais de Latam, mas tinha que admitir que ele não era o paciente ideal. Assim que haviam chegado a mansão Beckembauer ele deixara bem claro que não pretendia ficar na cama e que não iria obedecer a ordens; além disso, recusara a ajuda de Sincler para cuidar de tudo até ele ficar bom.

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