Capítulo 56 - Presas de Prata

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Yandra escolheu o cavalo preto por causa de seu estado de espírito

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Yandra escolheu o cavalo preto por causa de seu estado de espírito. Mas não iria continuar deprimida por muito tempo. Tinha que reconquistar um pouco da alegria de viver, e bem depressa, se quisesse continuar vivendo bem no Continente Rivian.

Galopou pela planície, saboreando o calor do sol. Havia nuvens se amontoando no horizonte, mas naquele instante o sol era uma enorme bola cor de laranja no céu muito azul da tarde. Foi para seu lugar favorito, o platô gramado cheio de arbustos, onde gostava de ficar para observar os animais e seus felinos. Nesse dia, por causa da chuva, eles estavam agrupados. Se bem que sentissem a presença dela, iam até o lago beber água, calmamente. Não havia sinal de seus leões e nem seus tigres, mas Yandra sabia que estavam juntos, Bolt cuidando da sua recém adquirida companheira.

O brilho do sol atrapalhava-lhe a visão. Quando viu o cavaleiro ao longe piscou, cobriu os olhos com a mão e firmou a vista. Pouco depois pôde ver que era mesmo um cavaleiro que se aproximava. Quem? Lembrou-se do dia em que Havoc chegara ali, quando ela estava sentada, olhando a planície. Mas desta vez não podia ser ele.

O cavaleiro estava mais próximo e ela reconheceu Sincler. Seu coração quase parou. Não! Não podia ser ele. Não devia deixar que interferisse em sua vida de novo! Ele a desejara e cativara seu coração, até que ela acabara caindo em seus braços, perdida de amor. Agora, sua vida nunca mais seria a mesma. Há dias vinha tentando esquecer o calor dos braços dele ao seu redor, o sabor de seus lábios. Achava que iria conseguir, mas não se ele continuasse a procurá-la! Não conseguiria se ele insistisse em persegui-la daquele modo. Era demais! Sincler sabia o que ela sentia, será que queria usá-la de novo?

Quando Sincler já estava perto, acenou num cumprimento alegre. Yandra levantou. Correu para o seu cavalo, montou e esporeou-o, fazendo-o sair em disparada na direção oposta à de Sincler. Lágrimas corriam-lhe pelo rosto e o vento queimava-lhe as faces, mas ela incitava o cavalo, mais e mais.

Pássaros, assustados, levantavam vôo, gritando, quando ela passava. Até mesmo um grupo de aves mistas fugiram em disparada ao ouvir o rumor dos cascos. Yandra não olhou para trás a fim de ver se Sincler a seguia. Não interessava! Fugiria dele nem que tivesse de ir até o fim do mundo!

Ouviu-o chamá-la. A voz dele parecia próxima... Muito próxima. Esporeou o cavalo e incitou-o a correr mais e mais. Percebeu que o suor escorria pelo pescoço forte e lustroso do animal, cuja boca começava a espumar. O instinto avisou-a de que deveria diminuir a corrida, se não quisesse matar o cavalo e a si mesma. Pelo canto dos olhos viu que Sincler se aproximava mais e mais, até alcançá-la e segurar a rédea do cavalo dela com força. Yandra gritou, debateu-se, mas não adiantou. Pouco depois estava parada junto dele, lutando para respirar, tossindo e engasgando, enquanto as lágrimas desciam quentes pelo rosto. Estava de novo numa situação vulnerável. Quem iria protegê-la, salvá-la daquele Alfa que apertava seu braço com garras de aço?

Teve uma sensação estranha, como uma febre, que só se acalmou quando os lábios dele tocaram-lhe de leve a boca. Ao sentir a respiração quente de Sincler junto ao ouvido, seu coração bateu mais depressa do que o coração do cavalo ofegante. E ela soube que o pior tinha acontecido.

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